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Startup Nuvemshop, de e-commerce, recebe aporte de US$ 30 milhões

A rodada de investimentos foi lidera pela Qualcomm Ventures e pela Kaszek Ventures; cerca de 65.000 clientes usam a plataforma da Nuvemshop hoje

Nuvemshop: startup emprega mais de 250 pessoas em seus escritórios em São Paulo, Belo Horizonte, Buenos Aires e Cidade do México (Nuvemshop/Divulgação)
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Carolina Ingizza

Publicado em 13 de outubro de 2020 às 09h00.

Última atualização em 13 de outubro de 2020 às 15h04.

A startup Nuvemshop, que cria lojas online para micro, pequenas e médias empresas , está tendo um ótimo ano. Com o crescimento acelerado do e-commerce no Brasil, que cresceu 56,8% de janeiro a agosto deste ano, a empresa passou de 25.000 clientes em janeiro para quase 70.000 hoje.

Para manter o ritmo de crescimento e expandir a operação para outros países da América Latina, a companhia anuncia ter captado um investimento de 30 milhões de dólares em sua rodada série C.

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O aporte foi coliderado pelo fundo Kaszek Ventures, que já investiu em empresas como Nubank e Quinto Andar, e pela Qualcomm Ventures, braço de investimentos da empresa de tecnologia Qualcomm, que apostou no Brasil em empresas como 99 e Loggi. Participaram da rodada também os fundos FJ Labs, Elevar Equity, e Ignia Partners e o investidor Kevin Efrusy, sócio emérito da Accel Partners.

“A qualidade do time gestor da empresa sempre nos chamou atenção, assim como o DNA de engenharia do negócio”, diz Alexandre Villela, diretor do Qualcomm Ventures para a América Latina. Para o investidor, além da startup ter registrado um crescimento exponencial no número de clientes e no volume transacionado nos últimos meses, ela se diferencia dos concorrentes por oferecer uma plataforma aberta e omnichannel.

O último investimento recebido pela Nuvemshop havia sido em 2017, quando a empresa captou 24 milhões de reais dos fundos Elevar Equity, Kaszek e Ignia Partners. No final do ano passado, os sócios voltaram ao mercado em busca de um novo aporte, que demorou mais do que o esperado para acontecer por conta da pandemia.

Planos do negócio

Os 30 milhões de dólares recebidos serão usados, segundo Santiago Sosa, presidente e cofundador da Nuvemshop, em três frentes. Primeiro, a companhia vai investir na plataforma que já possui. A empresa quer seu produto se torne um ecossistema de tecnologias para o pequeno e médio empreendedor. Por isso, ela está abrindo as APIs do software para que outros desenvolvedores possam construir aplicações para o sistema. Dessa forma, os clientes da startup se beneficiariam de uma maior oferta de serviços e os parceiros teriam acesso mais fácil aos pequenos negócios.

A segunda estratégia da startup envolve investimentos para aquisição de clientes. Sosa afirma que pretende conquistar clientes com faturamento mensal maior. Como a startup usa sua base de pequenas empresas para negociar com fornecedores de serviços logísticos, tecnológicos e financeiros, ter clientes que movimentam altos volumes é uma forma de conseguir preços melhores para as cerca de 70.000 empresas que usam a plataforma da Nuvemshop.

Em terceiro lugar, os 30 milhões de dólares irão ajudar a startup nos seus planos de expansão internacional. Hoje, a força do negócio se concentra no Brasil e na Argentina, mas a Nuvemshop já abriu um escritório no México em 2020 e planeja entrar, no ano que vem, na Colômbia, no Chile e no Peru. "Gostamos de abrir escritórios para poder estar próximos dos clientes e acompanhar o que está acontecendo em cada país", diz Sosa.

Luiz Piovesana (CMO), Nicolás Loretti (COO), Santiago Sosa (CEO e cofundador), Alejandro Vázquez (CCO e cofundador) e Martín Palombo (CPO e cofundador) (Nuvemshop/Divulgação)

As metas a longo prazo são ambiciosas. Nos próximos cinco anos, a companhia quer dobrar o tamanho do negócio ano a ano e chegar a marca de 400.000 clientes na América Latina.

Para os sócios, o principal desafio desse plano é a execução. "O negócio está totalmente provado, temos dinheiro no banco, um time muito forte e uma oportunidade gigantesca. Precisamos agora olhar para dentro, identificar fraquezas e trazer pessoas que nos fortaleçam", diz o presidente.

Mas a startup hoje tem competidores de peso: os marketplaces. Companhias como Magazine Luiza, B2W e Mercado Livre permitem que pequenas empresas vendam dentro de suas plataformas de e-commerce. Durante os primeiros meses da pandemia, essas companhias atraíram por mês três vezes mais PMEs para suas plataformas online.

De acordo com Sosa, apesar da importância dos marketplaces para o e-commerce mundial, a Nuvemshop teria uma vantagem por priorizar o lojista e não o cliente. “Cada esforço que eles fazem para melhorar a vida dos consumidores, acabam colocando pressão nos vendedores com prazos de envio, promoções e taxas cobradas”, diz o cofundador da startup. “Nós somos uma solução para marcas que querem se conectar diretamente com o consumidor.”

Trajetória da empresa

O engenheiro Santiago Sosa cofundou a Nuvemshop em 2011, na Argentina. Mas desde o começo o negócio já estava de olho no mercado brasileiro. Em 2012, após um aporte de 300.000 dólares de um investidor-anjo, a empresa montou um escritório em São Paulo.

Com o tempo, a Nuvemshop foi crescendo na Argentina, no Brasil e em outros países da América Latina. Em 2013, o negócio recebeu mais um investimento, no valor de 600.000 dólares, do fundo brasileiro Trindade Investimentos. Em dezembro de 2014, conquistaria seu terceiro aporte de, 2,75 milhões de dólares, liderado pela KaszeK.

Segundo Sosa, a Nuvemshop possibilita que qualquer micro, pequena ou médio empresa possa desenvolver sua loja virtual e vender pela internet. “Oferecemos sites 100% seguros, otimizados para buscas, integrados com meios de pagamento, marketplaces e transportadoras parceiras. Além disso, temos ferramentas de administração diária, como catálogo de produtos, preços e estoque.” Como monetização, o negócio cobra uma mensalidade fixa pela utilização da plataforma.

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