Vista do Porto Maravilha: plataforma conectada criada por parceria entre a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Cisco transformou o bairro em exemplo para outras cidades do mundo (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2016 às 16h47.
Está nascendo na área portuária do Rio de Janeiro um bairro inteligente e conectado, um projeto inovador resultado de 18 meses de pesquisa e desenvolvimento. Fruto de uma parceria entre a multinacional americana Cisco e a Prefeitura do Rio, o Porto Maravilha está ancorado em uma plataforma tecnológica que transforma a região em exemplo de como as cidades do futuro serão beneficiadas pela tecnologia.
As soluções urbanas inteligentes implantadas na região permitem que moradores e visitantes se conectem e tenham um maior engajamento com a cidade por meio de uma rede wi-fi liberada para todos e uma variedade de serviços interativos.
Conheça, a seguir, 10 novidades do Porto Maravilha que fazem desse projeto um exemplo de bairro inteligente, humano e conectado.
1_Uma plataforma colaborativa
As novidades tecnológicas do Porto Maravilha estão baseadas em uma plataforma criada pela Cisco exclusivamente para essa região da cidade. Ela fornece conectividade para diferentes aplicativos e serviços focados em mobilidade, colaboração, turismo, sustentabilidade, planejamento urbano e acessibilidade.
Essa plataforma está baseada em um data center dedicado e em uma rede wi-fi urbana, utilizada para conectar todos os dispositivos, usuários e serviços. “É absolutamente necessário, para uma cidade que queira acelerar o processo de se tornar inteligente, criar uma plataforma conectada, sobre a qual possam ser desenvolvidos serviços variados, como controle de lixo, trânsito e ações ligadas à mobilidade”, diz Nina Lualdi, diretora sênior de inovação da Cisco para a América Latina.
2_Wi-fi para todos
Em um bairro modelo para o futuro, a conexão wi-fi gratuita para todos é um item básico. A rede móvel é um dos elementos-base do projeto Porto Maravilha. A primeira etapa da instalação foi anunciada em maio deste ano. Hoje, a cobertura se estende entre a Praça Mauá, por meio de seis zonas wi-fi localizadas nos mobiliários urbanos, e a Orla do Conde, entre os armazéns 1 e 8.
Mas não se trata de uma rede comum. Ela vem com ferramentas de análise de presença que fornecem aos administradores dados sobre fluxo e concentração de pessoas, além de informações demográficas dos usuários dentro de sua área de cobertura.
3_Um laboratório urbano vivo
Uma vantagem do uso da tecnologia na administração e de uma plataforma urbana aberta ao desenvolvimento é a possibilidade de aprender com os dados fornecidos pelo sistema e, com base nisso, criar novos serviços. No Porto Maravilha, os dados obtidos por meio de sensores e de ferramentas de análise de fluxo permitem que as autoridades tomem decisões mais assertivas.
Todas as soluções desenvolvidas sobre a plataforma tecnológica da Cisco são capazes de oferecer dados que enriquecem o conhecimento dos administradores e possibilitam a criação de novos serviços, tanto pela própria cidade como pelos cidadãos. “Utilizamos diversas camadas de soluções Cisco, produtos de conectividade, mobilidade e datacenter. Assim, a plataforma dá suporte à cidade para que ela possa testar e oferecer novos serviços no futuro”, diz Nina.
4_Terreno fértil para novas ideias
De todas as novidades oferecidas pela Cisco para o projeto Porto Maravilha, talvez a mais impactante no longo prazo seja a possibilidade de os cidadãos – empreendedores, desenvolvedores e artistas – utilizarem a plataforma e enriquecê-la com novas ideias e serviços colaborativos. Um exemplo disso pode ser visto por meio do projeto em parceria com o Museu do Amanhã chamado DataSensing: Experiências em Internet das Coisas (IoT).
As pessoas poderão partir dos dados coletados pela plataforma conectada da Cisco no Porto Maravilha e pela cidade, aprender sobre Internet das Coisas e experimentar como é possível desenvolver novas soluções de uma maneira fácil e intuitiva. Assim, será possível para qualquer pessoa criar novas soluções para a cidade.
“Desenvolvemos uma plataforma de inovação”, diz Nina Lualdi. “O cidadão deixa de ser apenas um consumidor para virar um agente, aquele que faz a cidade, desenvolvendo apps e interagindo diretamente com a plataforma.” Com isso, o Porto Maravilha cumpre a sua função de terreno aberto – e modelo – para futuras ondas de inovação urbana surgirem em seu fértil solo tecnológico.
5_Estações interativas para moradores e visitantes
Para facilitar o acesso dos moradores e visitantes à riqueza de informação disponível na plataforma tecnológica e na região do Porto Maravilha, a Cisco instalou quatro estações interativas em locais estratégicos do bairro. Entre os dados disponíveis estão as principais atrações da região, os serviços públicos e a agenda cultural.
