Revista Exame

O Risco Odebrecht

Em dez anos, a Odebrecht, quarto maior grupo do país, quintuplicou de tamanho e passou a faturar 108 bilhões de reais. A meta era chegar a 200. Agora tem seu presidente preso e negócios sob suspeita. Pior: com uma enorme dívida para pagar


	 PRISÃO DE MARCELO ODEBRECHT: o ex-diretor jurídico Newton de Souza assumiu a presidência do grupo em seu lugar
 (Rodolfo Buher/ REUTERS)

PRISÃO DE MARCELO ODEBRECHT: o ex-diretor jurídico Newton de Souza assumiu a presidência do grupo em seu lugar (Rodolfo Buher/ REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2015 às 11h20.

São Paulo — Cada novo capítulo da Operação Lava-Jato traz dois tipos de implicação. O primeiro é da natureza de investigações ­desse tipo — a Justiça fica mais perto de montar o quebra-cabeça do esquema de corrupção que, descaradamente, roubou bilhões de reais dos cofres da Petrobras. Mas logo em ­seguida vêm as implicações econômicas, inescapáveis quando vão parar na cadeia executivos das maiores empresas do país.

A saúde financeira, afinal, é afetada. Quais bancos, e em quais condições, vão emprestar dinheiro para uma companhia que tem representantes na cadeia? Que órgão ­governamental vai fechar ou renovar contratos com empresas acusadas de corrupção? Essa onda de desconfiança foi afetando grupos de cuja solidez ninguém ousava duvidar até novembro do ano passado, quando os primeiros executivos de empreiteiras foram presos na Lava-Jato.

A OAS foi a primeira das grandes empreiteiras nacionais a pedir recuperação judicial, em março. Em seguida ­caíram Galvão Engenharia e Schahin, além de diversas empresas menores. Mas, a cada novo capítulo da Lava-Jato, era quase irresistível especular — o que vai acontecer se e quando a onda bater na Odebrecht?

A Odebrecht é, de longe, a maior das empresas investigadas pela operação Lava-Jato (exceção feita, claro, à própria Petrobras). É o quarto maior grupo privado brasileiro, atrás dos bancos Itaú e Bradesco e da J&F, que controla a gigante da carne JBS. Com um faturamento de 108 bilhões de reais, é a maior empregadora do Brasil.

Poucas empresas aproveitaram tão bem o crescimento do Brasil e da América Latina na última década quanto a Ode­brecht. O grupo construiu estádios de futebol e hidrelétricas no Brasil, porto em Cuba, estrada na Bolívia, metrô na Venezuela. No mesmo período, passou a ser dono de uma empresa de pagamento de pedágios, começou a fabricar submarinos nucleares e a produzir até 3 bilhões de litros de etanol por safra.

Somando tudo isso, quintuplicou de tamanho desde 2005. Em 2010, o grupo anunciou a meta de chegar a 200 bilhões de reais até 2020. Como se sabe, tudo mudou em 19 de junho, quando o presidente do grupo, Marcelo Ode­brecht, foi preso junto com outros três diretores. Empresas como a OAS foram à lona porque suas receitas caíram com a Lava-Jato e suas dívidas se provaram impagáveis.

A Ode­brecht tem uma dívida total de 88 bilhões de ­reais. É dinheiro suficiente para fazer com que os bancos brasileiros prendam a respiração. Nos últimos cinco anos, a Ode­brecht pagou 35 bilhões de reais apenas em juros de sua dívida. E, mesmo assim, ela cresceu.
Para evitar que a desconfiança se espalhe entre seus credores, a Odebrecht começou, logo após a prisão de seu controlador, uma rodada de apresentações. A principal porta-voz tem sido a diretora financeira Marcela Drehmer.

Em uma viagem aos Estados Unidos na primeira semana de julho, ela levou também Newton de Souza, ex-diretor jurídico que assumiu a presidência da holding no lugar de Marcelo Ode­brecht. “Reforçamos aos bancos que as empresas da Odebrecht são pessoas jurídicas diferentes, com caixa e dívida independentes”, afirma Marcela. “Além disso, temos sócios estratégicos diferentes nas empresas, que garantem regras de governança e equilibram a necessi­dade de capital.”

O objetivo é evitar que se espalhe a ideia de que o grupo pode cair como um dominó — como uma empresa é independente das outras, segundo o grupo, um eventual tropeço não derrubará as demais. Nessas reuniões, os executivos da Ode­brecht alegam também que o grupo não terá problemas para honrar sua dívida. O grupo tem 25 bilhões de reais em caixa e restam 63 bilhões em dívida líquida cujo prazo médio de vencimento é de 12 anos.

São números que sugerem que há fôlego para segurar o tranco. O grande problema é que, se números são importantes, a percepção do mercado também é. E, à medida que o tempo passa e o controlador da empresa segue preso, fica mais difícil ganhar o jogo da imagem.

