O CEO da Meta é mais um a entrar no segmento de inteligência artificial.

hero_Zuckerberg tem um plano para chegar ao trilhão de dólares: vencer o ChatGPT

Facebook CEO Mark Zuckerberg Testifies Before The House Financial Services Committee

selo
Inteligência Artificial

Zuckerberg tem um plano para chegar ao trilhão de dólares: vencer o ChatGPT

Uma inteligência artificial da Meta pode parecer só mais uma aposta, mas ela é a única que será conectada nas maiores redes sociais do mundo

selo
Inteligência Artificial

Zuckerberg tem um plano para chegar ao trilhão de dólares: vencer o ChatGPT

Uma inteligência artificial da Meta pode parecer só mais uma aposta, mas ela é a única que será conectada nas maiores redes sociais do mundo

Facebook CEO Mark Zuckerberg Testifies Before The House Financial Services Committee

Por André Lopes

Publicado em 13/07/2023, às 13:22.

Última atualização em 09/08/2023, às 16:12.

O CEO da Meta é mais um a entrar no segmento de inteligência artificial.

A Meta, empresa mãe do Facebook e Instagram, está em preparativo para liberar uma versão comercial de seu modelo de inteligência artificial (IA) generativa, proporcionando a empresas e startups uma plataforma para construir softwares personalizados com IA.

O novo lançamento posiciona a empresa de Zuckerberg para competir diretamente com o ChatGPT, criado pela OpenAI e financiado pela Microsoft, e difere ligeiramente do Bard do Google, que deve ser aplicado apenas para os produtos do buscador.

A IA gerativa é o termo usado para robôs que escrevem  textos, criam imagens e códigos, e aparentam funcionamento quase como do cérebro humano ao serem treinados em vastos volumes de dados.

Para o novo produto da Meta, a empresa criou seu próprio modelo de linguagem, nomeada de Large Language Model Meta AI (LLaMA), e que foi testada nos últimos meses por pesquisadores e entidades afiliadas ao governo, sociedade civil e academia.

Segundo o Financial Times, o lançamento da versão comercial da LLaMA é iminente e deve colocar a Meta em uma posição interessante ao optar pelo código aberto.

Para Nick Clegg, diretor de assuntos globais da Meta, em fala ao revelar o lançamento da ferramenta, a “abertura é o melhor antídoto contra os medos que permeiam inteligências artificiais”.

A Meta descreveu seus LLMs como "código aberto", indicando que as engrenagens que alimentam seu chatbot serão divulgadas publicamente.

A decisão cria um contraste com a abordagem de concorrentes como a OpenAI, cujo modelo mais recente, GPT-4, é um chamado "black box". Nele, os dados e o código utilizados para construir o modelo não estão disponíveis para terceiros.

Yann LeCun, vice-presidente e cientista-chefe de IA na Meta, declarou na conferência Aix-en-Provence, que o cenário competitivo da IA irá mudar completamente nos próximos meses, talvez semanas, quando plataformas de código aberto igualmente eficazes às plataformas não abertas surgirem.

A chegada iminente do lançamento da Meta ocorre em meio à acirrada disputa entre as empresas de tecnologia do Vale do Silício para estabelecerem-se como líderes em IA.

Em busca da melhor IA

A Meta vem investindo em pesquisa e desenvolvimento de IA por mais de uma década. No entanto, parece ter ficado para trás depois que o chatbot conversacional da OpenAI, o ChatGPT, foi lançado em novembro, levando outras grandes empresas de tecnologia a lançarem produtos similares.

Embora a tecnologia da Meta seja de código aberto e atualmente gratuita, Financial Times afirma que a empresa vem explorando a possibilidade de cobrar de clientes corporativos pela capacidade de afinar o modelo de acordo com suas necessidades, utilizando seus próprios dados proprietários.

E faz sentido. Focar em IA corporativa e industrial deve ser o próximo grande trunfo das big techs para crecer.

Ao olhar para o desempenho da Microsoft na bolsa americana, que ostenta atualmente US$ 2,5 trilhões em valor de mercado, em comparativo com os US$ 1,8 trilhão no início do ano, o que estima a Wedbush Securities, é que com a OpenAI no portifólio de investidas, a Microsoft pode se tornar uma empresa de US$ 3 trilhões no início de 2024.

Zuckerberg, assim como muitas outras empresas, quer beber da mesma fonte.

Riscos na mudança de foco

Em 2021, o CEO Mark Zuckerberg anunciou uma mudança de estratégia para construir um mundo digital repleto de avatares conhecido como metaverso, gastando mais de US$10 bilhões por ano no projeto. Essa ambição custosa não foi bem recebida pelos investidores, a empresa tirou o pé do acelerador, e agora mostra que IA é o seu novo encanto.

Leia também: No longo prazo, ainda consideramos o metaverso, afirma diretor da Meta Conrado Leister

Além disso, a estratégia da Meta envolve a criação de múltiplos chatbots de IA para usuários, anunciantes e empresas em suas plataformas (Instagram, WhatsApp e Facebook), potencializados por seus LLMs.

Os benefícios dos modelos de código aberto incluem uma maior adoção por usuários que fornecem mais dados para a IA processar. Quanto mais dados um LLM possui, mais poderosas suas capacidades podem se tornar.

Adicionalmente, os modelos de código aberto permitem que pesquisadores e desenvolvedores identifiquem e corrijam bugs, melhorando a tecnologia e a segurança ao mesmo tempo - num momento em que empresas de tecnologia como a Meta enfrentam anos de escrutínio sobre diversos escândalos de privacidade e desinformação.

No entanto, existem riscos claros ao seguir por esse caminho. Uma IA aberta pode ser moldada e abusada por atores mal-intencionados. Além disso, a empresa também enfrenta riscos regulatórios e legais relacionados à propriedade intelectual e direitos autorais.

Outras empresas de IA, como a startup francesa Mistral, também estão examinando a possibilidade de liberar versões de código aberto de sua tecnologia. OpenAI afirmou que sua equipe está explorando o desenvolvimento de um LLM de código aberto, desde que sejam capazes de reduzir os riscos de uso indevido.

"Estamos diante de uma escolha entre decidir que a inteligência artificial é uma tecnologia perigosa, colocá-la trancada e nas mãos de um pequeno número de empresas que a controlarão", disse LeCun, o chefe de IA da Meta. "Ou, ao contrário, plataformas de código aberto que chamam por contribuições de todo o mundo". Parece que a Meta mudou.

Veja também

Compartilhe este artigo

Tópicos relacionados

Créditos

André Lopes

André Lopes

Repórter

Com quase uma década dedicada à editoria de Tecnologia, também cobriu Ciências na VEJA. Na EXAME desde 2021, colaborou na coluna Visão Global, nas edições especiais Melhores e Maiores e CEO. Atualmente, coordena a iniciativa de IA da EXAME.

Veja também

Google pode ter que vender Chrome para reduzir monopólio no mercado de buscas; entenda
Tecnologia

Google pode ter que vender Chrome para reduzir monopólio no mercado de buscas; entenda

Valorização da xAI e SpaceX coloca empresas de Musk em novos patamares
seloMercados

Valorização da xAI e SpaceX coloca empresas de Musk em novos patamares

Musk acusa OpenAI de tentar 'monopolizar' mercado de IA
Inteligência Artificial

Musk acusa OpenAI de tentar 'monopolizar' mercado de IA

Preferência da geração Z por meios digitais influencia iniciativas em IA para fidelizar clientes
Um conteúdo Esfera Brasil

Preferência da geração Z por meios digitais influencia iniciativas em IA para fidelizar clientes