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Na pandemia, valor de mercado da JSL saltou quase 90%

Com a reestruturação de operações e da organização da holding, a JSL vira Simpar e convence investidores a apostar no otimismo pós-pandemia

Fernando Simões, presidente da JSL: experiência em crises (Germano Lüders/Exame)

Fernando Simões, presidente da JSL: experiência em crises (Germano Lüders/Exame)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 10 de setembro de 2020 às 05h25.

A JSL, companhia de logística de Mogi das Cruzes, tem surpreendido o mercado pelo apetite em meio à crise. Em agosto, anunciou a reestruturação da holding sob o nome Simpar, englobando a locadora de carros Movida e a de caminhões Vamos, com listagem na bolsa de valores brasileira B3. No mesmo mês, comprou a Transmoreno, de São José dos Pinhais, por 310 milhões de ­reais, enquanto a Vamos anunciou a aquisição de 1.350 caminhões Volkswagen, na maior operação do gênero já vista no país.

No início de setembro, concluiu uma oferta de ações, captando cerca de 1 bilhão de reais. Essas medidas são a expressão palpável do otimismo quanto à recuperação da economia após a pandemia de covid-19 por parte de Fernando Simões, presidente da empresa e caçula dos seis filhos de Julio Simões, que fundou a JSL em 1956. “Temos a segurança de quem passou por várias crises”, diz Fernando.

A expansão do comércio eletrônico em meio a sucessivos problemas dos Correios também anima a companhia, que atende setores tão diversos como os de papel e celulose, automotivo, alimentício e de bens de consumo.

Para atender a uma demanda que prevê ser crescente, a Simpar construiu um centro de logística integrada em Itaquaquecetuba, de onde pode monitorar as operações de todas as subsidiárias em tempo real, o que deve possibilitar uma visão mais integrada das redes de transporte para organizar o fluxo e baratear custos. “Escutamos muito os clientes para sempre tentar fazer acontecer o que ele precisa”, diz Fernando. Depois de uma queda de cerca de 30% no período mais crítico da pandemia, as receitas começaram a se recuperar.

Para o executivo, 2020 ofereceu à empresa uma oportunidade de passar seu negócio a limpo, simplificando a estrutura de comando. Os investidores, que no ano passado ficaram relutantes em entrar na oferta primária de ações da Vamos por achar a holding confusa, aprovaram as reformas: desde março, o valor de mercado da JSL saltou quase 90% e está agora na casa dos 7 bilhões de reais.

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