Como já se viu em escala muito menor, construtoras como Delta e OAS foram obrigadas a pedir recuperação judicial porque ficou impossível sobreviver em meio a uma crise de confiança. Os números mostravam que ambas eram relativamente saudáveis e poderiam evitar o pior. Mas o mercado não estava nem aí para os números.

Risco de multa

No caso da Ode­brecht, a Lava-Jato dificulta as coisas de diversas maneiras, e não apenas, como se verá adiante, no dia a dia de seus negócios mais importantes. Ao rebaixarem a nota de risco da dívida do grupo, as agências de classificação de risco colocaram na conta até mesmo a probabilidade de que a empresa seja obrigada a pagar uma multa bilionária por formação de cartel (o Cade, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, abriu inquérito para investigar as empreiteiras citadas na Lava-Jato).

Por lei, a multa varia de 0,1% a 20% do faturamento — o que daria 7  bilhões de reais no caso de uma condenação extrema. Não é coisa para amanhã, já que o último processo desse tipo, que puniu as cimenteiras por cartel (e definiu multas de 15% do faturamento, em média), levou oito anos para acabar.

Mesmo assim, após a prisão de seus executivos, os papéis de dívida da Ode­brecht negociados no exterior caíram 25% — ou seja, para investir na Ode­brecht, os investidores passaram a exigir um retorno duas vezes maior do que o pago pela enroladíssima Petrobras. A crise atual pega a Ode­brecht num momento que já seria desafiador se tudo estivesse correndo bem.

Nos últimos anos, o grupo adotou uma estratégia extremamente agressiva de diversificação. Hoje atua em dez mercados proncipalmente — construção, petroquímica, concessões, indústria naval, defesa, administração e construção de imóveis, óleo e gás, etanol e gestão de resíduos. A crise econômica, a paradeira na construção e o encarecimento do crédito seriam motivos para colocar um grupo tão complexo numa situação difícil — manter o ritmo de crescimento da década passada seria praticamente impossível, por exemplo.

Alguns negócios, como as concessões e a gestão de resíduos, resistem bem, já que dependem de contratos longos. Mas, nessa hora, é natural que os problemas do passado comecem a pesar mais. Uma das empresas do conglomerado, a Ode­brecht Agroindustrial, vive uma crise aguda há pelo menos dois anos.

A companhia investiu 10 bilhões de reais para comprar e construir nove usinas de etanol em quatro estados brasileiros. Com a crise no setor, a Agroindustrial virou uma dor de cabeça. Hoje, após diversos aportes de dinheiro e reestruturações, deve 10 bilhões de reais. Quando tudo estava indo bem com o grupo, a crise da empresa de etanol ficava diluída, quase esquecida em meio à grandiosidade dos demais negócios.

Não era motivo de grandes preo­cupações, por exemplo, que cinco dos dez negócios principais da Ode­brecht dessem prejuízo (concessões, óleo e gás, estaleiro, etanol, defesa e tecnologia). Mas veio a Lava-Jato e mudou tudo, já que colocou em situação incômoda as duas maiores empresas do grupo — a construtora Norberto Ode­brecht e a petroquímica Bras­kem.

Ambas estão diretamente implicadas nas investigações. No caso da construtora, que fatura 34 bilhões de reais por ano e é a maior do país, os efeitos já vêm sendo sentidos há mais tempo. Assim como as demais empreiteiras investigadas na Lava-Jato, a Ode­brecht está, desde dezembro, proibida de assinar novos contratos com a Petrobras.

A empresa participa de seis dos dez maiores projetos de infraestrutura do país, e cinco deles são investigados pela Lava-Jato. Ao contrário do que acontecia com concorrentes como OAS e Galvão, a Ode­brecht é hoje uma construtora com forte presença no exterior — 70% de sua receita vem de fora do Brasil. Mas uma eventual condenação, seja pelo Cade, seja pela Justiça, poderá atrapalhar mesmo lá fora.

No pior cenário, o Cade pode impedir a empresa de fazer obras públicas no Brasil — sempre no caso de ela vir a ser condenada por crime de cartel no futuro. E, segundo credores ouvidos por EXAME, o risco é que outros países sigam o mesmo caminho e se declarem impedidos de contratar uma empresa que não pode fazer negócios com o governo do próprio país.

Além disso, se uma empresa é proibida de fazer obras públicas no Brasil, o Cade também poderia impedir o governo brasileiro de financiá-la no exterior. Hoje, recursos vindos do BNDES respondem por 15% do total da dívida do grupo (sem contar a participação do BNDESPar ou dos fundos de investimentos do FGTS).

