Revista Exame

A hora das cidades inteligentes

Para o americano Edward Glaeser, as cidades inteligentes são mais preparadas para enfrentar os problemas urbanos


	Glaeser: uma cidade inteligente atrai cérebros que ajudam a resolver os problemas
 (Divulgação / Louise Kennedy Converse)

Glaeser: uma cidade inteligente atrai cérebros que ajudam a resolver os problemas (Divulgação / Louise Kennedy Converse)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2015 às 05h56.

São Paulo — O economista Edward Glae­ser, da Universidade Harvard, é um dos mais reputados estudiosos de questões urba­nas. Na entrevista a seguir, ele fala por que as cidades inteligentes são mais aptas a solucionar problemas.

Exame - O que as cidades inteligentes têm de melhor?
Edward - Essas cidades propiciam um ambiente favorável para as pes­soas serem mais produtivas e criativas. No caso dos problemas que surgem, como as complicações no trânsito e a criminalidade, uma cidade inteligente usa a tecnologia para conter esses aspectos negativos. Outro conceito define cidades inteligentes como as que formam e atraem pessoas inteligentes. As evidências mostram uma forte correlação entre a existência de uma população qualificada e a atração de capital, o que resulta em sucesso econômico.

Exame - Quais são, hoje, os principais desafios das cidades?
Edward - Depende de onde essas cidades estão. As metrópoles nos países em desenvolvimento são os casos mais preocupantes. Os problemas crescem, mas não há recursos para solucioná-los. No caso latino-americano, a criminalidade é um desafio, assim como os congestionamentos. Algumas questões são comuns nos Estados Unidos, na Europa e também no Brasil, como o alto preço das moradias.

Exame - Como uma cidade inteligente responde a essas questões?
Edward - Numa cidade inteligente, os gestores públicos podem usar a tecnologia para melhorar o policiamento. É uma forma direta de combater a criminalidade. Em outros aspectos, porém, o impacto das ferramentas tecnológicas é menor. Elas ajudam a melhorar o trânsito, por exemplo, mas não resolvem completamente os congestionamentos. As questões relacionadas à moradia também não são simples. Mas uma cidade inteligente atrai boas cabeças, que podem ajudar a resolver os problemas.

Exame - O Brasil enfrenta um mau momento na economia. Como isso afeta suas cidades?
Edward - Não ajuda nada. As cidades americanas passaram por problemas econômicos na década de 70. Houve cortes de serviços e no orçamento da segurança, e isso levou ao aumento da criminalidade. É preciso avaliar onde há desperdícios e redirecionar os recursos para segurança e educação, duas áreas importantes no longo prazo. Essa é uma forma inteligente de lidar com uma recessão.

Acompanhe tudo sobre:CidadesEdição 1094mobilidade-urbanaServiço socialTrânsito

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025