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Os ativistas da Tarpon chegaram na BRF

A gestora de fundos Tarpon liderou uma importante mudança na gestão da empresa de alimentos BRF. A partir de 2014, é bom que os resultados comecem a aparecer


	BRF: a espera de resultados
 (Germano Lüders/EXAME.com)

BRF: a espera de resultados (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 12h48.

São Paulo - Investidores ativistas — aqueles que compram participações em empresas abertas com o objetivo de mudar sua gestão — existem há mais de 30 anos nos Estados Unidos. É gente como Carl Icahn, que acumulou uma fortuna de 20 bilhões de dólares incomodando presidentes de empresas americanas.

No Brasil, a vida de quem pretendia seguir caminho semelhante sempre foi mais dura. Como a imensa maioria das empresas brasileiras tem controlador definido, brigar por mudanças costuma ser perda de tempo. É por isso que a atuação recente da gestora de fundos Tarpon chama tanta atenção.

Dona de 8% das ações da fabricante de alimentos BRF, a Tarpon decidiu, um ano atrás, que era hora de dar uma chacoalhada na empresa — que é controlada por um grupo heterogêneo de fundos.

A história é conhecida: a Tarpon convenceu o empresário Abilio Diniz a comprar mais de 1 bilhão de reais em ações da empresa e, em acordo com outros acionistas, a assumir a presidência do conselho de administração, o que ocorreu em  abril. Desde então, a estratégia da BRF é a estratégia da Tarpon.

Vai dar certo? Um plano desenvolvido no ar condicionado de um escritório na avenida Brigadeiro Faria Lima, centro financeiro de São Paulo, seria melhor do que aquele tocado pela gestão anterior, no comando há anos? Os resultados começarão a surgir em 2014.

A Tarpon e seus aliados sempre julgaram a BRF um gigante tímido, hesitante na hora de crescer no exterior ou lançar novas linhas de produtos no Brasil. De imediato, houve uma troca na cúpula da empresa. Assumiu o consultor Cláudio Galeazzi, especialista em cortar custos.

Em novembro, Pedro Faria, sócio da Tarpon, tornou-se presidente da divisão internacional, e cabe a ele procurar alvos de aquisição em regiões como o Oriente Médio. Para os críticos, a nova gestão corre o risco de se concentrar demais em cortar custos e crescer de qualquer jeito, o que poderia ameaçar o futuro da empresa.

Os executivos da BRF dizem que reduzir despesas é algo necessário para  colocar o projeto de longo prazo em prática. Vai saber quem está com a razão. Para a Tarpon, é bom que os planos deem certo. O investimento na BRF representa cerca de 40% do patrimônio de seus fundos.

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