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Coelba: por um consumo mais consciente de energia elétrica

Ao mesmo tempo que investe na universalização da energia elétrica na Bahia, a distribuidora Coelba adota medidas que levam consumidores a diminuir em até 40% a conta de luz

Corrêa, presidente da Neoenergia, controladora da Coelba: investimento de 5,6 milhões de reais para trocar geladeiras da população carente

Corrêa, presidente da Neoenergia, controladora da Coelba: investimento de 5,6 milhões de reais para trocar geladeiras da população carente

DR

Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2011 às 17h03.

À primeira vista, parece contra-senso uma empresa incentivar seus clientes a gastar menos. Mas quando o que está em jogo é um sistema de produção que causa impacto à natureza, como a energia elétrica, o consumo desenfreado se transforma em inimigo a ser combatido - simplesmente porque pode ameaçar a continuidade do negócio no longo prazo.

É essa a lógica por trás das ações da Coelba, distribuidora de energia que atua na Bahia e que faturou 4,4 bilhões de reais em 2007. Parte do grupo Neoenergia, que tem entre seus acionistas a espanhola Iberdrola, a Previ e o Banco do Brasil, a Coelba definiu quatro pilares para sua política de sustentabilidade: adequação do consumo, educação, cultura e meio ambiente.

Um dos exemplos mais visíveis da política de consumo responsável incentivada pela Coelba foi a troca de 15 000 geladeiras velhas da população de baixa renda da região metropolitana de Salvador por modelos novos, com o selo Procel de eficiência energética, e a readequação das instalações elétricas das casas - iniciativas que exigiram investimento de 5,6 milhões de reais da companhia e que obedecem ao programa de eficiência energética da Aneel, agência que regulamenta o setor.

Como a geladeira representava 70% do consumo de energia nessas comunidades, o gasto por residência chegou a cair 40% com os novos aparelhos. "Além de ganhar uma geladeira nova, as famílias ajudam a preservar o ambiente", afirma Marcelo Corrêa, presidente do grupo Neoenergia.

Desde 2004, a Coelba tem um comitê de responsabilidade social que se reúne periodicamente. Cabe a esse comitê definir como e onde a empresa fará seus investimentos em sustentabilidade. Em 2007, a companhia destinou 386 milhões de reais a 103 projetos de responsabilidade social.

Desse total, 82,5 milhões de reais foram investidos no programa Luz para Todos, cujo objetivo é levar energia elétrica a comunidades do meio rural e que no ano passado beneficiou 81 000 famílias. Segundo a Coelba, 98% das obras do Luz para Todos foram feitas com baixo impacto ambiental, por meio da escolha dos traçados adequados às redes, beirando estradas e desviando-se da vegetação nativa.


Um dos projetos mais recentes da companhia é o Vale Luz, lançado em dezembro de 2007 e que oferece ao cliente de baixa renda a possibilidade de ter descontos na conta de energia em troca da entrega de lixo doméstico reciclável. Até agora a Coelba conseguiu recolher 10 toneladas de material, convertidas em 3 000 reais de créditos para 200 famílias de Salvador e arredores.

As primeiras ações sociais da Coelba datam de 1997, quando tudo era feito ainda desordenadamente. Sete anos depois, o que vinha sendo realizado pelos departamentos foi organizado de acordo com o código de ética da companhia. Era a semente do Energia para Crescer, programa de responsabilidade social que até hoje orienta a administração da Coelba.

O passo mais firme na direção da sustentabilidade foi dado no ano passado, quando o grupo Neoenergia aderiu ao Pacto Global das Nações Unidas, uma rede mundial da qual fazem parte cerca de 3 800 empresas - 200 delas brasileiras. Isso significa que a companhia concorda, voluntariamente, em respeitar dez princípios de direitos humanos, direitos do trabalho, proteção ambiental e combate à corrupção.

Também em 2007, pela primeira vez em sua história, a Coelba publicou um relatório de sustentabilidade seguindo o padrão GRI. "Mas ainda temos muito a evoluir", diz Corrêa.

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