Douglas Vieira, da ZeroCarbon: o consumidor consegue calcular o impacto ambiental da compra e neutralizá-lo (ZeroCarbon/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 25 de abril de 2024 às 06h00.
Última atualização em 26 de abril de 2024 às 18h41.
A história de controlar e neutralizar as emissões de carbono está na pauta das empresas faz tempo. Na ótica do consumidor, nem tanto. Douglas Vieira, empresário e cientista de dados, percebeu esse problema em 2020, quando quis neutralizar o próprio impacto ambiental e comprar crédito de carbono. “Eu fiquei feliz de ter feito, mas triste por ter gastado cerca de 1.000 reais”, diz. Da dificuldade, nasceu no mesmo ano a ZeroCarbon, startup com a ambição de democratizar o acesso ao crédito de carbono para o consumidor final.
Assim como o Méliuz, que dá cashback para compras efetuadas em sua plataforma, a startup mineira neutraliza o carbono de compras realizadas em lojas parceiras. “Em vez de receber dinheiro, o consumidor consegue calcular o impacto ambiental da compra e neutralizá-lo com a compra de créditos de carbono”, afirma. São mais de 220 lojas cadastradas atualmente, como Magalu, Centauro e Fast Shop. A ZeroCarbon recebe uma comissão entre 5% e 20% do valor da compra.
Os cálculos da quantidade de carbono a ser emitida são feitos com o uso de uma calculadora automatizada, criada pela própria startup. “Usamos alguns dados da compra, como valor e marca”, diz Vieira, que já investiu mais de 2 milhões de reais, ao lado do sócio Gustavo Lacerda, para desenvolver as tecnologias. Desde o início da operação, mais de 200 toneladas de carbono foram neutralizadas.
A próxima fronteira é usar os aprendizados com as compras digitais para eventos presenciais. Com o apoio do CNPq, de incentivo à inovação, a startup criou uma calculadora para neutralizar as emissões em eventos, a partir de variáveis como número de pessoas, tipo de comida servida, localização e até o uso do ar-condicionado.