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Startup que vende carros em 1h quer crescer no Brasil com lojas container

A InstaCarro, fundada em 2015, tem seis lojas no novo modelo e vai abrir outras 35 até o final do ano; a meta dos fundadores é dobrar o faturamento em 2020

Luca Cafici, presidente e cofundador da InstaCarro: “para nós que somos startup, não ter que fazer um grande investimento em loja de varejo é muito bom”  (InstaCarro/Divulgação)

Luca Cafici, presidente e cofundador da InstaCarro: “para nós que somos startup, não ter que fazer um grande investimento em loja de varejo é muito bom” (InstaCarro/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 08h00.

Última atualização em 23 de janeiro de 2020 às 15h24.

Cinco anos depois de sua fundação, a startup brasileira Instacarro aposta em um novo modelo para expandir sua operação: lojas container. A empresa, que tem a proposta de vender carros usados em até uma hora, já possui seis unidades no modelo e planeja abrir outras 35 lojas até o final do ano. 

“Para o cliente, a experiência de venda é mesma das três lojas tradicionais, o que difere é a somente a modalidade de loja”, diz o cofundador e presidente da empresa, Luca Cafici.

Para vender um carro, o cliente precisa entrar no site da startup, colocar as informações do veículo e se dirigir até a unidade mais próxima da empresa. 

Na loja, os funcionários inspecionam o carro por 30 minutos, usando tecnologia própria para fazer uma avaliação de preço justa. Na meia hora seguinte, acontece um leilão online na plataforma da InstaCarro, onde mais de 3.000 revendedores estão cadastrados.

Ao final da primeira hora, o cliente recebe uma proposta pelo carro. Se aceitar vender, deixa o veículo com a startup, que se responsabiliza pela burocracia de compra e venda.

A empresa ganha de 3,5% a 6% sobre o valor de cada venda, a depender do valor oferecido pelo carro no leilão. Em média, a InstaCarro vende 10.000 veículos por ano. 

Loja container da InstaCarro: unidade menor da startup fatura cerca de 1 milhão de reais por mês (InstaCarro/Divulgação)

Lojas menores, mas rentáveis

Nos primeiros anos da operação, a startup operava com três grandes lojas na grande São Paulo, mas percebeu que seria muito caro expandir para mais cidades nesse formato. Em 2019 surgiu a ideia do container.

A principal vantagem desse modelo em relação à loja tradicional de rua é o custo de operação, como explica Cafici. Sem precisar arcar com altos alugueis e contratos longos, a instalação de novos pontos de venda é mais barata e rápida.

O container vem customizado com a marca da Instacarro direto do fornecedor e é colocado no estacionamento de estabelecimentos parceiros, como as redes de supermercado Pão de Açúcar e Carrefour. Para operar, as unidades precisam de dois a quatro funcionários. 

O faturamento da unidade também é menor: cerca de 1 milhão de reais. Ainda assim, segundo Cafici, o container é mais rentável para a companhia. Hoje, há duas lojas do modelo operando em São Paulo e outras em São Caetano, Osasco, São Bernardo do Campo e Campinas. 

Projetos para o ano

A meta da empresa é continuar expandindo para outras cidades do estado de São Paulo durante o primeiro semestre de 2020 e, depois, avaliar a entrada em outros estados. Por ora, não há planos de levar a operação para fora do país. 

Para garantir a expansão nacional ao longo do ano, a equipe de 120 pessoas da startup precisa crescer: o presidente quer contratar 50 novos funcionários este ano. Com a estratégia, a Instacarro espera dobrar seu faturamento em 2020, assim como fez em 2019.

A empresa não revela quanto faturou nos dois últimos anos, mas, em 2017, seu faturamento foi de 240 milhões de reais. Segundo a empresa, 10.000 carros são vendidos por ano e existem 3.000 revendedores cadastrados na plataforma -- 600 são ativos mensalmente. 

“Nosso desejo este ano é levar nosso modelo de negócio para um público que ainda não ouviu falar da gente. Queremos criar uma conexão importante com as pessoas”, diz Cafici.

Aliado a esse desejo está o projeto da InstaCarro de lançar uma tabela de precificação de veículos para concorrer com a tabela Fipe ainda no primeiro trimestre de 2020. 

O cofundador acredita que a empresa tem dados suficientes do mercado de veículos usados brasileiro para elaborar uma tabela de preço que ajude as pessoas a tomar melhores decisões de compra e venda de carros. “Não temos intenção de gerar receita com o produto, simplesmente queremos utilizar nossos dados para gerar mais informação para as pessoas”, afirma.

Investimentos

No segundo semestre de 2020, a InstaCarro planeja levantar capital com uma nova rodada de investimento para acelerar seu projeto de expansão pelo Brasil. Desde sua fundação em 2015 até então, a startup conseguiu um total de aproximadamente 150 milhões de reais em investimentos. 

Sua última rodada de captação aconteceu na metade do ano de 2018, quando os sócios conseguiram levantar 17 milhões de reais com os fundos FJ Labs, Lumia e Hummingbird. 

O diferencial da startup diante da concorrência com concessionárias e empresas de venda de carros, como a Volanty, segundo o presidente, é o tripe de rapidez, qualidade de antedimento e preço.

Se a empresa conseguir o investimento que busca, pode ganhar a força necessária para sair na frente no mercado brasileiro de revenda de veículos, que cresceu 2,2% em 2019, totalizando 14,5 milhões de carros usados vendidos.

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