Alzira Ramos, da rede Vó Alzira: “Gosto de me manter ativa e ter contato com os clientes” (Edu Guedes/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 22 de agosto de 2024 às 06h00.
Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 14h22.
A carioca Alzira Ramos nunca imaginou que um despretensioso bolo de iogurte daria início a uma rede de franquias com mais de 300 unidades e faturamento de 300 milhões de reais em 2023. Quando o primeiro bolo foi vendido em 2008 para um vizinho, a família enfrentava dificuldades financeiras. “Eu resisti no começo, não queria vender bolos, achava que ninguém ia comprar”, diz a fundadora, que começou o embrião da Vó Alzira, uma das mais famosas redes de bolos caseiros do país, aos 60 anos.
Não demorou muito para o doce fazer sucesso e novas encomendas começarem a chegar ao seu apartamento no bairro da Tijuca. “Cheguei a produzir 100 bolos dentro de casa, e o cheirinho se espalhava pelo bairro”, conta. Muitos desses doces saíam de lá para a pequena loja de pipoca do marido e para um botequim na esquina de casa.
Da Tijuca, em poucos meses a Vó Alzira abria a sua primeira loja no centro da capital fluminense. Os bolos para café da tarde, sem recheio e cobertura, comandavam as vendas — e o cardápio foi ganhando novos sabores e atraindo cada vez mais público. “A nossa segunda loja começou com 15 funcionárias e 12 fornos. A produção de bolos mudou de patamar”, diz.
Em 2013, o negócio tomou um novo rumo, com a adoção do modelo de franquias para chegar aos números atuais. O período foi acompanhado da troca de comando na operação, assumida pelo filho Alexandre Martins.
O executivo conduziu a expansão da rede até o ano passado, quando passou o bastão para Tatiana Lanna, a primeira pessoa de fora da família a assumir a liderança do Grupo Z+, constituído em 2021 após a aquisição da rede de café Grão Expresso.
Lanna tem a missão de levar a Vó Alzira para mais cidades, principalmente no interior de São Paulo — a expectativa é abrir 40 unidades na região até o fim do ano. Aos 76 anos, Alzira não tem planos de se aposentar. “Quero ficar no balcão da loja até o fim dos meus dias. Gosto de me manter ativa e ter contato com os clientes”, diz.