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Startup brasileira Remessa Online recebe aporte de R$ 110 milhões

Fintech, especializada em transferências internacionais, pretende usar capital para expandir seu produto para pequenas e médias empresas

Alexandre Liuzzi, cofundador da startup: rodada de investimento foi liderada pelo fundo Kaszek Ventures e pelo investidor americano Kevin Efrusy (Remessa Online/Divulgação)
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Carolina Ingizza

Publicado em 16 de junho de 2020 às 06h00.

A fintech brasileira Remessa Online, de transferências internacionais, anuncia o recebimento de um aporte de 110 milhões de reais em plena pandemia. A rodada de investimento foi liderada pelo fundo Kaszek Ventures (Nubank, QuintoAndar) e pelo investidor Kevin Efrusy, do fundo americano Accel.

A startup , criada em 2016 para permitir que pessoas físicas enviassem dinheiro para o exterior de forma simples e barata, pretende usar o aporte para investir na sua recém-criada área de pessoa jurídica, focada em pequenas e médias empresas .

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“A gente está focando o investimento no segmento de pessoa jurídica, trazendo uma plataforma que viabiliza fazer todo o processo de cadastro digitalmente. Vamos buscar expandir também os investimentos em marketing”, diz Alexandre Liuzzi, cofundador e diretor de estratégia da Remessa Online.

Com o investimento, Hernan Kazah, cofundador do Mercado Livre e da Kaszek, se juntará ao conselho da fintech, que já conta com nomes como André Penha, cofundador do Quinto Andar, e Fabio Armaganijan, ex-diretor de operações da Kraft Heinz.

Kazah diz que a Remessa Online chamou a atenção da Kaszek por atuar em um nicho de mercado ainda mal atendido. “A crise atual está acelerando a digitalização de diversos setores ao redor do mundo e a Remessa Online surge na dianteira desse movimento, transformando e revolucionando o mercado de transferências internacionais no Brasil, especialmente para as pequenas e médias empresas”, afirma o executivo.

No mesmo segmento que a Remessa, atua a fintech britânica TransferWise , que recentemente obteve a licença do Banco Central para atuar como corretora de câmbio no Brasil. A ideia é que, a partir de agora, a TransferWise ofereça novos produtos e serviços por aqui, além de conseguir taxas menores.

História da startup

A empresa surgiu a partir da amizade de mais de vinte anos de Alexandre Liuzzi e Fernando Pavani. Os amigo se conheceram na faculdade e seguiram carreira no mercado financeiro até que decidiram empreender juntos em 2015. Liuzzi diz que viu uma oportunidade no mercado de transferências internacionais quando estudou no exterior e precisava fazer remessas internacionais. “Recebia quase sempre 15% a menos do que tinha enviado”, diz.

Com Stefano Milo e Márcio William, os amigos lançaram o negócio em 2016 com capital próprio. Em 2017, a empresa recebeu um aporte de Marcelo Maisonnave, ex-sócio da XP Investimentos. Com o dinheiro, aos poucos, a Remessa foi incluindo mais opções de serviço para os clientes, como possibilidade de investir no exterior e automatizar pagamentos recorrentes, como aluguel.

Em 2018, com a rodada série A de cerca de 20 milhões de reais, a startup começou a investir em uma estrutura própria de desenvolvimento de processos. “Isso fez com que nossa experiência melhorasse muito, saindo do NPS 70 para 91”, diz Liuzzi. No final de 2019, a companhia lançou o Remessa for Business, focado em atender as pequenas empresas.

Perspectivas para o futuro

A crise causada pelo coronavírus acelerou o produto para pessoa jurídica. Sem conseguir ser atendidas por grandes bancos, as pequenas empresas procuraram alternativas para processar seus pagamentos internacionais. Com a alta do dólar, muitas delas viram uma oportunidade para ampliar o mercado e exportar mais. No período, a Remessa Online conseguiu um crescimento de cerca de 90% na comparação ano a ano, puxado principalmente pelo serviço business.

Desde sua criação, a fintech já soma mais de 10 bilhões de reais transacionados. A empresa cobra uma taxa única de 1,3% por transação. Segundo os sócios, os custos menores que as instituições financeiras tradicionais são possíveis graças aos ganhos de agilidade e eficiência na operação digital. “Metade dos nossos colaboradores são do time de produto, o que reduz as necessidades de processos redundantes e reduz a ineficiência”, diz Liuzzi. Ao todo, a startup emprega 200 pessoas.

O plano da Remessa Online é continuar agregando serviços à plataforma, de modo que os clientes possam administrar toda sua vida internacional com ajuda da startup. O diretor de estratégia acredita que a pandemia, por ter estimulado o home office, vai provocar uma onda de internacionalização do trabalho no futuro, forçando as empresas a servir o cliente onde quer que ele esteja. “Queremos ser um hub de serviços financeiros globais para os clientes”, diz Liuzzi.

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