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Nos EUA, a 'grande renúncia' virou a grande barganha para jovens que ganhavam um salário mínimo

Dados sugerem que A Grande Renúncia foi uma brecha para quem estava na base da pirâmide buscar melhores condições

Ex-funcionários do Burger King anunciam demissão em placa  (Burger King/Divulgação)

Ex-funcionários do Burger King anunciam demissão em placa (Burger King/Divulgação)

Carolina Riveira
Carolina Riveira

Repórter de Economia e Mundo

Publicado em 25 de maio de 2023 às 06h00.

O mercado de trabalho nos Estados Unidos viveu um frenesi nos anos pandêmicos. Com o desemprego em pouco mais de 3%, trabalhadores pediram demissão em massa, movimento que ficou conhecido como “A Grande Renúncia”.

Um dos mais afetados foi o setor de serviços por turnos, como restaurantes e hotelaria, que se vale fortemente de mão de obra de jovens. Para entender como ficou a situação desses trabalhadores após a saída, os pesquisadores do Shift Project, iniciativa da Universidade Harvard e da Universidade da Califórnia, acompanharam 3.000 pessoas do setor de serviços entre 2020 e 2022.

VISÃO GLOBAL

Eles descobriram que a mudança de emprego levou, no geral, a melhores salários. Além disso, os muito jovens, de 18 a 24 anos, deixaram seus empregos em proporção superior aos demais. O salário anterior foi um motivador: no grupo até 24 anos, 67% dos que ganhavam o salário mínimo (7,25 dólares por hora nos Estados Unidos) mudaram de emprego — ante 17% entre os que ganhavam 25 dólares. “Os resultados sugerem que jovens trabalhadores do setor de serviços aproveitaram as oportunidades oferecidas por um mercado extremamente restrito para melhorar suas condições de trabalho”, escreveram os autores.

Com a economia em desaceleração, profissionais americanos podem ter situação menos favorável. Mas os dados sugerem que A Grande Renúncia foi uma brecha para quem estava na base da pirâmide buscar melhores condições. Nada mais significativo em uma economia de livre mercado.

(Arte/Exame)

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