Tire suas ideias do papel, diz CEO da Samba Tech
Não ter medo de arriscar é o que vai mostrar se sua startup é vencedora ou não, afirma Gustavo Caetano
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2012 às 10h01.
São Paulo - Em 2004, Gustavo Caetano estava na faculdade de marketing quando enxergou uma oportunidade de negócios: distribuir jogos para celulares. Com um plano de negócios debaixo do braço, pegou um avião e viajou até Londres, onde apresentou a ideia para uma desenvolvedora.
Com um parceiro definido, surgiu o próximo desafio: dinheiro para operacionalizar a empresa. Após o aporte de um investidor, nasceu a Samba Mobile. Após dois anos, em 2006, Caetano teve um novo insight e decidiu investir no segmento de vídeos. Assim surgiu a Samba Tech com o objetivo de gerir e distribuir vídeos de empresas na rede.
“Essa com certeza foi a aposta mais ousada da história da empresa. Felizmente, deu muito certo”, afirma Caetano. Hoje, a empresa possui cerca de 500 clientes espalhados em oito países.
Veja abaixo a entrevista com o empreendedor :
1 - Como era vender uma solução para as empresas em uma época na qual o vídeo na web ainda engatinhava?
Foi um grande desafio. Comunicação digital ainda era um bicho de sete-cabeças naquele tempo. As empresas carregavam o mito de que comunicar por vídeo era complicado, que exigia muita tecnologia e investimentos altos. Tudo era muito novo até para nós, mas apostamos nessa tendência e, aos poucos, fomos evangelizando o mercado.
Por exemplo, grupos de mídia produziam conteúdo para TV que precisavam ser replicados online. A audiência estava caminhando para se tornar digital e, naturalmente, passou a procurar os vídeos na web. Era um caminho sem volta. Foi nesse período que criamos o conceito de logística digital: solução que atua de ponta a ponta cuidando dos vídeos desde a sua gravação até a entrega para qualquer aparelho conectado à internet.
2 - E hoje, qual a importância do vídeo para as empresas e quais suas aplicações? No Brasil, elas estão à frente ou atrasadas em relação ao seu uso como ferramenta de engajamento e de comércio eletrônico?
Hoje é difícil achar uma empresa que não tenha conteúdo em vídeo para se comunicar com seu público alvo, seja ele interno ou externo. O conteúdo audiovisual já se tornou parte da estratégia digital das empresas. Se formos explicar o porquê e como isso aconteceu, dois pontos foram cruciais: o entendimento de que vídeo é uma forma excelente de comunicação e o fato da produção ter se tornado cada vez mais simples e barata.
As possibilidades com vídeos são inúmeras. Sempre vejo um case lá fora de algo criativo feito com vídeos online e na hora penso “por que não fizemos isso aqui ainda?”. Sendo que 80% da população online no país consomem vídeos – quase 40% da população total, a audiência não é problema, o que falta é ousadia para fazer acontecer.
3 – Mudando de assunto, quais os principais pontos que um empreendedor deve levar em consideração ao elaborar o projeto de uma startup?
Primeiro, resolver um problema real. Não importa se você ainda não tenha uma empresa. O importante é ter foco. Quem faz tudo, não faz nada. Por isso, é essencial desenhar uma linha na areia. Se a empresa estiver posicionada num nicho de mercado, melhor ainda, porque dessa forma ela emerge como líder e pode tirar vantagens.
Mas não se prenda a um Plano de Negócio e a sua ideia original. Guie e adapte sua empresa às tendências de mercado, são elas que ditam as regras do jogo. Segundo, é essencial pensar em escala: sempre procure novas formas de fazer seu negócio crescer. Em longo prazo, isso diferencia a empresa das concorrentes e certamente ajuda a convencer os investidores.
Mesmo que o empreendedor comece pequeno, é importante aprender a inovar. Isso não necessariamente está atrelado à escala de atuação em países e mercados diferentes, mas à demanda pelos produtos e soluções produzidas. Quanto maiores o uso e a aceitação do público-alvo, maiores a chance de sucesso de sua empreitada.
4 – Nesse sentido, o que é mais importante: engenharia ou experiência do usuário?
