Revista Exame

O que começou como uma fábrica pequena, virou uma gigante com receita ­anu­al­ de 900 milhões

A catarinense Anjo Tintas apostou pesado na capacidade do time de pensar fora da caixa. Em 2022, aos 35 anos, a indústria espera receita de 1 bilhão de reais

Em 2021, a Anjo lançou um verniz com nanopartículas de um germicida capaz de impedir a contaminação pelo vírus da ­covid-19 (Mariana.Milanezi / Fundo: Sean Gladwell/Getty Images)

Em 2021, a Anjo lançou um verniz com nanopartículas de um germicida capaz de impedir a contaminação pelo vírus da ­covid-19 (Mariana.Milanezi / Fundo: Sean Gladwell/Getty Images)

O emprego maciço de tecnologia é uma das receitas para a longevidade da Anjo, fabricante de tintas aberta em Criciúma, no sul de Santa Catarina, em 1986. O que começou como uma fábrica pequena de massa plástica — material aplicado na cobertura de pequenos buracos em superfícies como concreto ou madeira — virou um gigante com receita ­anu­al­ de 900 milhões de reais.

Hoje, a Anjo fabrica 2.000 produtos espalhados em quatro linhas de negócios: automotiva, imobiliária, industrial e de novos materiais. Em 2021, a Anjo lançou um verniz com nanopartículas de um germicida capaz de impedir a contaminação pelo vírus da ­covid-19 por meio do toque, por exemplo. No último ano, a Anjo investiu 70 milhões de reais em inovação em várias frentes.

As quatro fábricas da empresa em Santa Catarina ganharam robôs nas etapas mais maçantes das linhas de produção. Softwares com inteligência artificial e robôs inteligentes estão mapeando dados de venda em busca de insights sobre novos produtos e cumprindo funções repetitivas de diversas áreas da empresa, do call center aos recursos humanos e setor contábil. “São quatro empresas dentro de uma só, e isso nos ajuda a ser especialistas em todas as áreas em que atuamos”, diz o CEO Filipe Colombo, segunda geração da família fundadora e à frente da Anjo há nove anos.

A lógica para o investimento virar inovação de fato foi treinar a mão de obra nas novas funções. Cursos periódicos relembram aos 550 funcionários, dos químicos aos vendedores, a composição dos produtos ofertados aos mais de 5.000 clientes — e onde estão as oportunidades inexploradas.

O apoio à inovação também começa pelo incentivo ao time. Além do maior tempo à disposição para protocolar novas ideias, quem se destaca na criação de produtos ou soluções ganha bônus salariais. Em 2022, a Anjo Tintas deve faturar 1 bilhão de reais. “Eliminamos as repetições para permitir que todos possam ser criativos na hora de desenvolver soluções e produtos que façam sentido”, diz Colombo. Numa parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por exemplo, funcionários da Anjo estão criando produtos com universitários. Na lista está um solvente capaz de ficar seco em questão de segundos.


(Publicidade/Exame)

Veja também: 

Fisioterapeuta cria curso online para profissionais da área e espera faturar R$ 8 mi em 2022

"É preciso bons governos até para vender estatais", analisa Sérgio Lazzarini

Acompanhe tudo sobre:EmpreendedorismoEmpresasTecnologia da informação

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda