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Como o CEO da Oakberry mira a Fórmula 1

Georgios Frangulis, fundador e CEO da Oakberry, conquistou um sonho de infância ao fundar uma equipe de corrida na Fórmula Porsche

Georgios Frangulis, no Porsche 911 GT3: paixão a 350 quilômetros por hora  (Leandro Fonseca/Exame)

Georgios Frangulis, no Porsche 911 GT3: paixão a 350 quilômetros por hora (Leandro Fonseca/Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 23 de março de 2022 às 15h00.

Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 17h20.

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Carros sempre fizeram parte da vida de Georgios Frangulis, fundador e CEO da Oakberry, rede de franquias de alimento saudável focada em açaí. Quando criança, passava os fins de semana na garagem do avô materno, mexendo na coleção de carros antigos do ex-engenheiro da Pirelli, ou no banco do carona com o avô paterno.

Aficionado por corridas, o patriarca grego “guiava qualquer coisa que tivesse motor, e fazia assim umas coisas diferentes, como dirigir o carro sobre duas rodas”, lembra. Assim como os avós, seu pai também é um apaixonado por motores e até tentou ser piloto. Com a desculpa de que visitaria parentes na Áustria, aos 18 anos partiu rumo ao país europeu para aprimorar a pilotagem. “Quando o meu avô descobriu, mandou ele voltar para ajudar no trabalho no Ceasa”, conta.

É de imaginar que o pai, que teve seu sonho interrompido, seria o primeiro incentivador do filho com os mesmos interesses. Mas as coisas não foram bem assim. Encorajado por pais de colegas, que diziam que Frangulis deveria levar o kart a sério na infância, o hoje executivo ouvia em casa que já era muito grande para pilotar. “Eu ficava bravo, mas hoje, pensando numa linha do tempo, acho que deu tudo certo. Se eu tivesse ficado [no kart] poderia não ter sido nada como piloto. Mas consegui estudar, trabalhar, montar a minha empresa e consolidar o negócio pelo qual sou apaixonado. E aí hoje eu também posso ser corredor”, diz.

Foi a 350 quilômetros por hora que Frangulis transformou o sonho de pilotar em hobby e profissão. Aos fins de semana, quando não está descansando em casa com a esposa e os cachorros ou viajando pelo mundo para implementar novos pontos de venda, pode ser visto dentro de um Porsche 911 GT3 Cup-992 correndo pela OAK Racing Team. Equipe de corrida da Porsche Cup do Brasil, a escuderia foi lançada em 2019, três anos após a criação da empresa. Mesmo carregando o nome da marca, é uma empresa independente, que também funciona como agência de comunicação e marketing.

Nos dias de corrida, a família ainda se aflige. A mãe, quando vai ao autódromo, fica só até a corrida começar e, em casa, não acompanha pela televisão. Já a esposa, em situações de batida, “fica desesperada, quase surta, porque vendo na televisão demora a saber se a pessoa está bem dentro do carro”, conta. Frangulis comenta que a família do piloto Felipe Massa, com mais de 30 anos de carreira no esporte, ainda se preocupa durante as competições. A esposa de Frangulis é prima de Massa.

Antes de ser sócio e amigo, o ex-piloto da Ferrari já era o ídolo de Frangulis. O empresário cita a corrida de 2008 em Interlagos como a mais marcante que já viu. Massa ganhou a prova, mas perdeu o campeo­nato depois de 15 segundos, quando Hamilton passou Timo ­Glock. “Chorei muito, eu não conhecia o Felipe, na época tinha 20 anos e era só um fã”, lembra.

A preparação para as corridas envolve tanto o lado físico quanto o mental. Antes de entrar no carro, ele tem o costume de fazer um ritual de respiração, ajoelhar e rezar no box. “Peço para que ninguém se machuque e que todos tenham um fim de semana de diversão, de alegria e festa”, diz. Entre os treinamentos estão atividades psicofísicas, que são exercícios mentais acompanhados de treinamento físico, por exemplo, o treino de resposta a certa cor de luz, e treinos de reflexo. Frangulis também tem acompanhamento psicológico, com o mesmo terapeuta que auxiliou Massa em 2009 após o acidente que o deixou em coma induzido. “Faço uma terapia voltada para o esporte, mas que acaba ajudando também no todo.”

Sobre o papel de fundador da Oakberry, que hoje conta com 500 pontos de venda em 22 países, além de piloto de corrida, Frangulis comenta que a responsabilidade de ambos os cargos é muito parecida. Seja na empresa, com mais de 310 franqueados, seja nas pistas, qualquer decisão errada pode resultar em acidente. “Tenho tesão por essa responsabilidade e coragem para tomar uma decisão e saber que essa escolha vai impactar diretamente a vida de várias outras pessoas.

A responsabilidade e a determinação para a tomada de resolução, e a confiança para isso, ajudam muito uma à outra. A Oakberry me deixa muito confiante na pista, e a pista me deixa muito confiante na Oakberry.” Para este ano, os planos para as duas empresas são de expansão. A Oakberry planeja mais do que dobrar o faturamento, de 250 milhões de reais em 2021 para 550 milhões de reais e abrir mais 300 lojas, sendo 150 no Brasil e 150 pelo mundo. Para os próximos anos planeja fazer o IPO.

Ainda que o sonho de garoto de percorrer circuitos pelo mundo afora não tenha se concretizado, Frangulis vislumbra um futuro promissor com a OAK Racing Team. “A equipe tem uma jornada importante para ajudar a difundir o automobilismo no Brasil, em paralelo com o meu sonho de um dia fazer com que ela seja uma escuderia de Fórmula 1”, diz o empresário sobre um futuro não tão longe da ­linha de chegada.  

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