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Rally dos Sertões 2020: poeira com projetos sociais a reboque

Com confinamento em “bolhas”, o Rally dos Sertões 2020 quer deixar legado social e convencer os brasileiros a visitar os destinos desbravados

Com largada no dia 30 de outubro em Mogi Guaçu, a prova vai distribuir pelo caminho 12.000 cestas básicas (Divulgação/Divulgação)

Com largada no dia 30 de outubro em Mogi Guaçu, a prova vai distribuir pelo caminho 12.000 cestas básicas (Divulgação/Divulgação)

DS

Daniel Salles

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 05h20.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 15h42.

Entre pisar no freio por receio da pandemia e acelerar para escapar dela, os organizadores do Rally dos Sertões optaram pela segunda saída. Descartaram o cancelamento da edição deste ano, a 28ª, mas concluíram que só faria sentido levantar poeira com projetos sociais a reboque. Com largada no dia 30 de outubro em Mogi Guaçu, em São Paulo, a prova vai distribuir pelo caminho 12.000 cestas básicas para famílias desassistidas — os alimentos foram comprados de pequenos produtores enraizados ao longo do trajeto para estimular a economia local. E pelos rincões do país vai instalar seis cabines de telemedicina que envolvem 14 especialidades e ficarão à disposição da população por um ano.

A mudança da competição de agosto para outubro, que favorece o inédito encontro de chuvas pelo caminho, não é a única novidade deste ano. Por motivos evidentes, tanto competidores quanto auxiliares e organizadores estão proibidos de recorrer aos hotéis e restaurantes das cidades-sede. Serão obrigados a acampar ou estacionar seus motor homes nas seis “bolhas” que dividem os 5.000 quilômetros do trajeto. Nada mais são do que áreas de apoio isoladas nas quais só entrará quem fizer parte da prova e tiver testado negativo para covid-19 — o endereço de cada uma delas é mantido em sigilo para não atrair curiosos. Quem desrespeitar o isolamento estará fora.

A prova terminará no dia 7 de novembro em Lençóis Maranhenses. O Parque Nacional da Chapada das Mesas, no cerrado maranhense, é outro ponto alto do percurso. São destinos paradisíacos que a prova almeja promover. “Muito brasileiro conhece o Grand Canyon americano, mas não sabe que o Piauí tem formações ainda mais impressionantes”, diz Joaquim Monteiro, CEO do Rally dos Sertões. “Com as restrições às viagens internacionais, o país tende a aproveitar melhor seus atrativos.” A competição vai envolver mais de 200 veículos, entre motos, UTV e 4x4. Se a edição passada teve a participação de famosos como Luciano Huck e Whindersson Nunes — amadores são sempre bem-vindos —, esta terá Rubens Barrichello, Nelsinho Piquet e o chef Olivier Anquier. São três dos mais de 370 pilotos confirmados.

(Arte/Exame)

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