Startup da África do Sul aposta em bebida energética feita com larvas
Com esse objetivo, a empresa será a primeira na África a produzir proteína de insetos para consumo humano
Janaína Ribeiro
Publicado em 23 de maio de 2020 às 09h00.
Última atualização em 23 de maio de 2020 às 09h00.
Uma startup sul-africana pretende produzir proteína em pó de alta qualidade a partir de larvas para uso em alimentos e bebidas energéticas até o fim do ano.
Com esse objetivo, será a primeira empresa na África a produzir proteína de insetos para consumo humano. Atualmente, rivais sul-africanos colhem larvas da mosca soldado negra para alimentar animais e peixes. As proteínas das larvas podem ser colhidas de maneira sustentável, pois as moscas são alimentadas com resíduos, reduzindo a necessidade de aterros e ajudando a atrasar as mudanças climáticas.
ASusento, controlada em parte pela Universidade Stellenbosch, nos arredores da Cidade do Cabo, e por empreendedores associados à instituição, busca levantar 12 milhões de rands (US$ 683 mil) neste mês para as instalações de produção na província do Cabo Oriental.
“É a primeira rodada de financiamento”, disse Elsje Pieterse, professora do Departamento de Ciências Animais da universidade e coproprietária da Susento, que é uma abreviação de sustentabilidade por meio da entomologia. O pó “realmente não tem gosto ou cheiro, pode ser usado em alimentos salgados ou doces”, como chocolate, disse.
A proteína é de alta qualidade e uma fazenda de insetos de um hectare pode produzir 7.500 vezes mais do que uma de soja do mesmo tamanho, de acordo com Elsje.
Espera-se que a nova instalação comece a produção em dezembro e terá como objetivo colher 30 toneladas de produto por mês. A Susento já produz cerca de três toneladas mensais na fazenda experimental da universidade em Mariendahl, nos arredores de Stellenbosch, principalmente para uso em ração para animais de estimação.