Revista Exame

Nos shows, o licenciamento é o show fora dos holofotes

Como grandes eventos, do UFC ao Rock in Rio, se tornaram um promissor segmento para o negócio bilionário de produtos licenciados no Brasil


	Luta do UFC, no Brasil: 40 novos produtos serão licenciados no país neste ano
 (UFC / Divulgação)

Luta do UFC, no Brasil: 40 novos produtos serão licenciados no país neste ano (UFC / Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2013 às 20h34.

São Paulo - Quase 14 000 torcedores encheram o HSBC Arena, no Rio de Janeiro, para assistir em agosto a uma etapa do UFC, sigla para Ultimate Fighting Championship, a maior competição de artes marciais mistas do mundo. Atraí­da pela presença de brasileiros em todas as 11 duplas que se engalfinharam naquela noite, parte do público chegou 1 hora antes de a primeira disputa começar.

Com cinco grandes estandes de produtos do evento nos corredores, fãs se concentravam no balcão para comprar camisetas, bonés e até bonecos de lutadores. Até o fim deste ano, a projeção é que as receitas com produtos licenciados do UFC alcancem 200 milhões de reais, 43% mais do que no ano passado.

O montante, estima-se, já equivale a um quinto do faturamento com licenciamento do campeonato nos Estados Unidos. “A demanda tem sido muito grande, e só neste ano planejamos lançar 40 novos produtos”, afirma Marcus Macedo, diretor da Exim Licensing, agência licenciadora do UFC na América Latina, que chegou ao país em 2010.

O exemplo do UFC mostra como os grandes eventos se tornaram um segmento promissor para o negócio de licenciamento no Brasil. O faturamento total de produtos licenciados no país­ no ano passado chegou a 12 bilhões de reais, o dobro em comparação a 2010. Não há dados precisos, mas estima-se que até agora a maior parte desse montante se concentre em produtos infantis ligados a personagens e celebridades.

Entre os mais populares estão itens como cadernos e lancheiras estampados com a boneca Barbie e os carrinhos Hot Wheels, pertencentes à americana Mattel, que faturou cerca de 1 bilhão de reais só com o licenciamento de suas marcas no Brasil em 2012. “Com a vinda de mais eventos para o país, surge uma nova frente a ser explorada pela indústria”, afirma Marici ­Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Licenciamento.

Como boa parte das vendas de produtos ligados a um evento é feita durante sua realização, as receitas desse negócio dependem de sua frequência. Foi o que aconteceu com o UFC, que rea­lizou a primeira luta no país em 2011. Em 2012, foram três. Neste ano, serão sete. O mesmo aconteceu com os X Games, competição de esportes radicais promovida pela rede de TV americana ESPN, que estreou no Brasil em 2008.

A segunda edição foi realizada neste ano e há previsão de repeti-la em 2014 e 2015. Nesse cronograma, os contratos fechados com fabricantes preveem­ o uso da marca por três anos. Para 2013, o faturamento é estimado em 40 milhões de reais. A frequência também tem ajudado o Rock in Rio.

Após uma década de espera, a edição do festival realizado em 2011 vendeu 3,1 bilhões de reais em produtos, de carros a chiclete. Neste ano, a marca dobrou o número de itens licenciados para 600 e pretende faturar 13% mais. “Com maior número de edições, o negócio tende a aumentar”, diz Rodolfo Medina, vice-presidente do Rock in Rio, que prepara o próximo festival no país para 2015.

A proximidade da Copa e da Olimpíada também estimula novos contratos de licenciamento. A rede de lojas de brinquedos Ri Happy, licenciadora do mascote oficial, o Fuleco, já vendeu 4 000 unidades na Copa das Confederações e planeja vender 22 000 em 2014. A três anos da Olimpíada, o Comitê Olímpico Brasileiro já firmou nove acordos.

Em Londres, há um ano, a loja da competição faturou o equivalente a 400 milhões de reais, e a fila na porta chegava a 1 quilômetro. “Estamos nos preparando para algo parecido”, diz Sylmara Multini, gerente-geral de licenciamento do Rio 2016. “Vamos fechar mais 60 contratos até 2015.”

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