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Influenciadoras 'das antigas' apostam em marcas próprias — e fazem sucesso

O mercado de beleza mudou. A geração que antes falava de moda hoje empreende com marcas nativas digitais de cosméticos

Jana Rosa, da Bonita de Pele
 (Leandro Fonseca/Exame)

Jana Rosa, da Bonita de Pele (Leandro Fonseca/Exame)

JS

Julia Storch

Publicado em 16 de setembro de 2021 às 05h50.

Última atualização em 17 de setembro de 2021 às 07h34.

Será preciso explicar para a geração Z que, no tempo em que a internet era feita só de www, e não de @, influenciadoras eram chamadas de blogueiras. Parece algo banal, mas a mudança é enorme. Os blogs de moda e beleza alavancaram diversas carreiras, seja com fotos com looks do dia, seja com textos dissecando desfiles, seja ditando tendências e tutoriais de beleza.

Mais do que blogueiras, empresárias como Camila Coutinho, Julia Petit, Jana Rosa e Helena Bordon dominavam a internet. E ainda dominam, mas de outra forma. As falas mudaram, assim como o segmento em que atuam. Da moda e comunicação, elas migraram para a beleza. Em áreas que abrangem skincare, maquiagem e hair care, o que faz do mercado de beleza a nova moda? Confira a trajetória dessas personagens.

Jana Rosa

“A beleza é o que a moda gostaria de ser e meio que nunca consegue, porque a moda é uma superpanelinha, um mundo muito fechado, que é difícil conseguir furar e entrar”, diz a empresária Jana Rosa. Com 330.000 seguidores na conta do Instagram Bonita de Pele, lançado em 2018, Rosa acreditava que alcançaria no máximo um décimo desse número.

Hoje a empresa conta com um site como forma de comunicação entre marcas e consumidores, o site boniclub, com rankings e resenhas de produtos, um podcast e um espaço físico para encontros — fechado desde o início da pandemia. Com passagens pela MTV com o programa ­Perua MTV e fundadora da marca de roupas e acessórios Agora Que Sou Rica, Rosa diz não sentir saudade de trabalhar com a indústria da moda, mas acaba de colocar à venda peças de roupa no site, inspiradas na antiga marca.

Roupões, moletons e bolsas farão o comeback da marca entre a bonibox, a famosa caixa com produtos de diversas marcas nacionais e internacionais selecionados a dedo por Rosa. “A beleza é um mercado mais acessível, com produtos de todos os preços e com uma comunicação ampla, envolvendo pessoas de lugares diferentes do Brasil”, finaliza.

Julia Petit

Julia Petit, CCO da Sallve (Divulgação/Divulgação)

“Na evolução da maquiagem, era evidente que em algum momento as pessoas olhariam para a pele. Nós temos de cuidar da pele”, diz Julia Petit, CCO da Sallve. Para ela, desde o lançamento em 2007 de seu já encerrado blog Petiscos, plataforma referência em beleza, moda e comportamento no país, a explosão da beleza sempre foi nítida.

Em 2015, Petit foi convidada pelo gigante canadense de maquiagem MAC para assinar uma coleção que esgotou em poucas horas no país. A partir da collab e com uma trajetória profissional em áreas complementares, a empresária percebeu um nicho. “Eu venho da publicidade, depois trabalhei com produção e conteúdo e aprendi a fazer produtos com a comunidade. Com a experiência com a MAC, vi um negócio e quis criar um produto interessante”, conta Petit sobre o embrião que deu origem à ­Sallve.

Há apenas dois anos e meio no mercado, a marca que tem como sócios Daniel Wjuniski e Marcia Netto definiu o conceito de beauty tech, com uma comunidade de mais de 613.000 seguidores no Instagram e 15 SKUs no e-commerce.

Camila Coutinho

Camila Coutinho: ”Me fascinei pela indústria de cuidados com cabelos, porque o Brasil tem muita diversidade” (Germano Lüders/Exame)

Da época em que influenciadoras ainda eram chamadas de blogueiras, Coutinho fez seu nome com o domínio Garotas Estúpidas. Hoje, o mesmo nome estampa embalagens de xampus, condicionadores e boosters. Da moda e comportamento, a empreendedora decidiu materializar seu negócio por meio do hair care, a partir de um plágio feito com o nome da empresa. “Havia uma marca registrada com o nome Garotas Estúpidas. Na época das pesquisas a gente até cogitou entrar no universo das makes, mas aí me fascinei pela indústria de cuidados com cabelos, porque o Brasil tem muita diversidade”, diz.

Para Coutinho, a marca lançada no ano passado também foi uma validação de seu trabalho como empreendedora. “Agora que eu tenho produtos físicos, muitas pessoas passaram a me ver como empreendedora. Mas eu empreendo há 15 anos”, conta. “Sempre me dispus a fazer coisas que eu não sabia. Vou aprendendo no meio do caminho.”

Helena Bordon

Helena Bordon: “Eu amo brincar com maquiagem” (Gabriela Schmidt/Divulgação)

Frequentadora dos desfiles de Paris e Milão desde os 7 anos de idade, a fruta não cairia longe do pé, tanto na moda quanto na beleza, para Helena Bordon. “Eu amo brincar com maquiagem. Nas semanas de moda, sempre quero fazer alguma coisa diferente, colorida. Eu realmente deixo o maquiador fazer a arte que ele quiser”, afirma.

Hoje, aos 35 anos, Bordon conta com a marca homônima de roupas e óculos e desde dezembro de 2020 a Hela, sua marca de skincare. Lançada junto com a dermatologista Alessandra Fraga, são seis produtos de clean beauty de alta performance, como o cleansing mousse e o hydra serum. “Unimos o olhar da doutora Alessandra, com as formulações de alta performance e tecnologia nos dermocosméticos, à minha visão da moda, com a paleta de cores que traz uma sensação de bem-estar, por exemplo.”

 

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