A Família Addams: roteiro mais adulto e piadas adaptadas para o Brasil (Teatro Renault/Divulgação)
Laura Pancini
Publicado em 14 de abril de 2022 às 06h00.
Os musicais em São Paulo estão de volta após dois anos de pausa. Com o aumento da vacinação contra a covid-19 e o afrouxamento de medidas como uso de máscara e distanciamento social, tudo indica que é seguro voltar aos palcos (e assentos) dos teatros paulistas. A peça de maior destaque para os próximos meses é A Família Addams, que retorna após dez anos da estreia de sua primeira temporada no Teatro Renault, com Marisa Orth (Morticia) e Daniel Boaventura (Gomez) de volta aos mesmos papéis.
Na peça, Wandinha Addams (Pamela Rossini) está mais velha e apaixonada por Lucas Beineke (Dante Paccola), um jovem respeitável e com pais extremamente… normais. A família é convidada para um jantar na mansão dos Addams, que tentam se acostumar com o interesse de Wandinha pelo “comum”, e segredos de todos os lados tornam a noite ainda mais complicada. Com um roteiro mais adulto e piadas adaptadas ao jeitinho brasileiro — Gomez grita ao descobrir que os sogros de Wandinha poderiam ser “gratiluz” —, o musical é diversão garantida.
Aqueles que buscam por uma noite mais dinâmica podem se interessar por Sweeney Todd, musical com uma temporada curta no rooftop do Teatro Santander. Estrelando Rodrigo Lombardi, o musical conta a história de um barbeiro que volta à sua loja na Rua Fleet, em Londres, depois de passar 15 anos preso, querendo vingança. Sob o pseudônimo Sweeney Todd, o barbeiro conhece Dona Lovett (Andrezza Massei), responsável pela torteria falida ao lado, e juntos eles começam a criar tortas recheadas de ingredientes muito suspeitos. Os espectadores têm a vivência de uma peça totalmente imersiva, com as mesas dos convidados no meio do cenário, além da chance de provar alguns petiscos da dupla mortal.
Outra sugestão para maio é a produção brasileira Nautopia. Estrelada por Beto Sargentelli, a peça conta a história de Tomás, um jovem que viaja do litoral de Santa Catarina a Paraty após o desaparecimento de sua irmã. A única peça que vai somente até abril é Chicago, clássico da Broadway. Emanuelle Araújo, Paulo Szot e Carol Costa sã0 as estrelas desta história que se passa na década de 1920 e trata de temas como crime, fama, mulheres fortes e, acima de tudo, o jazz. A última noite de show está marcada para 1o de maio — vale a pena correr para garantir os ingressos.
Chicago | Até 1o/5 no Teatro Santander | Ingressos de 37,50 a 340 reais
Sweeney Todd | Até 15/5 no 033 ROOFTOP (Teatro Santander) | Ingressos de 37,50 a 220 reais
Nautopia | Até 29/5 no Teatro B32 | Ingressos de 50 a 220 reais
A Família Addams | Até 31/7 no Teatro Renault | Ingressos de 37 a 350 reais
Homenagem a elas
“Queria eu que em cada grande cidade, em sua praça principal, existisse um monumento para a mulher desconhecida. Aquela que lutou batalhas que jamais saberemos, mas que, com suas mãos invisíveis, nos trouxe até aqui, com pequenas resistências”, comenta a escritora Renata Corrêa. Em 20 textos, a autora traz nesta obra reflexões sobre feminismo que incluem passagens autobiográficas, de relações familiares ao entendimento do próprio corpo após uma cirurgia plástica.
Monumento para a mulher desconhecida | Renata Corrêa | Editora Rocco | 49,90 reais
As joias vão ao museu
Colares que podem ser confundidos com a natureza marítima ou braceletes que lembram origamis geométricos são algumas das peças expostas nesta mostra, das designers de joias japonesas Miki Asai, Naho Okamoto, Mariko Kusumoto, Emiko Suo e Nahoko Fujimoto. Produzidas com material comum, como metal, vidro, papel e casca de ovo, as mais de 75 criações passeiam pela estética japonesa. “Destacamos mulheres únicas em suas criações”, diz a curadora Natasha Bargaghi Greenen.
Exposição [ím]pares | Japan House São Paulo | Até 12 de junho
PLURALISMO QUEER
Feito por e para a comunidade LGBTQIA+, a livraria Pulsa inaugura primeiro espaço físico em São Paulo | Matheus Doliveira
Localizado no bairro da Santa Cecília, em São Paulo, o Bar Das, frequentado principalmente pelo público queer, está ganhando um novo atrativo. A livraria itinerante Pulsa, que inaugura neste mês seu primeiro espaço físico, possui um catálogo de livros escritos exclusivamente por autores LGBTQIA+. O acervo inclui mais de 30 obras de nomes como Bell Hooks, Paul B. Preciado, Natalia Borges Polesso, Angélica Freitas e Bernardine Evaristo. Além disso, também estão à venda gravuras da artista visual maisumamariana e cianótipos (impressão fotográfica em tons de azul) de Débora Machado.
A Pulsa estreou sua loja virtual no mês de março. A marca fundada por Caroline Fernandes e Fer Krajuska nasceu com a percepção de que a literatura queer não tem o espaço que merece nas prateleiras. “Eu já trabalhava com edição de texto no mercado editorial, mas não me via representada”, diz Fernandes, cujo livro queer favorito é Garota, Mulher, Outras, de Bernardine Evaristo. “Foi o primeiro com linguagem neutra que eu li.”
Além da livraria, a Pulsa tem a intenção de se tornar um selo editorial para publicar autores LGBTQIA+. Segundo Fernandes, o desejo da marca é trazer à luz o pluralismo queer. “Nossa livraria é para o público queer. Demoramos muito para encontrar livros sobre as nossas histórias. Queremos cobrir essa lacuna.”
Livraria Pulsa | Rua Fortunato, 133, Vila Buarque, São Paulo | (qua-dom, 19h30-1h)| livrariapulsa.com.br