Revista Exame

Visão Global – O custo dos altos impostos

O fato de Macron ter reduzido as taxas sobre grandes fortunas só reforçou as críticas da oposição de que o presidente favorece os mais ricos

Manifestantes do movimento dos “coletes amarelos”, na França: o protesto contra Macron simboliza a insatisfação com a carga tributária | Philippe Wojazer/Reuters /  (Philippe Wojazer/Reuters)

Manifestantes do movimento dos “coletes amarelos”, na França: o protesto contra Macron simboliza a insatisfação com a carga tributária | Philippe Wojazer/Reuters / (Philippe Wojazer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 05h00.

Última atualização em 17 de janeiro de 2019 às 05h00.

Em meio à onda de protestos dos gilets jaunes (“coletes amarelos”), que continua sendo uma pedra no sapato do governo do presidente Emmanuel Macron em 2019, a França se tornou o país com a mais alta carga tributária entre os países ricos. Recentemente, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico revisou o nível da carga tributária dos membros da entidade, e o resultado é que, em 2017, a arrecadação com impostos na França subiu para 46,2% do produto interno bruto, superando a Dinamarca, que era a líder desde 2002. O estopim para os protestos violentos que tomaram as ruas de Paris foi justamente a tentativa do governo de aumentar os impostos sobre combustíveis. O fato de Macron ter reduzido as taxas sobre grandes fortunas só reforçou as críticas da oposição de que o presidente favorece os mais ricos. Depois dos protestos, ficará ainda mais difícil para o governo francês implementar as reformas necessárias para melhorar as finanças públicas da França, como uma reforma da Previdência, que estava na agenda para este ano.

PAÍSES BAIXOS

Onde a aposentadoria paga bem

Idosa em Amsterdã: aposentadoria perto da média salarial | Universal Images Group/Getty Images

Uma das maneiras de avaliar a qualidade do sistema previdenciário de um país é por meio da taxa de reposição das aposentadorias. Ela indica quanto o valor recebido pelos aposentados equivale, em média, ao antigo salário deles antes de deixar o mercado de trabalho — levando em conta uma contribuição à Previdência durante a vida toda. Na Holanda, a taxa de reposição equivale a 97% do salário médio. Já no México, ela é de apenas 26%. O Brasil tem um índice bom, de 76%. Os dados são de um extenso estudo recente da OCDE sobre a Previdência Social. No caso da Holanda -— que mantém um sistema misto público-privado como o que o Brasil estuda adotar —, chama a atenção que mais da metade da aposentadoria é coberta pelas contribuições ao sistema privado.

ESTADOS UNIDOS

Boa hora para os menos escolarizados

Trabalhador americano: mercado favorável | David Lawder/Reuters

Poucos momentos foram tão bons na história recente dos Estados Unidos para os trabalhadores menos escolarizados quanto agora. O mercado de trabalho se manteve aquecido em 2018 e as contratações aumentaram. Isso fez com que a taxa de desemprego entre as pessoas que não completaram o ensino médio chegasse a 5,8% em dezembro. É uma das menores taxas em quase 30 anos. Os trabalhadores menos escolarizados são os que costumam sofrer mais com o desemprego nas crises econômicas e os que têm mais dificuldade para se recolocar no mercado. Enquanto a economia se mantiver em crescimento, essa parte da população pode comemorar.

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