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Com novas atrações, Dubai quer ser Las Vegas das Arábias

Com a maior roda-gigante do mundo e a Expo 2020, que vai até março, a cidade quer se consolidar como potência do turismo

Ain Dubai, a maior roda-gigante do mundo: inauguração em outubro passado (Karim Sahib/Getty Images)

Ain Dubai, a maior roda-gigante do mundo: inauguração em outubro passado (Karim Sahib/Getty Images)

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Matheus Doliveira

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 05h26.

A maior vantagem de visitar uma cidade feita para turistas é que sempre há algo novo para ser visto. No caso de Dubai, o destino é uma invenção que constantemente está sendo reinventada. Para tirar a prova, basta sair do aeroporto e observar as duas cidades que coabitam o espaço: a dos arranha-céus espelhados e a dos espigões em construção que abrigam um, dois ou até mais guindastes em seus topos. Não por acaso, estima-se que um terço dos guindastes mais pesados do mundo esteja nos Emirados Árabes Unidos, boa parte deles em Dubai. Se por muito tempo o Emirado serviu apenas como uma parada de poucos dias para quem ia visitar algum país da Ásia, o famoso stopover, hoje as coisas já não são bem assim.

“Escolhemos Dubai porque estávamos procurando um lugar no Hemisfério Norte que tivesse calor no mês de dezembro, praia e todas as atrações de uma cidade grande”, explica Mirella Cordeiro, jornalista paulistana que recentemente passou dez dias em lua de mel no destino com o marido, ­Eduardo Rigonati. “Cogitamos Las Vegas, mas estaria frio. Dubai é uma cidade jovem, com muita coisa para fazer e com muita coisa em construção. Para todo lugar que você olha tem um terreno e um guindaste.” 

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Por ocasião da Expo 2020, a primeira da história sediada em um país do Oriente Médio, Dubai espera receber cerca de 25 milhões de visitantes até o final de março deste ano. Vale lembrar que um dos monumentos mais famosos do planeta, a Torre Eiffel, foi construído para a Expo Paris de 1889. Além de cumprir o propósito de fechar acordos comerciais e internacionais, o segundo maior e mais rico dos sete Emirados Árabes, que só fica atrás de Abu ­Dhabi, está usando o evento como vitrine para se vender ao mundo como uma potência do turismo.

Ao desembarcarem no Aeroporto Internacional de Dubai, os visitantes recebem gratuitamente um chip de celular com 24 horas de internet à vontade, junto com uma revista que mostra as atrações locais. Todos os que viajam pela Emirates, uma das opções mais confortáveis para aguentar com comodidade as 14 horas e 30 minutos de voo até o destino, ganham uma entrada para a Expo. Uma atração imperdível que estampa qualquer cartão-postal de Dubai é o Burj Khalifa, maior edifício do mundo, que possui mirantes de observação na metade e no topo da torre de 828 metros de altura. O ingresso para ir até o topo custa 204 dólares. Se bater uma fome durante a programação, é possível visitar o restaurante Armani, do hotel homônimo instalado no prédio. O cardápio, assinado pelo chef Giovanni Papi, traz pratos como o filé grelhado servido com fígado de ganso, espinafre e molho de trufa branca, e o wagyu servido no molho com brócolis, purê de batata e trufas negras.

Além do clássico Burj Khalifa e de seu primo, o Burj Al Arab, prédio na famosa ilha artificial em forma de palmeira que abriga o primeiro hotel 7 estrelas do mundo, Dubai está apostando em novas atrações. A mais recente delas é a Ain Dubai, a maior roda-gigante do mundo, que foi inaugurada em outubro, pouco antes do início da Expo 2020. Com seus 250 metros de altura e uma volta que dura 38 minutos, a nova sensação oferece uma vista de tirar o fôlego. Devido ao aniversário de 50 anos dos Emirados Árabes Unidos, não é incomum ser surpreendido com um show da esquadrilha da fumaça que desenha a bandeira do país no céu, pertinho das cabines. O ingresso custa em torno de 35 dólares. Há também a opção de reservar uma cabine inteira por 315 dólares, que vem acompanhada de luxos como um bar privativo. Outra novidade é o Museu do Futuro, prédio ousado em forma de anel elíptico assinado pelo escritório de arquitetura Killa Design e que custou 177 milhões de dólares para ser construído. A abertura está prevista para o início deste ano, e a promessa é que o espaço antecipe as tecnologias do futuro. 

Menos efervescente do que a vida noturna que nunca para na Las Vegas das Arábias, Dubai também apresenta uma programação histórica não tão conhecida. O tour guiado pela Old Dubai é uma opção para conhecer mais a história da cidade e a cultura local. Os Emirados Árabes Unidos foram formados há apenas 50 anos, mas há registros da cidade de Dubai pelo menos 150 anos antes. O passeio inclui uma roda de conversa regada a café árabe e visitas às construções antigas na parte velha de Dubai, incluindo mesquitas. Outra opção para ficar por dentro dos costumes locais é o tour pelo deserto Rub’ al-Khali, localizado a pouco mais de 1 hora de carro da cidade. A excursão é feita em carros 4x4, e a recomendação é pegar o horário do pôr do sol. Quando anoitece, é possível jantar em uma estrutura montada no meio do deserto. Comidas árabes e até bebidas alcoólicas estão incluídas nos pacotes. Os turistas ficam sentados em almofadas sobre tapetes persas e assistem a danças locais enquanto esperam os pratos chegarem, como fazem há séculos os povos locais. Mesmo em um destino sempre com tantas novidades, há coisas que não mudam.  

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