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Startup brasileira disputa prêmio global com cobrança via celular

A startup Celcoin foi considerada a melhor do Brasil pelo SeedStars, prêmio focado em startups de mercados emergentes, desbancando mais de 250 concorrentes.

A equipe da Celcoin na premiação nacional do SeedStars (Foto/Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 1 de novembro de 2017 às 06h00.

São Paulo – A startup Celcoin foi considerada a melhor do Brasil pelo SeedStars, um prêmio global focado em startups de mercados emergentes, desbancando mais de 250 concorrentes.

A empresa oferece um serviço com potencial de incrementar a renda de pequenos comerciantes e facilitar a vida de pessoas que vivem em localidades mais isoladas do Brasil. Através de um aplicativo , ela transforma qualquer smartphone num terminal de pagamentos, e permite com isso fazer transações como pagamentos de boletos, recarga de crédito de celular e de bilhetes de transporte público.

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Fundada em março de 2016, movimenta 20 milhões de reais por mês em transações e tem pouco mais de 5 mil agentes que oferecem o serviço de pagamentos.

Além do título de “melhor startups do Brasil”, o prêmio na etapa nacional do SeedStars rendeu à empresa 70 mil dólares em serviços, como créditos para anúncios no Facebook. Agora, a Celcoin se prepara para disputar o SeedStars global, cuja premiação ocorrerá em 2018 na Suíça. Se levar o prêmio, poderá receber até 1 milhão de dólares em investimentos.

“O prêmio nos ajuda a validar nosso modelo de negócio e a conquistar a confiança do consumidor final. Por ser um aplicativo financeiro, vivemos muito da confiança que o usuário deposita em nós, e a premiação com certeza é importante nesse sentido”, afirma Marcelo França, CEO da Celcoin.

O empreendedor conta que, no início, a ideia do negócio era oferecer ao consumidor final a possibilidade de pagar qualquer conta no celular. O serviço chegou a ser oferecido dessa forma, mas rapidamente os sócios perceberam que alguns poucos usuários tinham muito mais transações do que os outros.

Eles foram investigar e descobriram que esses usuários eram pequenos comerciantes que ofereciam o serviço para seus clientes. A partir dessa constatação, o foco do negócio mudou. “Vimos que o intermediário tinha mais potencial e fizemos uma virada no modelo. Depois disso, houve um crescimento exponencial”, conta.

Renda de 2 mil reais

O aplicativo é baixado de graça pelo usuário, que não paga nada para oferecer o serviço ao cliente. Este por sua vez também não desembolsa nada a mais por fazer um pagamento via Celcoin. A monetização da startup vem de uma taxa cobrada em cima de cada transação, e quem paga a conta são os bancos ou as operadoras de celular, no caso de recargas de créditos telefônicos.

Parte dessa taxa fica com o agente – segundo França há comerciantes que chegam a faturar 2 mil reais com a oferta do serviço. Dentre os usuários do Celcoin há desde mercearias e salões de beleza, até taxistas, motoristas de Uber, vendedores porta a porta e até mesmo cobradores de ônibus.

“É um serviço a mais que a pessoa oferece. Além de incrementar o faturamento, ela tem um diferencial em relação aos concorrentes e garante mais movimento no estabelecimento, o que ajuda a gerar mais vendas”, explica França.

“A inovação do nosso negócio é criar a possibilidade de qualquer pessoa oferecer mais de mil serviços no seu ponto de venda, sem burocracia e sem custo. Para alguém que tem uma mercearia no interior do Nordeste e no dia seguinte está recebendo contas, é algo bastante disruptivo e inovador”, afirma o empreendedor, que antes de empreender na Celcoin, atuou no Lemon Bank, vendido para o Banco do Brasil em 2010.

O negócio foi iniciado com um investimento próprio de 2 milhões de reais, e tem um faturamento anualizado de 3 milhões de reais. O plano agora é crescer: até 2020, a meta é chegar a 200 mil agentes. Para isso, a startup está em contato com investidores, para estudar possíveis aportes.

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