Os países em que a Odebrecht mais cresceu foram aqueles com maior proximidade com os governos do PT, como a Venezuela, e nações africanas. O problema é que esses dínamos de crescimento de tempos atrás estão hoje em apuros. Angola e Venezuela, que representam quase metade do negócio internacional, pararam de crescer com a queda no preço do petróleo — o preço do barril, que chegou a ser cotado em quase 140 dólares em 2008, atualmente está em 58.

“Muita gente não se dá conta de quantos negócios da Ode­brecht estão atrelados indire­tamente ao petróleo”, afirma um executivo que trabalhou na diretoria do grupo por quase dez anos. Em outros países da África e da América Latina, a Ode­brecht começou a esbarrar na crescente concorrência de construtoras chinesas.

Em um cenário de restrição maior de cré­dito, pode perder a briga — afinal, os chineses não têm dificuldade para obter financiamentos de alto valor e longo prazo. Os chineses e a Ode­brecht já chegaram a ter vários embates diretos, como na licitação, no ano passado, para a construção do Gasoduto Sul Peruano (são mais de 1 000 quilômetros, saindo da região de Cuszo até o porto de Ilo, no litoral). Para levar a melhor, a Ode­brecht se aliou à espanhola Enagás. 

A construtora tem 34 bilhões de dólares de faturamento garantido em projetos já contratados, o suficiente para manter as receitas atuais por aproximadamente 30 meses. Em relatório aos clientes, o banco BTG Pactual alerta que, caso não assine novos contratos, a alavancagem pode aumentar, assim como as garantias pedidas por credores. A dívida líquida da construtora é de 3 bilhões de reais, mas, de acordo com a agência de risco Moody’s, há 3 bilhões de dólares de dívidas fora do balanço.

Outra investigada

Grupos diversificados, como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Ode­brecht, têm fôlego maior para resistir aos efeitos da Lava-Jato, já que dependem menos de suas construtoras. O problema, no caso da Ode­brecht, é que a Braskem, maior aposta do grupo em sua diversificação na última década, também caiu na teia da investigação.

A Braskem, maior petroquímica da América Latina e vir­tual monopolista do mercado brasileiro, é hoje a maior empresa do grupo Ode­brecht, com faturamento equivalente a quase metade da receita total. A empresa já vinha enfrentando dificuldades há pelo menos três anos por causa da expansão do gás de xisto nos Estados Unidos que derrubou o preço do gás natural por lá e tirou a competitividade da Bras­kem no mercado mundial.

Em 2014, a situa­ção piorou quando a Braskem começou a bater de frente com sua segunda maior acionista, a Petrobras, dona de 36% do capital. Desde fevereiro de 2014 a Braskem tenta renovar com a estatal o contrato de fornecimento de nafta, um deri­vado do petróleo que é sua principal matéria-prima, de 6 bilhões de dólares por ano.

A Petrobras quer aumentar 7% o preço da nafta, o que, segundo a Bras­kem, pode inviabilizar, de imediato, um de seus três polos petroquímicos. Isso levaria a empresa ao vermelho — a petroquímica fatura 53 bilhões de reais, mas, com margens apertadas, seu lucro líquido é de 726 milhões.

Na prática, especialistas estimam que uma decisão da Petrobras num ambiente político convulsionado como o atual poderia levar a um tombo de um terço no faturamento da empresa que representa metade das receitas da Ode­brecht. As ações da Bras­kem caíram 27% neste ano. Em cima de tudo isso, veio a Lava-Jato. 

A Braskem foi acusada nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de pagar propinas entre 2006 e 2012 para comprar nafta mais barato e agilizar as negociações com a Petrobras. Com o envolvimento da empresa, investidores americanos entraram com ações judiciais contra a Braskem e seus presidentes no período investigado, Bernardo Gradin e Carlos Fadigas, além de Marcela Drehmer, ex-diretora financeira da empresa, e Mario Augusto da Silva, diretor financeiro desde 2013.

Pelo menos seis escritórios de advocacia estão envolvidos em ações coletivas, como o Scott+Scott, Gold­berg Law e Bernstein Liebhard. Os investidores acusam a Bras­kem de ter mantido seus resultados artificialmente atrativos, o que acabou gerando queda das ações da empresa neste ano, e pedem indenização.

A Braskem nega irregularidades. Gradin, que deixou o grupo Ode­brecht em 2010, em litígio com a empresa, disse, por meio da assessoria, que ainda não foi informado oficialmente da ação. Em suas reuniões com credores, a Ode­brecht tem dito que, mesmo com menos acesso a crédito no Brasil, a receita já prevista com os negócios no exterior daria conta de evitar uma crise aguda na construtora.

Pelas contas da empresa, as obras públicas no Brasil respondem por menos de 15% da receita da construtora; e a Petrobras, por 3%. Para Marcela Drehmer, a conclusão de alguns projetos até 2016 garante a redução do endividamento. Com o início da operação da primeira fase do projeto petroquímico da Braskem no México e com a entrega do projeto de energia Chaglla, no Peru, a estimativa é que a receita no exterior suba dos atuais 49% para 55% da receita total do grupo em 2016 — ou 6 bilhões de reais a mais.

