Startup Revelação do Ano, Transfeera recebe aporte de R$ 3 milhões
A fintech de Joinville foi a vencedora na categoria de Startup Revelação do Ano no prêmio Startup Awards 2020, organizado pela ABStartups
Carolina Ingizza
Publicado em 26 de outubro de 2020 às 17h00.
Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 19h41.
A fintech de gestão e processamento de pagamentos Transfeera acaba de anunciar ter recebido um aporte de 3 milhões de reais liderado pelo fundo Goodz Capital e com a participação da Bossa Nova Investimentos, Honey Island e Curitiba Angels. Na sexta-feira, 23, a empresa foi eleita a Startup Revelação do Ano no prêmio Startup Awards 2020, organizado pela Associação Brasileira de Startups .
Fundada em 2017 em Joinville, a Transfeera nasceu para simplificar os pagamentos entre pessoas e empresas. Com contas nos cinco principais bancos do país, a fintech conseguia intermediar as transações para zerar o valor das transferências — dos clientes, cobrava apenas 1 real pelo serviço. “Basicamente a gente tava entregando em 2016 o que o Pix vai entregar em 2020”, diz Guilherme Verdasca, presidente e fundador da startup .
Com o tempo, os sócios-fundadores (Verdasca, Fernando Nunes e Rafael Negherbon) perceberam que poderiam ganhar mais dinheiro se focassem sua energia no atendimento de empresas. O primeiro grande cliente do modelo de processamento de pagamentos da Transfeera foi o unicórnio brasileiro Ebanx . Com o case de sucesso deles, a fintech atraiu mais de 180 empresas, entre elas iFood, Rappi, Unilever e Kimberly-Clark.
Atualmente, a Transfeera ajuda as empresas a reduzir os custos operacionais com pagamentos. O algoritmo da startup consegue identificar possíveis erros nas transações, como número de conta incorreto, garantindo que as companhias clientes paguem sempre às pessoas certas. “Diminuímos as falhas de 15% para 2%, o que é muito significativo para empresas que fazem milhares de transações por dia”, diz Verdasca.
Os clientes pagam um valor por cada transação que é feita com sucesso pela plataforma da fintech. A taxa, que começa a 3,50 reais por unidade, pode chegar a centavos a depender do volume de pagamentos realizados por mês. Com a chegada do Pix em novembro, a startup ainda está definindo os novos preços — que devem ser ainda menores.
Planos e investimentos
A pandemia acabou ajudando a trazer mais clientes para a fintech. De março a outubro, a empresa quadruplicou sua receita mensal. “Com a digitalização de muitos negócios, subadquirentes, fintechs e empresas de delivery cresceram muito. A Transfeera cresceu ajudando esses negócios a validar seus dados de pagamento”, diz Verdasca.
O faturamento, que foi de 1,5 milhão de reais em 2019, vai chegar perto dos 5 milhões neste ano, segundo os sócios. Para conseguir manter o ritmo de crescimento, a startup contratou mais de dez pessoas ao longo do ano e ainda tem vagas em aberto. A expectativa é que a empresa, que tem 25 funcionários hoje, termine 2021 com 70 empregados.
O aporte, então, chega em um momento em que a Transfeera espera expandir sua atuação, oferecendo a seus clientes soluções de crédito, serviços antifraude, investimentos e aplicações.
“O investimento vai nos apoiar no processo de regulação junto ao Banco Central, permitindo que a Transfeera possa evoluir de uma Fintech as a Service (FaaS) para ser o primeiro marketplace banking brasileiro, com soluções direcionadas para resolver as dores de nossos clientes”, afirma o presidente da startup.
O desafio para os próximos meses, segundo o presidente da fintech, será concluir o processo de regulação junto ao Banco Central para virar uma instituição de pagamento. Com isso resolvido, a empresa planeja se debruçar sobre o Pix , se tornando uma referência antifraude no novo sistema.