Mais de 60% das empresas de capital aberto no Brasil planejam iniciar a adequação às normas IFRS de sustentabilidade apenas em 2026 (Getty Images/Getty Images)
Editora ESG
Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 06h00.
Mais de 60% das empresas de capital aberto no Brasil planejam iniciar a adequação às normas IFRS de sustentabilidade apenas em 2026, um ano antes da entrada em vigor. O dado da Deloitte soa como alerta: o prazo é apertado para um ajuste que exige integrar dois mundos corporativos tradicionalmente separados.
“É como preparar o Imposto de Renda na última semana. Há um desafio grande aí”, adverte Reinaldo Oliari, sócio da consultoria. A partir de janeiro de 2027, companhias listadas terão de conectar balanços aos relatórios ESG, documentos que hoje conversam com públicos distintos. O levantamento mostra que 63% consideram maiores obstáculos o custo de adaptação dos sistemas e a conexão entre relatórios ESG e demonstrações financeiras. Para Oliari, a mensuração de emissões na cadeia de valor e os riscos climáticos figuram entre as principais dificuldades.
A convergência entre finanças e sustentabilidade tem se mostrado positiva, fornecendo visão estratégica mais ampla. O modelo que se consolida coloca o CFO no comando. “A liderança de finanças tem se destacado, já que o contador assinará pela responsabilidade técnica, apoiado por comitês de sustentabilidade”, explica.
No primeiro ano, o especialista sugere foco em riscos climáticos e inventário de emissões dos escopos 1 e 2. Mas o relógio está correndo.