Decorati: startup movimenta uma rede de 10.000 profissionais, entre arquitetos, pedreiros e marceneiros (Decorati/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 30 de junho de 2020 às 18h00.
Última atualização em 30 de junho de 2020 às 18h02.
A pandemia do novo coronavírus reforçou a importância do espaço doméstico na vida das pessoas. Com a casa se tornando o lugar central de trabalho, escola e diversão, aumentou a procura por móveis, reformas e projetos de decoração. Uma das empresas que percebeu esse aumento na demanda foi a startup Decorati, comprada pela Loft em 2019. No segundo trimestre de 2020 em relação ao primeiro, o número de projetos em andamento da companhia dobrou, ultrapassando a marca de 800 reformas.
“O número de pessoas que nos procuraram para conversar sobre a possibilidade de fazer alguma reforma em casa saltou 40%, passando de 3,7 mil para 5,2 mil. Muitos clientes que, antes, demonstravam apenas interesse, agora estão fechando negócio” diz Murillo Morale, fundador da Decorati. Para dar conta do volume alto de projetos, o número de arquitetos cadastrados no marketplace da empresa passou de 70 no início do ano para mais de 160 agora.
A Decorati, fundada em 2016 por Morale e Rafael Pais, consegue fazer a gestão de reformas e projetos de decoração em alta escala. Com um software próprio, a empresa oferece aos clientes desde a produção do projeto arquitetônico até a fabricação de móveis sob medida, gestão da obra e decoração do imóvel. No ano de fundação, a empresa faturou 1 milhão de reais. Em 2017, 2018 e 2019, o faturamento foi de, respectivamente, 9 milhões, 21 milhões e 41 milhões de reais. Em 2020, a projeção é faturar em torno de 60 milhões.
Com a pandemia, logo no final de março, a empresa percebeu que precisaria centrar toda a sua comunicação no mundo digital e mostrar para os clientes que seria capaz de continuar trabalhando. “Esse mercado é baseado em indicações de profissionais por porteiros, mães. Todas essas pessoas foram impulsionadas para o online”, diz Morale.
O fundador conta que antes, grande parte dos atendimentos acontecia nos fins de semana, mas, agora, os contatos são realizados durante a semana. “Podemos afirmar, pelas datas e horários das reuniões, que as pessoas estão misturando mais a vida pessoal com o trabalho. Ou seja, a barreira física não é mais um impeditivo e temos mais pessoas interessadas em nossos produtos e, consequentemente, fechando negócio”, afirma.
Nas primeiras semanas de isolamente social, 80% das obras foram paralisadas e a startup renegociou contratos com clientes, criando um fundo de antecipação de recebíveis para os profissionais autônomos que precisassem durante a crise. “Depois, a gente conseguiu estruturar um protocolo de segurança, com álcool gel e medidor de temperatura, para garantir que as obras pudessem voltar”, diz o fundador.
Para os próximos meses, os sócios estão confiantes de que vão conseguir manter o mesmo crescimento registrado agora no número de projetos feitos e executados. A empresa planeja também ampliar o produto de financiamento que lançou no meio da crise. Hoje, a startup intermedeia o crédito para a obra com grandes bancos e fintechs, oferecendo ao cliente a possibilidade de parcelar o pagamento em até 12 vezes.
Outro plano da Decorati, que recentemente começou a atuar no Rio de Janeiro, é expandir, em breve, sua operação para outras regiões do Brasil. Hoje, no total, a empresa tem 10.000 profissionais trabalhando em seu ecossistema.