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Lucas Agrela
Publicado em 30 de abril de 2018 às 14h06.
Última atualização em 30 de abril de 2018 às 14h10.
Para a Qualcomm, a tecnologia de 5G promoverá uma mudança completa nas possibilidade de modelos de negócio para as empresas de telecomunicações. Mas o bom e velho apelo do aumento de velocidade e introdução de uma nova tecnologia, que impulsionou o salto do 2G para o 3G e depois para o 4G deverá ser preponderante no impulso inicial à nova geração. Segundo Roberto Medeiros, diretor sênior de gestão de produtos da Qualcomm no Brasil, "agora é hora de aumentar a informação e ampliar o conhecimento sobre a quinta geração".
Ele reconhece que as primeiras operações não devem aparecer antes de 2020 no Brasil, mas já é preciso falar de 5G. "Fato é que a quinta geração leva os serviços móveis a velocidade de gigabits por segundo, e ainda é muito cedo para dizer qual a relevância para o consumidor", diz ele, refutando a ideia de que o aumento de velocidade será irrelevante no marketing da próxima geração. "A 5G de fato traz muitos novos modelos de negócio, com o slicing, com a baixa latência, IoT… Mas a primeira coisa a ser sentida é a velocidade maior. Meu recado (aos operadores) é: não descartem o impacto da alta velocidade porque sabemos como vender e isso é que vai fazer a roda girar".
Ele acredita que serviços baseados em imagens, como vídeos e conteúdos imersivos, serão os primeiros a serem impactados pela futura geração de serviços móveis, e em mercados maduros os primeiros efeitos serão sentidos ainda em 2019, quando começam a entrar em operação as primeiras redes e chegam ao mercado os primeiros aparelhos. "No Brasil não tem chance de ser 2019, porque ainda falta espectro e investimentos. Mas se não insistir na agenda a gente fica sempre atrás".
Para ele, o caminho natural de desenvolvimento da próxima geração de serviços móveis passa necessariamente pelas operadoras tradicionais, ainda que em tese empresas com grande poder de fogo, como as gigantes de Internet, possam entrar também na distribuição com a tecnologia 5G. "Alguém entra do zero? Acho improvável, porque não é simples. Mas o mais provável é que os players estabelecidos liderem a transição para o 5G. Mas haverá mudança na cadeia de valor. As empresas de Internet não devem tirar a essencialidade das operadores de telecom, mas elas participarão do mercado mais ativamente", avalia.