Usando as telas sensíveis ao toque, cidadãos e turistas conseguem acessar rapidamente a informação de que precisam. Além disso, o sistema oferece experiências interativas para melhor explorar a região e suas atrações, como o Felicitômetro, que monitora publicações nas redes sociais para mostrar, em tempo real, com base em análise de sentimentos, os locais com maior “nível de felicidade” da região.
6_Rotas acessíveis
Um dos grandes desafios para uma cidade mais inclusiva é garantir acessibilidade para todos, com calçadas e entradas de estabelecimentos em condições de uso e adaptadas aos portadores de necessidades especiais, como os cidadãos que se locomovem em cadeiras de rodas. A tecnologia pode oferecer uma ajuda valiosa nessa área.
No Porto Maravilha, o Guia do Porto, disponível nos quiosques e em versão para smartphones, dentro do aplicativo Guia Inteligente, mostra rotas acessíveis no bairro, criadas a partir de informações disponibilizadas pela startup Livrit, vencedora do Desafio Cisco de Inovação Urbana.
A empresa utiliza dados enviados pelos próprios cidadãos por meio de um mapeamento detalhado da região para traçar as melhores rotas acessíveis. “Escolhemos projetos que têm aderência à plataforma e que produzem soluções de importância estratégica e de impacto para o cidadão”, diz Nina Lualdi, sobre a escolha da primeira leva de startups que desenvolveram serviços e competiram no desafio criado pela Cisco.
7_Conexão entre governo e cidadão
Quanto mais próximo o governo estiver do cidadão, maior será a sua capacidade de atender às necessidades públicas. E essa ponte pode ser incrementada pela tecnologia. No fim, os dois lados ganham: a população tem acesso aos serviços de que necessita e os governantes podem oferecer um atendimento mais rápido e desburocratizado.
Um exemplo disso são os postos avançados de atendimento, chamados Rio City Info, que conectam os visitantes e turistas a uma central da Riotur. Esses postos utilizam a solução Cisco Remote Expert, que permite a troca de informações com agentes da Riotur mesmo a distância, por meio de voz, vídeo e dados.
Câmeras especiais instaladas nos quiosques fazem a leitura de documentos. Completam o conjunto de equipamentos um tablet acoplado e uma impressora, operados pelo agente. A solução permite selecionar um idioma (português, inglês ou espanhol) e redireciona o atendimento para o agente adequado. Em agosto, essa mesma tecnologia disponível no Porto Maravilha também será instalada no Aeroporto Santos Dumont, na rodoviária Novo Rio e no Rio Media Center, um centro que receberá jornalistas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
8_Ferramentas de ponta para gerir a cidade
A tecnologia de redes conectadas, somada à inteligência de dados, oferece uma ferramenta poderosa às autoridades para reagir rapidamente a imprevistos. Durante o desenvolvimento do projeto Porto Maravilha, a Cisco estabeleceu uma parceria com o Centro de Operações Rio (COR) para a criação de uma Unidade Móvel, dotada de tecnologias de ponta para que os agentes do COR possam utilizar, remotamente, toda a capacidade que eles teriam se estivessem na base central.
“O COR se tornou um órgão fundamental na gestão da cidade e a Unidade Móvel expande ainda mais suas capacidades de ação”, diz Nina. Outro exemplo de inteligência de dados é o sistema de áudio e vídeo para vigilância desenvolvido pela startup Áudio Alerta. Ele atua na detecção de sons incomuns no bairro e, depois, os envia para análise no Centro de Comando e Controle do Porto Maravilha.
9_Gestão ambiental monitorada
A captura de informações do ambiente não se restringe à vigilância em áudio e vídeo. Sete estações de sensoriamento ambiental foram instaladas, com um conjunto de 11 tipos de sensores que manterão o Centro de Operações Rio informado, em tempo real, sobre os dados ambientais colhidos na região.
Assim, a Prefeitura obtém dados mais precisos e pode se planejar para atuar no caso de alguma situação adversa que exija a intervenção das autoridades, além de traçar planos de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Outro exemplo: 28 bueiros da região foram equipados com sensores volumétricos da startup NetSensors. Conectados ao Centro de Comando e Controle do Porto Maravilha, eles otimizam a gestão do serviço e ajudam a solucionar rapidamente casos de entupimento.
10_Energia renovável
A Agência Internacional de Energia estima que, em 2020, 26% do consumo global de eletricidade virá de fontes renováveis – em 2012, a porcentagem era de 13,2%. Os números mostram a importância da energia renovável em projetos de inovação urbana voltados para o futuro. No Porto Maravilha, os sensores espalhados pelo bairro são abastecidos por energia solar e utilizados para coletar dados úteis para o gerenciamento ambiental da área.
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