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Sem o TikTok, será o Snapchat o novo queridinho da geração Z nos EUA?

Analistas projetam que a rede social, que divulga nesta terça-feira seu balanço trimestral, tenha ampliado sua base de usuários ativos durante a pandemia

SNAPCHAT: a companhia voltou ao radar após as dificuldades de sua principal concorrente chinesa (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

SNAPCHAT: a companhia voltou ao radar após as dificuldades de sua principal concorrente chinesa (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

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Carolina Ingizza

Publicado em 21 de julho de 2020 às 07h03.

Última atualização em 21 de julho de 2020 às 07h06.

Após uma expansão do número de usuários de 20% no início de 2020, a Snap, dona do aplicativo de vídeos curtos Snapchat divulga ao mercado os resultados do segundo trimestre nesta terça-feira à noite. Até agora, a empresa vinha num bom momento: de março para cá, o valor das ações da companhia subiu 75%.

Os resultados desta terça, contudo, prometem ser frustrantes como um vídeo travado. Com o mercado publicitário retraído por causa da pandemia, analistas preveem uma queda trimestral perto de 10% nas receitas, para algo como 440 milhões de dólares.

Dito isso, o dado que realmente vai prender a atenção dos analistas é o da expansão na base de usuários da plataforma, hoje em 229 milhões. Há a expectativa de o app ter conquistado mais jovens de 13 a 24 anos, a chamada Geração Z. É um público pouco disposto a consumir publicidade nos canais tradicionais, como tevê, sites e redes sociais como Facebook e Twitter, lugares de gente velha para eles.

Segundo a empresa, 90% dos americanos da Geração Z estão na plataforma, que investiu pesado em atrativos como filtros engraçados de bichinhos, rostos distorcidos e por aí vai, além de jogos.

Para além das funções divertidas, o intuito é transformar o espaço numa plataforma de vendas. No dia 15 de julho, a Snap anunciou os "perfis de marca", em que as empresas criam filtros e vendem produtos em uma loja interna no Snapchat. Grandes marcas como Gucci, Dior e Ben & Jerry's já entraram na nova ferramenta do serviço. A ideia é avançar também em negócios menores.

A estratégia do Snapchat pode dar muito certo com o provável banimento de seu concorrente, o aplicativo chinês TikTok, dos Estados Unidos. O governo de Donald Trump afirma que o aplicativo com mais 800 milhões de usuários ativos é uma arma de espionagem do governo chinês. Adicionando mais um percalço à concorrente, a Snap confirmou que está testando uma função para permitir a movimentação de conteúdos verticalmente no app, como já é possível no TikTok.

Com o principal concorrente banido, e com o Facebook sendo boicotado por grandes marcas por causa da política frouxa de controle ao discurso do ódio, a Snap tem tudo para alegrar a vida dos investidores – assim como seus filtros divertem milhões de jovens.

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