Ambos caminham juntos. Aqui na Samba Tech, apostamos bastante nos dois: temos uma equipe de engenharia e tecnologia muito forte, que é quem dá a base e robustez aos nossos produtos, mas também somos muito focados em design, porque é isso que agrega valor às soluções. O grande lance é casar os dois, o que resulta em um ponto de equilíbrio pelo qual mais prezo: a experiência do usuário.
Quando você agrega uma estética impecável com experiência e conta com uma tecnologia que te permite atender a expectativa do usuário com excelência, você tem a fórmula mágica nas mãos.
5 - Hoje, Belo Horizonte apresenta uma cena efervescente, com várias startups transitando em torno do rótulo San Pedro Valley. Como vocês se relacionam com essas empresas, já que podem ser considerados uma espécie de irmã mais velha?
O relacionamento é o melhor possível. Tenho orgulho das startups que estão nascendo aqui e posso dizer que ajudei a fomentar o espírito empreendedor na comunidade local. O #sanpedrovalley começou com uma brincadeira, mas se tornou rapidamente em algo fantástico, uma vez que é uma forma de agrupar as startups e potencializar esse ecossistema em Belo Horizonte.
Eu particularmente tenho uma relação muita próxima com a maioria delas e isso é algo que me estimula a ajudar ainda mais por dois motivos: já estive onde esses empreendedores estão e, auxiliando-os, contribuo para levantar a bandeira do empreendedorismo digital no país.
6 - Como tem sido o processo de criação de novos negócios e incubação de startups dentro da Samba Tech?
Buscamos sempre a inovação e novas formas de fazer a empresa crescer. Nosso principal desafio é continuar desenvolvendo soluções para o mercado corporativo na América Latina que vão além de vídeos online. Queremos usar a internet para revolucionar a experiência digital das empresas em todo o continente.
7 - Qual o conselho para um jovem empreendedor que está pensando em começar sua startup?
Acredito que a principal palavra seja ousadia. O mercado é incerto, a trajetória é longa e os riscos são diversos. Mas não ter medo de arriscar é o que vai mostrar se sua startup é vencedora ou não. O que eu sempre falo quando tenho a oportunidade de palestrar em eventos é “Stop talking and start-up doing”.
Temos uma série de casos de sucesso nos últimos dois anos no Brasil. Tudo começa com o primeiro passo: tirar as ideias do papel e colocar a mão na massa!
São Paulo - Em 2004, Gustavo Caetano estava na faculdade de marketing quando enxergou uma oportunidade de negócios: distribuir jogos para celulares. Com um plano de negócios debaixo do braço, pegou um avião e viajou até Londres, onde apresentou a ideia para uma desenvolvedora.
Com um parceiro definido, surgiu o próximo desafio: dinheiro para operacionalizar a empresa. Após o aporte de um investidor, nasceu a Samba Mobile. Após dois anos, em 2006, Caetano teve um novo insight e decidiu investir no segmento de vídeos. Assim surgiu a Samba Tech com o objetivo de gerir e distribuir vídeos de empresas na rede.
“Essa com certeza foi a aposta mais ousada da história da empresa. Felizmente, deu muito certo”, afirma Caetano. Hoje, a empresa possui cerca de 500 clientes espalhados em oito países.
Veja abaixo a entrevista com o empreendedor :
1 - Como era vender uma solução para as empresas em uma época na qual o vídeo na web ainda engatinhava?
Foi um grande desafio. Comunicação digital ainda era um bicho de sete-cabeças naquele tempo. As empresas carregavam o mito de que comunicar por vídeo era complicado, que exigia muita tecnologia e investimentos altos. Tudo era muito novo até para nós, mas apostamos nessa tendência e, aos poucos, fomos evangelizando o mercado.
Por exemplo, grupos de mídia produziam conteúdo para TV que precisavam ser replicados online. A audiência estava caminhando para se tornar digital e, naturalmente, passou a procurar os vídeos na web. Era um caminho sem volta. Foi nesse período que criamos o conceito de logística digital: solução que atua de ponta a ponta cuidando dos vídeos desde a sua gravação até a entrega para qualquer aparelho conectado à internet.
2 - E hoje, qual a importância do vídeo para as empresas e quais suas aplicações? No Brasil, elas estão à frente ou atrasadas em relação ao seu uso como ferramenta de engajamento e de comércio eletrônico?
