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Livros, séries e filmes: dicas culturais para aproveitar durante as férias

Mais de duas décadas após o primeiro filme, O Auto da Compadecida 2 chega aos cinemas. E no dia do Natal

Cena de O Auto da Compadecida 2: Selton Mello e Matheus Nachtergaele de volta (Laura Campanella/Divulgação)

Cena de O Auto da Compadecida 2: Selton Mello e Matheus Nachtergaele de volta (Laura Campanella/Divulgação)

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 06h00.

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“Vim contar para vocês a história de João Grilo, que morreu nas escadas da igreja de Taperoá, foi mandado ao purgatório, conversou com Jesus e o Diabo, foi salvo pela misericórdia de Nossa Senhora e voltou à vida em um milagre divino. Como aconteceu? Não sei, só sei que foi assim.”

É essa a narração de Chicó que dá início ao filme O Auto da Compadecida 2, sequência de um clássico nacional baseado na obra teatral de mesmo nome de José Saramago, que chega aos cinemas neste Natal, 25 de dezembro.

Com direção de Flávia Lacerda e Guel Arraes — diretor também do primeiro longa —, o segundo filme traz de volta Selton Mello como Chicó, Matheus ­Nachtergaele como João Grilo, Virgínia Cavendish como Rosinha e Enrique Díaz como Joaquim Brejeiro. Acrescenta como novidades no elenco Taís Araújo (A Compadecida), Fabíula Nascimento (Clarabela), Eduardo Sterblitch (Arlindo), Humberto Martins (Coronel Ernani) e Luís Miranda (Antônio do Amor). 

A sequência narra a mais nova aventura de Chicó e João Grilo, 24 anos após os eventos do primeiro longa, que teve mais de 2 milhões de espectadores. “Quando veio a oportunidade de fazer um segundo filme, eu sabia o tamanho do desafio, mas estava confiante de que seria algo tão bom quanto, especialmente por causa da equipe toda de volta”, disse Selton Mello, em entrevista à EXAME Casual, dois dias após a primeira estreia da produção, na CCXP24. “Chicó tem uma frase famosa em que ele diz que tem medo e é covarde, o que é muito engraçado do personagem. Eu, Selton, sou bem diferente dele: diante do segundo filme me sinto forte e corajoso para acreditar que é uma produção tão boa quanto a primeira.”

Ainda que Chicó seja um dos personagens mais icônicos e centrais da história, é a interpretação de Matheus Nachtergaele para João Grilo que rouba a cena no novo filme. Os minutos finais sustentam um monólogo dele com ele mesmo, de suma importância para a narrativa — e entre os momentos mais aguardados da produção.

“Tenho a esperança de que O Auto da Compadecida 2 lembre a todos que é muito bom ser brasileiro e que devemos construir este país juntos, respeitá-lo, amá-lo, e aprender a transformar aquilo que há de mais simples e popular no Brasil em alta cultura, fundamental, de base. É uma oportunidade incrível, inclusive, para eu exercitar novamente meu instrumental de palhaço”, disse o ator.


Realismo mágico no streaming

Cem anos de solidão | Claudio Cataño, Jerónimo Barón e Marco González | Disponível na Netflix (Pablo Arellano/Netflix/Divulgação)

Obra de Gabriel García Márquez vira série na Netflix

Cem Anos de Solidão foi uma das obras que fizeram com que Gabriel García Márquez ganhasse o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Agora, a história publicada em 1967, e com mais de 50 milhões de exemplares vendidos em mais de 40 idiomas, ganha uma versão na Netflix. A série colombiana de 16 episódios divididos em duas partes traz os primos José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán, que, depois de se casarem contra a vontade dos pais, abandonam o vilarejo onde moram para embarcar em uma jornada em busca de um novo lar. Acompanhados por amigos, o casal chega às margens de um rio de pedras pré-históricas, onde fundam uma cidade utópica que batizam de Macondo. O realismo mágico de Márquez ganha vida com as diversas gerações da linhagem dos Buendía na cidade mítica, atormentada pela loucura, amores impossíveis, uma guerra sangrenta e absurda, e o medo de que uma terrível maldição os condene, inevitavelmente, a 100 anos de solidão. “A série precisava capturar as emoções que o livro desperta, sem esquecer que estamos lidando com uma linguagem diferente”, diz a roteirista Camila Brugés.


