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Startup do agronegócio, Agrofy recebe aporte de 23 milhões de dólares

Apesar de ter sido fundada no país vizinho, companhia tem no Brasil o seu principal mercado

Agrofy: marketplace do agronegócio foi fundado na Argentina e já está disponível em nove países (Agrofy/Reprodução)
RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 05h55.

Última atualização em 19 de dezembro de 2019 às 11h48.

São Paulo – Voltada para o agronegócio , a startup argentina de Agrofy vai impulsionar seu negócio graças a um aporte de 23 milhões de dólares. Liderada pela SP Ventures, a injeção de capital de série B foi recebida na segunda-feira (16) e conta com a participação de fundos de venture capital americanos Fall Line Capital e ACRE Capital, ambos do Vale do Silício.

O novo aporte estava sendo negociado há alguns meses. Semanas atrás surgiu a informação de que a companhia havia recebido 25 milhões de dólares. O acordo oficial, firmado em 23 milhões de dólares com os investidores brasileiros e americanos, só foi fechado nesta semana e noticiado com exclusividade pela EXAME .

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Se contabilizado um aporte em venture round, essa foi a terceira rodada de captação da Agrofy. A startup recebeu seu pontapé financeiro inicial das empresas argentinas NTXP Labs e Glocal e escalou o negócio com um aporte de série A de 11 milhões de dólares realizado pela SP Ventures em conjunto com os fundos Syngenta Ventures e Bunge Ventures.

Fundada em 2015 por Alejandro Larosa e Maximiliano Landrein, a companhia atua com um marketplace digital voltado para o agronegócio e tem operações em nove países da América Latina. São mais de 150 mil produtos expostos por 10,3 mil vendedores na região. O tráfego mensal da plataforma beira 5 milhões de visitas únicas por mês. Principal mercado da empresa, o Brasil responde por 60% da operação. Sob o apelido de “Mercado Livre do agronegócio”, a companhia trabalha no País com 50 mil produtos de 1,4 mil lojistas.

O modelo de negócios é simples. A empresa fatura com o pagamento de uma mensalidade fixa para expor e fazer o meio de campo entre consumidores e fabricantes de produtos agrícolas. O valor mensal vai de 700 até 7 mil reais, de acordo com o cliente. A operação ainda não é de ponta a ponta. Todo o processo de pagamento e de logística ainda é de responsabilidade dos vendedores.

É justamente para acabar com essa limitação que a companhia firmou o novo aporte. O dinheiro será utilizado para a criação de uma plataforma de cobrança dentro do site. A partir de janeiro, serão aceitos pagamentos em boleto e também por cartões de crédito e débito.

“Vamos criar uma fintech. Tudo será feito em casa”, diz Rafael Sant’Anna, country manager da Agrofy no Brasil. O executivo explica que essa será uma uma forma adicional para monetizar a operação da Agrofy, que ainda não é lucrativa. Além das mensalidades, a companhia poderá cobrar um percentual pela venda dos produtos ofertados no site.

Unicórnio do campo

Potência global no agronegócio, a América Latina ainda não tem uma startup voltada para o agronegócio com valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares. Quem quer mudar isso é justamente um dos investidores da Agrofy, o fundo venture capital brasileiro SP Ventures. No planejamento, mais de 300 milhões de reais para encontrar o primeiro unicórnio do campo.

Um dos desafios é justamente a transformação digital. “Para criar negócios exponenciais é preciso ter conectividade. E não faz lá muito tempo que a internet chegou no campo”, diz Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures. Segundo o gestor, a “alfabetização mobile” também é outro desafio.

Os números comprovam. Em maio, um estudo realizado pela OpenSignal empresa especializada em análise de conectividade de operadoras de internet, classificou o Brasil como apenas o 50º colocado em um ranking que mede a qualidade da internet 4G . A situação é ainda mais crítica no campo. Em regiões rurais, a disponibilidade do sinal da quarta geração de internet móvel é quase consideravelmente menor do que em zonas rurais.

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