Revista Exame

Lojas se reinventam e viram centros de entretenimento e de legado de marca

Com a digitalização crescente, os pontos de venda se reinventam e viram centros de entretenimento e de legado de marca

A nova loja da Lacoste: experiência de game e herança da marca. (Nicolas Thomas Moreno/Hans Lucas/Divulgação)

A nova loja da Lacoste: experiência de game e herança da marca. (Nicolas Thomas Moreno/Hans Lucas/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 22 de julho de 2022 às 06h00.

A nova loja conceito da Lacoste em Paris, na Avenue Champs-­Élysées, ocupa três andares. Nos 1.600 metros quadrados do local estão mais de 9.500 peças à venda, entre as tradicionais polo, sneakers e jaquetas com microestampas. Mas ainda há bastante espaço vago, e a verdade é que caberiam mais araras. No lugar estão espaços interativos, em que projeções de bolinhas de tênis podem ser chutadas como em um game. O prédio era um antigo cinema, o Gaumont Ambassade. O andar de baixo teve a decoração preservada e conta com coleções da Lacoste com tema de filmes, como uma camisa assinada por Pedro Almodóvar.

Bem pertinho de lá, na Avenue Montaigne, a Dior reabriu sua mítica butique, inaugurada por Christian Dior há 75 anos, depois de dois anos e meio de reforma. Mas não se trata só de uma loja. No espaço de 10.000 metros quadrados projetado pelo arquiteto Peter Marino estão a Galerie Dior, com um acervo histórico da grife, o restaurante Monsieur Dior, uma pâtisserie e um hotel.

Com a crescente digitalização em anos recentes, acelerada pela pandemia, cabe a pergunta: para que serve uma loja hoje? Os pontos físicos de venda continuam sendo um ponto de contato importante com o consumidor, segundo Krishna ­Nikhil, diretor de merchandising e de mar­keting da varejista multimarcas Ssense, e Web Smith, fundador da empresa de mídia de varejo 2PM. Os dois executivos participaram no mês passado de um seminário sobre o tema organizado pelo site especializado Business of Fashion.

Segundo eles, as lojas precisam ser mais do que lugares para rea­lizar transações. A Ssense lançou um serviço de agendamento para que os clientes possam participar de programações culturais para além do consumo. O projeto começou em 2018, portanto antes da pandemia, com uma exposição do estilista Virgil Abloh em que ele contava seu processo criativo em sua marca Off-White. “Estamos devolvendo o tempo que o cliente gasta em nossas lojas com uma imersão em outras experiências”, disse Nikhil.

Em Belo Horizonte acaba de ser inaugurada a Casa Ricardo Almeida, com 760 metros quadrados distribuídos por dois andares, sem placa na porta e com atendimento apenas com hora marcada. “Queremos acolher o cliente e oferecer uma experiência totalmente personalizada. A nossa casa tem uma identidade particular, desde o tamanho maior até o design e a arquitetura, que possibilitam mais conforto”, diz o estilista. Nada parecido com o que você encontra em um e-commerce.  

Conheça a newsletter da EXAME Casual, uma seleção de conteúdos para você aproveitar seu tempo livre com qualidade.

Acompanhe tudo sobre:LojasMarcasModa

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda