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Robert Stern, o arquiteto das estrelas

Odiado por seus pares, Robert Stern é adorado por Robert De Niro, Denzel Washington e Hilary Swank — lista que ele espera ampliar com famosos de Brasil, Índia e China

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 11h40.

Robert Stern, de 71 anos, é o que os americanos chamam de starchitect, um arquiteto celebridade que assina alguns dos projetos mais disputados pelos ricos e famosos. Foi de sua prancheta que saiu o apartamento mais caro da história de Nova York. Em 2008, antes da fase mais aguda da crise no mercado imobiliário americano, uma cobertura localizada no no 15 da rua Central Park West (sim, de frente para o Central Park e a 2 minutos a pé do Lincoln Center) foi vendida por 80 milhões de dólares. Ao se mudar, o investidor britânico que quis manter seu nome no anonimato encontrou vizinhos bem conhecidos. No mesmo prédio moram o cantor britânico Sting e o ator americano Denzel Washington, além de Lloyd Blankfein, presidente do banco Goldman Sachs.

Em outro prédio de Stern em Nova York, o Superior Ink, moram o estilista Marc Jacobs, diretor criativo da Louis Vuitton, e a atriz Hilary Swank. Stern também é conhecido pelas casas que projeta, como a de Robert De Niro, e por ter sido o responsável pelos projetos arquitetônicos da Disney de 1992 a 2003. “Todos os estados americanos têm pelo menos um prédio de Stern”, diz Andre Kikoski, arquiteto americano que trabalhou com ele em seu último projeto, o 1280 Fifth Avenue, também em Nova York. Stern fez o curso de graduação na Universidade Columbia, onde foi treinado para ser um modernista. Seus prédios comerciais são mesmo cheios de vidros e linhas retas.

Mas nos edifícios residenciais que o tornaram famoso, Stern foi contra a corrente. Apostou em uma arquitetura totalmente tradicional, com tijolo e madeira, bem diferente do design clean então em voga. Por isso, ganhou a antipatia da grande maioria dos arquitetos americanos. Foi chamado de neoclássico e xingado com um dos piores adjetivos usados no seu meio: retrógrado. Em sua defesa, Stern costuma argumentar que prefere pensar na função de um edifício ou casa à sua forma. Que atender às necessidades dos clientes está à frente do anseio de fazer um prédio que chame a atenção — portanto, no extremo oposto de Frank Gehry, o renomado canadense que fez o Museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha, e se tornou um ícone de uma arquitetura destinada a encantar os olhos.

Em breve, a arquitetura careta de Stern poderá ser conhecida por endinheirados mundo afora. “Nova York foi a capital do mundo do século 20, mas o futuro não está aqui”, diz ele. “Está em Xangai, Nova Délhi e Mumbai, onde eu já fiz vários projetos, e certamente em São Paulo, que ainda quero conhecer.” Já existe um prédio dele no Brasil — mais precisamente, no Rio de Janeiro. É a Torre Almirante, um edifício comercial de 36 andares localizado no centro da cidade. “O que ele fez aqui é muito diferente do que costuma fazer em Nova York, que é di ferente dos projetos dele em outras partes dos Estados Unidos ou na Índia. Ele se adapta ao entorno”, diz Ronald Ansbach, vice-presidente da Hines do Brasil, incorporadora que chamou Stern para fazer a fachada e as áreas comuns da Torre Almirante.

Stern não tem nenhum outro projeto em andamento no Brasil, mas acredita que isso logo vai mudar. Sua conta é simples: a economia brasileira está em expansão, assim como o número de milionários com condições de pagar entre 1 milhão e 5 milhões de dólares
para ter uma casa desenhada pelo seu escritório. Mesmo com todo o seu prestígio, todas as conexões com celebridades e toda a notoriedade alcançada com seus prédios luxuosos, Stern sentiu as turbulências geradas pela crise no setor imobiliário americano. O número de funcionários de seu escritório em Nova York caiu de 300 para 200. Não é por nada que esteja louco para que o futuro dos emergentes chegue o quanto antes.

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