10 lugares que podem sumir no mar (como a mítica Atlântida)
Versão preliminar do 5º relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) sugere aumento preocupante no nível das águas do mar até 2100
Vanessa Barbosa
Publicado em 27 de setembro de 2013 às 07h58.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 17h01.
A elevação do nível do mar é uma ameaça real para muitas cidades e países insulares no mundo. O quinto relatório do IPCC, que compila centenas de estudos científicos sobre mudanças climáticas e que será divulgado na próxima sexta-feira, deverá mostrar que a alta do mar é perigo que não dá trégua. Versão preliminar aponta para um aumento entre 28 e 89 cm até 2100. Conheça a seguir alguns lugares que, diante dessa projeção, podem submergir e sumir do mapa, como a mítica cidade perdida de Atlântida.
Um micropaís no meio do Oceano Índico é uma vítima fácil para o aumento do nível do mar. No último século, as água já subiram 20 centímetros em algumas partes do país. De acordo com o levantamento da Ong Co+Life, uma elevação brusca poderia varrer do mapa esse paraíso de praias de areia branquinha, palmeiras e atóis de corais. Temendo o pior, o governo local já estuda comprar um novo território para o seu povo.
Pequeno país insular localizado a leste da Papua-Nova Guiné, no Oceano Pacífico, as pacatas Ilhas Salomão ganharam o noticiário mundial em fevereiro, após serem atingidas por um tsunami que matou cinco pessoas. Embora possa parecer pontual, a tragédia é a face mais radical de um drama vivido diariamente pela população local, formada por pouco de mais de 500 mil habitantes. Como com todas os outros micropaíses insulares, o aumento do nível do mar é uma grande preocupação para a região. Comunidades inteiras estão se realocando para evitar catástrofes a medida que as marés sobem. As ilhas com altitudes mais baixas são as mais atingidas.
Outro pequeno país insular que pode estar com os dias contados é Kiribati, um arquipélago formado por 32 atois no Oceano Pacífico. Com o aumento do nível do mar circundante, o presidente de Kiribati, Anote Tong, prevê que seu país provavelmente se tornará inabitável dentro de 30 a 60 anos. Ele está atrás de um novo lar para os 100 mil habitantes da região, que tem sofrido com a invasão de água salgada que prejudica a agricultura local.
Se nos dias de maré alta, a população das Ilhas Marshall já sofre com os danos da invasão da água salgada, uma alta brusca de quase um metro até o fim do século é uma sentença de morte para a região. O mar já cobriu parte do território e está erodindo a costa, enquanto secas e cheias castigam ainda mais o arquipélago, formado por 29 atóis e ilhas de corais entre a Austrália e o Havaí. No começo do ano, uma onda quase destruiu a capital, Majuro, rompendo muros e inundando o aeroporto
Bangladesh é um país com poucas elevações acima do nível do mar, com grandes rios em todo seu território situado ao sul da Ásia. A estimativa é que 120 milhões de pessoas que vivem no delta do Ganges estão ameaçadas pela elevação do nível do mar. Os desastres naturais como inundações, ciclones tropicais, tornados e marés em rios são normais em Bangladesh todos os anos.
E se ao invés de alugar um carro, você tivesse que pagar por um barco para se locomover por Nova York? Fenômenos extremos como suopertempestades já mostram que o perigo é real. Em outubro de 2012, com a chegada do furacão Sandy, as águas do rio Hudson subiram incríveis quatro metros, gerando imagens marcantes, como as ruas do distrito financeiro transformadas em lagos e as linhas do metrô inundadas, parecendo salões de um navio naufragado. Há dois meses, a prefeitura anunciou investimentos de US$ 19,5 bilhões para proteger a metrópole.
Na arena internacional, o pequeno conjunto de nove ilhas localizado no oceano pacífico, entre a Austrália e o Havaí, é um dos que mais trabalha para se fazer ouvir em meio aos interesses de grandes nações nas negociações climáticas. Com área de 26 km², o minúsculo Estado corre o risco de submergir diante do aumento do nível do mar. Nos últimos anos, as inundações constantes já vêm atrapalhando a produção de cultivos locais e a obtenção de água potável.
Veneza carrega a fama de cidade submersa há tempos, situação que só deve piorar com a elevação do nível do mar. De acordo com pesquisadores da Scripps Institution of Oceanography da Universidade da Califórnia, San Diego, a cidade afunda a uma taxa de 2 milímetros por ano. Pode não parecer muito, mas considere que ao longo de cinco anos, a cidade desaparece mais um centímetro, e o cenário certamente se torna preocupante para gerações futuras.
Densamente povoado, a região do Delta do Mekong, uma das mais férteis do Vietnã, pode tornar-se vítima das mudanças climáticas. Um aumento do nível do mar inundaria rapidamente as fazendas de camarões, os vilarejos e os cultivos agrícolas, que garantem trabalho e sustento para os moradores locais. Segundo previsões mais pessimistas, até 2100, o mar engolirá 5% do território e 7% das terras agrícolas.
Nação insular localizada no Oceano Índico, as Seicheles são constituídas por vários arquipélagos localizados a noroeste de Madagáscar. Com uma população de 87 mil habitantes, foi uma das primeiras nações a ligar o alarme global sobre o impacto das alterações climáticas e da consequente ameaça da elevação do mar para pequenos países insulares.
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