Um dos livros mais antigos do mundo é leiloado por R$ 20,9 milhões, em Londres
Coleção de textos litúrgicos cristãos são escritos em copta, uma das línguas antigas do Egito
Repórter da Home
Publicado em 12 de junho de 2024 às 09h33.
Última atualização em 12 de junho de 2024 às 12h46.
Nesta terça-feira, 11, uma coleção de textos litúrgicos cristãos escritos em copta foi vendida por 3,06 milhões de libras (equivalente a R$ 20,91 milhões) em Londres. O anúncio foi feito pela empresa de leilões Christie's que classificou o objeto como "um dos livros mais antigos que existem".
Escrito em copta, uma língua antiga do Egito, o manuscrito é considerado "o livro mais antigo de textos litúrgicos cristãos" e é datado entre os séculos III e IV.
Leiloado sob o nome de "Códice Crosby-Schøyen", o conjunto abrange 51 folhas, das 68 que constituíam o livro original, e cada página contém entre 11 e 18 linhas escritas em duas colunas, por um único copista.
De acordo com o jornal britânico Daily Mail, o manuscrito foi descoberto e adquirido no início dos anos 1950 no Egito por um colecionador suíço, Martin Bodmer, antes de ser passado para outros historiadores nas décadas seguintes.
O conjunto de manuscritos é visto como "um dos raros exemplos bem conservados" do surgimento do livro como meio de transmissão de textos, com uma técnica que evoluiria até a invenção da prensa de tipos móveis no século XV, diz a Christie's.
O nome "Códice Crosby-Schøyen" foi dado ao escrito por uma mecenas americana chamada Margaret Reed Crosby, que ajudou financeiramente a Universidade do Mississippi a adquiri-lo, e ao colecionador norueguês Martin Schøyen, seu último proprietário.
O preço alcançado no leilão está longe dos recordes pagos por outros manuscritos antigos, como o Códice Sassoon, a Bíblia hebraica mais antiga, vendida no ano passado por mais de US$ 38 milhões (R$ 209,27 milhões, na cotação atual) pela Sotheby's de Nova York.
A soma paga pelo Códice Crosby-Schøyen também não chega perto dos US$ 32 milhões (R$ 171,71 milhões, na cotação atual) pagos pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, em 1994, para adquirir o Códice Leicester de Leonardo da Vinci.