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Startup que transformou tratamento de diabetes ataca ansiedade e depressão

A Omada, criada no Vale do Silício, aposta na terapia digital e percebeu a oportunidade de expandir suas verticais de atendimento

Omada Health: programa de 16 semanas já captou 126,5 milhões de dólares em investimentos (Omada Health/Divulgação)

Mariana Fonseca

Publicado em 26 de janeiro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 16 de abril de 2019 às 11h19.

O que doenças crônicas como ansiedade , depressão e diabetes têm em comum? Para o empreendedor Sean Duffy, todas podem ser tratadas com toques diários na tela do smartphone.

Sua startup , chamada Omada Health, aposta em uma forma de tratamento avaliada em 1,7 bilhão de dólares em 2016: a terapia digital. Até 2025, o mercado de plataformas digitais para o controle de doenças crônicas por terapias comportamentais deverá alcançar 9,4 bilhões de dólares.

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Até hoje, 200 mil usuários passaram pela plataforma. A Omada começou neste mês a tratar a ansiedade e a depressão.

O começo: diabetes

A Omada, criada em 2011 no Vale do Silício (Estados Unidos), tornou-se conhecida por sua terapia cognitivo comportamental online para pré-diabetes e diabetes do tipo 2. As doenças relacionadas a mudanças de hábitos representam um terreno fértil para as startups do ramo, de acordo com a empresa de análise CB Insights, o que é o caso das verticais visadas pela Omada.

Seu diferencial, segundo a própria empresa, é combinar um aplicativo com boa usabilidade, conselheiros de saúde profissionais, grupos de apoio e um programa próprio.

O usuário recebe em casa sua própria balança e registra informações no sistema da Omada. Depois, ele é ligado a um conselheiro de saúde profissional para dar dicas e acompanhar seu progresso ao longo das 16 semanas de programa.Na plataforma, é possível realizar jogos para testar seus conhecimentos e, com base nos resultados, receber lições diárias.

O programa da Omada possui quatro fases: mudança de hábitos alimentos, maiores níveis de atividade, preparar-se para desafios e reforçar escolhas saudáveis. Depois do programa, o cliente pode continuar conectado com os grupos de apoio. De acordo com o New York Times, a Omada cobra cerca de 130 dólares por mês.

A Omada foi reconhecida como tecnologia pioneira pelo Fórum Econômico Mundial em 2016. Um ano depois, foi eleita uma das companhias mais inovadoras pela revista Fast Company.

A empresa já teve mais 200 mil usuários em sua plataforma. A Omada acumulou 126,5 milhões de dólares em investimentos de empresas de saúde, como Cigna e Sanofi, e de fundos de investimento, como o Andreessen Horowitz.

Expansão: ansiedade e depressão

Em junho do ano passado, a Omada adicionou tratamentos para hipertensão e colesterol alto. Duffy logo percebeu uma recorrência em seus clientes. Quem possui condições crônicas associadas à obesidade, o que é o caso de alguns diabéticos, possui maior chance de desenvolver doenças como ansiedade e depressão. Havia a oportunidade, portanto, de atacar também tais mercados e aproveitar a base existente de clientes.

A expansão foi anunciada neste mês. De acordo com a startup, um quinto dos americanos adultos são afetados por condições mentais. Ansiedade e depressão estão entre os cinco maiores gastos em saúde. Apenas a depressão custa anualmente 210 bilhões de dólares ao país, com metade do valor recaindo sobre empregadores.

“Depressão e ansiedade são uma barreira conhecida para hábitos saudáveis, como tomar as medicações, ter uma nutrição eficiente e buscar cuidados preventivos”, afirmou em comunicado Carolyn Jasik, vice-presidente de assuntos médicos da Omada. “Com a adição da terapia cognitivo comportamental, podemos apoiar nossos clientes a administrar suas condições. Com nossa plataforma digital, esse processo se torna escalável.”

Terapias digitais no Brasil

O Brasil está cada vez mais perto de ter startups como a Omada. O Conselho Federal de Psicologia aprovou em novembro do ano passado uma resolução que amplia a possibilidade de atendimento psicológico à distância, como as terapias online. Antigamente, havia um limite de consultas nessa modalidade.

Alguns negócios inovadores brasileiros que trabalham com o controle de doenças crônicas pelo smartphone são o marketplace de aconselhamento de saúde online TelaVita, criado em 2017; a plataforma de psicólogos Vittude , criado em 2016; e a plataforma de cuidados mentais Zenklub, do mesmo ano.

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