Revista Exame

São Paulo recebe 19ª edição da SP-Arte, a maior feira de arte da América Latina

A SP-Arte deste ano conta com novidades como novos estúdios de design, um espaço permanente e aplicativo para visitação

Obra de Georges Rousse : destaque desta edição (Divulgação/Divulgação)

Obra de Georges Rousse : destaque desta edição (Divulgação/Divulgação)

Publicado em 22 de março de 2023 às 06h00.

Arte

A 19a edição da SP-Arte, a maior feira de arte da América Latina, apresenta mais de 150 expositores, entre galerias de arte nacionais e internacionais, estúdios de design, editoras, instituições culturais e espaços independentes de oito países e de 20 cidades brasileiras. Mas o destaque deste ano não está relacionado ao tamanho ou à abrangência.

Entre os destaques desta edição estão os estúdios de design. Neste ano, houve um crescimento de quase 30% no número de expositores, reunindo 45 estúdios, com estreantes como FAS, Guto Requena e Porfirio Valadares.

Para melhorar a experiência na feira, e para que os visitantes possam fazer a própria curadoria das exibições, foi lançado um aplicativo que organiza todos os eventos que ocorrem durante os cinco dias, desde lançamentos editoriais, visitas guiadas gratuitas e conversas com artistas até eventos na cidade como aberturas, ateliês abertos e coquetéis.

A nova Casa: destaque desta edição (Leonardo Finotti/Divulgação)

Antes do início da feira, no dia 18 de março, será inaugurada a Casa SP-Arte, espaço permanente para eventos ligados à arte contemporânea e exposições em São Paulo. A estreia contará com uma exposição de Hélio Oiticica. Entre as obras selecionadas está a instalação Penetrável, construí­da pelo artista em 1961.

“A Casa atende aos critérios que buscávamos: é um imóvel icônico, bem localizado e que já guarda, inclusive, relação com o universo das artes visuais, já que foi projetado pelo arquiteto e artista Flávio de Carvalho. Ela é uma das 17 residências idealizadas por ele na Vila Modernista, nos Jardins, e a única entre todas inteiramente restaurada em sua versão original”, diz Fernanda Feitosa, fundadora e diretora da SP–Arte.

Para ela, a Casa SP–Arte chega depois de quase 20 anos de experiência em organização de feiras de arte. “O espaço terá, ainda, encontros com profissionais do setor, artistas, colecionadores, galeristas, além de exposições organizadas por galerias do Brasil e do exterior. Galerias que não têm espaço físico em São Paulo, por exemplo, poderão alugar o espaço e apresentar suas obras durante determinado período”, diz Feitosa.

19a SP–Arte |De 29 de março a 2 de abril de 2023 | Pavilhão da Bienal, Parque Ibirapuera

Casa SP-Arte | Exposição Hélio Oiticica: mundo-labirinto | De 18 de março a 22 de julho de 2023 | Alameda Ministro Rocha Azevedo, 1.052, Jardins


(Divulgação/Divulgação)

Literatura

As novas memórias de Rita Lee

Após sete anos do lançamento de Rita Lee: Uma Autobiografia, a cantora anuncia novo livro, desta vez sobre seus últimos três anos, do diagnóstico do câncer no pulmão ao tratamento e à recuperação. “Foi uma despedida da persona Rita Lee, uma vez que tinha me aposentado dos shows. Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vidinha besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos, Deus dá uma risadinha sarcástica”, diz.

Rita Lee: Outra autobiografia, Rita Lee | Globo Livros | 64,90 reais | Lançamento em 22 de maio


(Divulgação/Divulgação)

Fotografia

Pelas lentes de Wolfenson

São incontáveis os cliques já feitos pelo fotógrafo Bob Wolfenson. Com mais de cinco décadas de carreira, o paulistano adiciona mais um livro e uma exposição ao currículo, desta vez em parceria com o Instituto Olga e o Museu da Imagem e do Som de São Paulo. O Livro Falado é uma viagem pela trajetória do fotógrafo, com análises e opiniões sobre sua vida e obra. A publicação é acompanhada de uma exposição no MIS.

Bob Wolfenson — O Livro Falado | Livro: 120 reais, à venda eM bobwolfenson.com.br | Exposição: até 16 de abril | Museu da Imagem e do Som | Av. Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo


O ator Marco Pigossi: mitologia adaptada (Alisson Louback/Netflix)

Série

O boto e o policial

A segunda temporada de Cidade Invisível segue a mistura de fantasia, drama e suspense

Qual é o resultado da mistura do folclore brasileiro com o mundo de hoje? Essa é a premissa da série Cidade Invisível, da Netflix. Mistura de fantasia, drama e suspense policial, a primeira temporada traz as desventuras do policial ambiental Eric, vivido pelo ator Marco Pigossi. A partir de um incidente que causa a morte de sua esposa e, depois, o encontro com um boto-cor-de-rosa, o personagem desvenda um mundo mitológico presente no coração do Rio de Janeiro.

A segunda temporada estreia em 22 de março. A filha de Eric, Luna (interpretada por Manuela Dieguez), parte para a região amazônica à procura do pai com Inês (Alessandra Negrini), sua mentora. “Trazemos a humanidade dos personagens. Eles têm problemas, anseios, dúvidas e dores. São humanos em nosso mundo, mas são especiais porque são invisíveis, são entidades populares”, disse o criador e produtor executivo da série, Carlos Saldanha, à EXAME.

Os episódios, produzidos por Francesco Civita e Beto Gauss e dirigidos por Luis Carone, tratam de assuntos como respeito à natureza, ancestralidade, ideia de pertencimento — além da valorização da cultura local, aproximando as entidades mitológicas e os elementos fantásticos da rea­lidade cotidiana. “O sonho era conseguir criar e falar sobre o Brasil de uma forma que não ficasse regionalista”, comentou Saldanha, que dirigiu filmes como Rio e Rio 2 e atuou como codiretor em A Era do Gelo. “Minha vontade foi resgatar as raízes, mostrar o que temos de bom, uma cultura brasileira pouco explorada no mundo.”

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