King: Uma vida | Jonathan Eig | Companhia das Letras | 139,90 reais (Companhia das Letras/Divulgação)

Memórias de um líder

Um retrato íntimo de Martin Luther King Jr., na mais abrangente biografia já escrita sobre ele. Muito se sabe sobre as lutas e conquistas de Martin Luther King Jr. No entanto, uma série de arquivos recentemente liberados pelo FBI, com uma extensa pesquisa do jornalista e biógrafo Jonathan Eig, revela fatos pouco conhecidos sobre o defensor da igualdade e dos direitos civis dos negros. Em King: Uma Vida, Eig não usa a narrativa do herói determinado a lutar até a morte por justiça e liberdade, e sim mostra King de perto: em casa com a família e os amigos e na intimidade, com dúvidas e atribulações mais pessoais. Também é revelado um lado mais pessoal de King, uma vez que o equilíbrio emocional e a retidão moral projetados por sua figura pública contrastavam com distúrbios psíquicos, vícios mundanos e desvios de conduta na vida privada. O Prêmio Pulitzer 2024 foi concedido a Eig por esta obra.


Clarice Lispector Entrevista | Clarice Lispector | Rocco | 109,90 reais (Rocco/Divulgação)

Conversas com Clarice Lispector

Em livro com compilado de entrevistas, Clarice Lispector conversa com personalidades como Burle Marx, Maysa e Elke Maravilha. Lispector não gostava de dar entrevistas, mas adorava estar no papel de entrevistadora. Além dos romances e contos produzidos, a autora publicou muitas entrevistas que fez entre as décadas de 1940 e 1970. E, assim como ocorria em sua literatura, Lispector desenvolveu um modo de conduzir suas conversas com celebridades e grandes representantes da cultura, da política e do empresariado da época. Agora, chega às livrarias Clarice Lispector Entrevista, com 35 novas conversas, entre as 83 que compõem o volume, que originalmente foram publicadas nas revistas Manchete, Fatos & Fotos: Gente e no livro De Corpo Inteiro. Entre os novos textos, há conversas com o paisagista Burle Marx, a cantora Maysa e Elke Maravilha. O livro também traz o método de trabalho de Lispector, que preferia fazer anotações a mão a usar gravador nas entrevistas, que aconteciam em seu apartamento, na casa ou no escritório do entrevistado, ou ainda no restaurante Antonio’s, no Leblon.  


um lugar para ter experiências de viagem...

...na Ilha de Páscoa (Chile)

O Nayara Hangaroa, na Ilha de Páscoa,  traz uma imersão completa na cultura e na natureza desse destino que desperta curiosidade. Unindo luxo e autenticidade, o hotel proporciona acesso a passeios guiados para explorar os icônicos moais e os mistérios da cultura Rapa Nui, além de paisagens vulcânicas e costeiras.

...na Garden Route (África do Sul)

Na charmosa Garden Route da África do Sul, o The Manor House at Fancourt entrega uma estadia que é sinônimo de sofisticação. A experiência inclui um passeio de balão ao amanhecer, com vistas deslumbrantes das montanhas Outeniqua e da vida selvagem local.

...em Xangai (China)

Localizado no agitado centro financeiro de Lujiazui, em Xangai, o J Hotel está posicionado no topo da Shanghai Tower, o edifício mais alto da China e o terceiro mais alto do mundo.  Além de vistas panorâmicas da cidade, o hotel oferece uma experiência de cruzeiro na rota do Bund no Rio Huangpu, a bordo de um iate de edição limitada.

Carolina Gehlen


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