Como esses projetos passam a adicionar caixa ao grupo, a alavancagem pode cair dos ­atuais 3,8 para 3,5 vezes a geração de caixa, segundo a diretora financeira. Todos esses problemas têm forçado a empresa a um choque de humildade. A meta de chegar a 200 bilhões de reais até 2020, por exemplo, já é considerada impossível na sede da companhia, na Marginal do Pinheiros, em São Paulo.

Voltar a fazer o que dava certo no passado é a regra no grupo. “O Marcelo gosta de falar em tamanho, mas vamos nos preocupar é com a rentabilidade”, diz Marcela. Na área imobiliária, por exemplo, a empresa reduziu lançamentos em 2015 e não tem previsão para 2016. A Transport, subsidiária de concessões que fatura 2 bilhões de reais, também não tem novos projetos no radar.

E a empresa ainda vai precisar de dinheiro quando a nova rodada de licitações do segundo pacote de logística do governo começar a sair. Para isso, deve colocar à venda uma participação acionária em sua subsidiária de concessões rodoviárias. Em pior situação estão as empresas de óleo, a Odebrecht Óleo e Gás (OOG), e de estaleiros, a Enseada.

A primeira é dependente da Petrobras e foi proibida de disputar novos contratos — os executivos tentam uma reversão da decisão apoiados em um laudo da Controladoria-Geral da União que afirma que a OOG não está sob investigação. O estaleiro Enseada depende do contrato com a fabricante de plataformas de petróleo Sete Brasil, que não paga há mais de oito meses e, por isso, sua operação foi paralisada.

De qualquer forma, um punhado de negócios da Ode­brecht deve passar incólume pela Lava-Jato. A maior tranquilidade está na Ode­brecht Ambiental, que faz tratamento de água e esgoto. A empresa ganhou concessões de 30 anos, que garantem receita perene e que não exigem grandes investimentos em manutenção, além de ter financiamento específico e garantido.

Outras operações que têm financiamento barato e receita garantida são os contratos de segurança nacional, firmados com a Marinha, a Aeronáutica e o Exército, para fabricação de submarinos e radares terrestres e marinhos. No entanto, se a divisão de defesa e segurança tiver necessidade de aporte de capital, a garantidora de seus contratos é o grupo. 

O que significaria, para o país, uma crise prolongada na Ode­brecht? Apesar de ser um dos maiores grupos nacionais, a Odebrecht não vai parar o Brasil. A Petrobras investiu mais de 60 bilhões de reais no ano passado, cinco vezes mais do que a Ode­brecht. Ou seja, crise por crise, a de nossa pobre gigante do petróleo ainda é a que mais atrapalha a economia brasileira.

Mas um solavanco do grupo Ode­brecht afetaria a vida de muita gente. A empresa emprega 118 000 funcionários no Brasil. Segundo um estudo da consultoria LCA, a paralisação de dois dos três polos petroquímicos de nafta do país resultaria na eliminação de 63 000 vagas. Na construção, a Ode­brecht responde sozinha por quase 5% do PIB setorial — sendo que a construção civil conta com mais de 172 000 empresas.

Obras cruciais para nossa infraestrutura estão nas mãos da Odebrecht (o que pode ser dito também de cada uma das grandes empreiteiras nacionais, todas envolvidas na Lava-Jato). Mas talvez a principal correia de transmissão de uma crise na Ode­brecht para a economia brasileira seja financeira.

A dívida bruta da empresa com os bancos soma 54 bilhões de reais (o restante está nas mãos de investidores de renda fixa). Já assustados com o colapso de outras empreiteiras e com a desaceleração da economia, os bancos podem continuar segurando o crédito — a concessão de empréstimo caiu 1,5% no ano.

Na carceragem da Polícia Fede­ral em Curitiba, Marcelo Odebrecht se exercita 2 horas pela manhã e tem alimentação regrada para controlar a hipoglicemia. Segundo amigos, ele tem controlado a ansiedade à base de calmantes. Para a consultoria Eurasia, o maior risco político do Brasil hoje é a delação de Marcelo Ode­brecht.

O juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava-Jato, afirma que Ode­brecht só será solto caso se afaste da administração do grupo. No cenário mais otimista, a Ode­brecht vai ter dois anos para pagar suas dívidas, renegociar com os credores e voltar a crescer em 2017. No pior dos cenários, deve seguir a estratégia das concorrentes e se desfazer dos dedos para salvar as mãos. O que quase ninguém cogita é que, passada a onda da Lava-Jato, a Ode­brecht volte a ser tão poderosa quanto foi até outro dia.

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