EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 10h53.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 18h38.
O americano Glover Ferguson, de 50 anos, é o cientista-chefe da Accenture, uma das maiores consultorias do mundo. Sua função é dirigir os três centros de pesquisa da empresa, descobrindo novas possibilidades de negócio com base em tecnologias emergentes. Em poucas palavras: Ferguson é um farejador de tendências. Durante sua visita ao Brasil, em julho, Ferguson falou a EXAME.
O bombardeio de novas tecnologias está levando ao subaproveitamento das ferramentas já existentes?
Sim. Alguém já disse que o futuro já está aqui, mas ainda não foi distribuído. Há, por exemplo, muita gente esperando a terceira geração de celulares, sem perceber que há muito a fazer com a segunda geração.
Por que isso acontece?
Por um erro comum: acreditar que uma tecnologia substitui necessariamente a outra. A palavra-chave é integração. A regra deve ser "e", não "ou". Não devemos pregar "tijolos ou bits", mas "tijolos e bits". A maioria dos modismos vem daí: "fora com o velho, compre o novo e amanhã você terá tudo". Não é assim que funciona.
Que conselho o senhor daria aos executivos cuja tarefa é decidir que tecnologia adotar em suas empresas?
Todas elas devem ser adotadas sob o ponto de vista do benefício que trarão para o cliente.
Alguma tecnologia revolucionará, de verdade, a maneira de fazer negócios nos próximos anos?
Acho que as etiquetas identificadoras por radiofreqüência abrirão várias possibilidades. Trata-se basicamente de um processador, um pouco de memória e uma antena, ligada a um sistema de rede sem fio. Essas etiquetas podem armazenar todas as informações sobre os produtos a que estão acopladas. Com esse recurso as empresas poderiam controlar, por exemplo, o dia, a hora, a fábrica e até o funcionário que montou seu produto.
Isso ainda não está muito longe da nossa realidade?
Essa tecnologia tem sido estudada desde a Segunda Guerra. Então por que só agora vem despertando interesse? Bem, os computadores também existem há muito tempo, mas se tornaram interessantes desde que atingiram um determinado tamanho e preço. O mesmo vai acontecer com os identificadores por radiofreqüência.