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Rumo a Júpiter: estudos mostram que a lua Europa pode ter clima semelhante ao da Antártida

Recente descoberta da camada de gelo na lua Europa pode indicar o potencial de habitabilidade do satélite de Júpiter

O estudo foi publicado em agosto pela Astrobiology Magazine (NASA/Reprodução)
LV

Luiza Vilela

Publicado em 16 de agosto de 2022 às 16h31.

Última atualização em 16 de agosto de 2022 às 22h10.

A NASA está cada vez mais empenhada em explorar a lua Europa, um dos satélites mais interessantes de Júpiter.E não sem motivo: ao que parece, Europa tem a mesma temperatura, pressão e salinidade do oceano da Antártida, de acordo com um estudo publicado na Astrobiology Magazine .

Antes da Missão Clipper, que tem como objetivo enviar uma sonda massiva para as luas do planeta gasoso em 2024, com apoio da Space X, a NASA tem feito alguns estudos sobre a lua Europa para conhecer o terreno e as principais universidades de astronomia pesquisam o satélite de Júpiter. As descobertas sugerem que essa semelhança com a Antártida possam (ou puderam), em algum momento, abrigar vida.

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Mas não é assim tão simples.

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Por que é importante entender o tipo de gelo na lua Europa?

Na foto foto: lua Europa (NASA) (NASA/Reprodução)

Por ora, tudo o que se sabe é que Europa é coberta por uma camada de gelo que pode ser semelhante a que temos na Antártida, mas, de certo, não idêntica. O estudo da NASA, então, foi realizado para entender como essa água salinizada do satélite de Júpiter se comporta e se solidifica.

Existem dois tipos de formação de gelo possíveis: o frazil, que basicamente congela debaixo da superfície e boia até ela, e o mais comum na Terra, que congela acima da plataforma de gelo já existente. O estudo sugere que a formação na Europa seja o tipo frazil.

A grande descoberta, no entanto, está mais relacionada à água do que ao gelo. O tipo frazil é mais versátil, uma vez que concentra somente 0,1% da salinidade do oceano. Para ter ideia, o gelo comum pode conter até 10% der sal dos oceanos.

Em outras palavras, se confirmado que essa é a composição da camada de gelo de Europa, será mais fácil que a lua abrigue vida em um futuro não tão distante.

“Quando exploramosEuropa,estamos mais interessados ​​nasalinidadee composição do oceano, porque essa é uma das coisas que governarão opotencial de habitabilidade, ou mesmo o tipo de vida que pode viver ali”, disse a principal autora do estudo,Natalie Wolfenbarger, pesquisadora doInstituto de GeofísicadaUniversidade do Texas, nos Estados Unidos, em comunicado oficial.

Toda a equipe do Instituto de Geofísica trabalha para entender melhor essa camada de gelo, de maneira a auxiliar a Missão Clipper a explorar Europa. Os pesquisadores, diz o estudo publicado na Astrobiology Magazine , estão empenhados na produção de um instrumento de radar que permita a penetração no gelo da lua, para examinar tanto camadas da superfície quanto outras mais profundas.

A lua Europa é lar de extraterrestres?

Na foto foto: lua Europa (NASA) (NASA/Reprodução)

Fora essa descoberta recente, há mais motivos pelos quais Europa é um dos mais intrigantes e estudados satélites de Júpiter. De acordo com os dados da NASA, a lua é coberta por um oceano com mais de 150 quilômetros de profundidade e ainda conta com uma crosta de gelo que tem entre 15 a 25 quilômetros de espessura. Isso significa dizer que a superfície dessa lua pode conter até duas vezes a quantidade de água de todos os oceanos da Terra.

Por ter quase o mesmo tamanho da nossa Lua, que orbita a Terra, Europa é uma grande candidata a abrigar vida no nosso Sistema Solar. E será esse o principal objetivo da Missão Clipper: ver de perto quais são as possibilidades que a lua Europa nos oferece.

“Este artigo está abrindo um novo lote de possibilidades para pensar sobre os mundos oceânicos e como eles funcionam”, explicouSteve Vance, cientista pesquisador doJet Propulsion Laboratory (JPL)daNASA,no comunicado oficial.

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