Hoje é difícil achar uma empresa que não tenha conteúdo em vídeo para se comunicar com seu público alvo, seja ele interno ou externo. O conteúdo audiovisual já se tornou parte da estratégia digital das empresas. Se formos explicar o porquê e como isso aconteceu, dois pontos foram cruciais: o entendimento de que vídeo é uma forma excelente de comunicação e o fato da produção ter se tornado cada vez mais simples e barata.
As possibilidades com vídeos são inúmeras. Sempre vejo um case lá fora de algo criativo feito com vídeos online e na hora penso “por que não fizemos isso aqui ainda?”. Sendo que 80% da população online no país consomem vídeos – quase 40% da população total, a audiência não é problema, o que falta é ousadia para fazer acontecer.
3 – Mudando de assunto, quais os principais pontos que um empreendedor deve levar em consideração ao elaborar o projeto de uma startup?
Primeiro, resolver um problema real. Não importa se você ainda não tenha uma empresa. O importante é ter foco. Quem faz tudo, não faz nada. Por isso, é essencial desenhar uma linha na areia. Se a empresa estiver posicionada num nicho de mercado, melhor ainda, porque dessa forma ela emerge como líder e pode tirar vantagens.
Mas não se prenda a um Plano de Negócio e a sua ideia original. Guie e adapte sua empresa às tendências de mercado, são elas que ditam as regras do jogo. Segundo, é essencial pensar em escala: sempre procure novas formas de fazer seu negócio crescer. Em longo prazo, isso diferencia a empresa das concorrentes e certamente ajuda a convencer os investidores.
Mesmo que o empreendedor comece pequeno, é importante aprender a inovar. Isso não necessariamente está atrelado à escala de atuação em países e mercados diferentes, mas à demanda pelos produtos e soluções produzidas. Quanto maiores o uso e a aceitação do público-alvo, maiores a chance de sucesso de sua empreitada.
4 – Nesse sentido, o que é mais importante: engenharia ou experiência do usuário?
Ambos caminham juntos. Aqui na Samba Tech, apostamos bastante nos dois: temos uma equipe de engenharia e tecnologia muito forte, que é quem dá a base e robustez aos nossos produtos, mas também somos muito focados em design, porque é isso que agrega valor às soluções. O grande lance é casar os dois, o que resulta em um ponto de equilíbrio pelo qual mais prezo: a experiência do usuário.
Quando você agrega uma estética impecável com experiência e conta com uma tecnologia que te permite atender a expectativa do usuário com excelência, você tem a fórmula mágica nas mãos.
5 - Hoje, Belo Horizonte apresenta uma cena efervescente, com várias startups transitando em torno do rótulo San Pedro Valley. Como vocês se relacionam com essas empresas, já que podem ser considerados uma espécie de irmã mais velha?
O relacionamento é o melhor possível. Tenho orgulho das startups que estão nascendo aqui e posso dizer que ajudei a fomentar o espírito empreendedor na comunidade local. O #sanpedrovalley começou com uma brincadeira, mas se tornou rapidamente em algo fantástico, uma vez que é uma forma de agrupar as startups e potencializar esse ecossistema em Belo Horizonte.
Eu particularmente tenho uma relação muita próxima com a maioria delas e isso é algo que me estimula a ajudar ainda mais por dois motivos: já estive onde esses empreendedores estão e, auxiliando-os, contribuo para levantar a bandeira do empreendedorismo digital no país.
6 - Como tem sido o processo de criação de novos negócios e incubação de startups dentro da Samba Tech?
Buscamos sempre a inovação e novas formas de fazer a empresa crescer. Nosso principal desafio é continuar desenvolvendo soluções para o mercado corporativo na América Latina que vão além de vídeos online. Queremos usar a internet para revolucionar a experiência digital das empresas em todo o continente.
7 - Qual o conselho para um jovem empreendedor que está pensando em começar sua startup?
Acredito que a principal palavra seja ousadia. O mercado é incerto, a trajetória é longa e os riscos são diversos. Mas não ter medo de arriscar é o que vai mostrar se sua startup é vencedora ou não. O que eu sempre falo quando tenho a oportunidade de palestrar em eventos é “Stop talking and start-up doing”.
Temos uma série de casos de sucesso nos últimos dois anos no Brasil. Tudo começa com o primeiro passo: tirar as ideias do papel e colocar a mão na massa!