Revista Exame

J. R. Guzzo: a queda dos juros mostra uma diferença essencial

A queda da taca de juros não foi obtida na base da paulada, por teimosia ideológica, sem prestar atenção no que ocorria no mundo das realidades

O preço que pagamos: a inflação, que há um ano estava em 10% ao ano, caiu para menos de 3% — e há quem diga que essa queda é um exagero (Alexandre Battibugli/Exame)

O preço que pagamos: a inflação, que há um ano estava em 10% ao ano, caiu para menos de 3% — e há quem diga que essa queda é um exagero (Alexandre Battibugli/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2017 às 05h55.

Última atualização em 2 de novembro de 2017 às 05h55.

Eis aí, mais uma vez: o Banco Central acaba de jogar os juros para 7,5% ao ano, o segundo menor nível da taxa desde 2013, quando o tresloucado laboratório de experimentos econômicos da ex-presidente Dilma Rousseff (testados em seres humanos, ao vivo) achou que diminuir a taxa Selic na base da paulada, sem prestar a mínima atenção no que acontecia então no mundo das realidades, era a salvação do Brasil. A estupidez terminal de mais esse passe de macumba na economia acabou da única maneira que poderia ter acabado. A inflação disparou, é lógico, mas o juro artificialmente baixo, reduzido por teimosia ideológica, ignorância e demagogia, não trouxe nenhum dos benefícios que deveria trazer. Não houve retomada da economia, não aumentaram os investimentos, o desemprego continuou explodindo, o país afundou na pior recessão dos tempos modernos. E, naturalmente, passadas as eleições de 2014, a taxa de juro voltou exatamente para onde estava, lá em cima. Tudo para nada, como de hábito na economia de “conquistas sociais” imposta ao Brasil pelos dois presidentes que antecederam Temer —criação exclusiva e original, aliás, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o enfiou à força na chapa presidencial de Dilma.

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