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Santander lança programa de microcrédito para donos de banca de jornal

Além do financiamento, parceria na área de conteúdo publicitário pode levar à quitação de até um terço da dívida

Santander estima 400 mil bancas de jornais no país (Leo Martins/Exame)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 30 de abril de 2020 às 18h00.

Última atualização em 30 de abril de 2020 às 18h53.

O Santander lançou nesta quinta-feira, 30, um programa de microcrédito voltado para bancas de jornal. Com empréstimos que vão de 15 mil a 60 mil reais, o objetivo é reformar os estabelecimentos e capacitar empreendedores, aumentando a oferta de serviços.

O programa tem como único pré-requisito a licença regularizada da banca de jornal. Para obter o crédito, o proprietário terá que fazer um curso de capacitação dentre cinco opções: florista, chaveiro, manicure, reparo de celular e costura.

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O objetivo da campanha é que o estabelecimento passe a ter mais uma fonte de renda."A ideia não é trocar de ofício, mas usar o espaço de uma maneira mais produtiva e rentável", afirmaTiago Abate, superintendente executivo do programa "Prospera Microfinanças", do Santander, em entrevista à EXAME.

A ideia nasceu no núcleo de marketing do Santander. Como profissionais da área da comunicação, eles detectaram, há muitos anos, as dificuldades que vem passando o mercado editorial, o que impacta diretamente a atividade das bancas de jornais.

ParaIgor Puga, diretor de marketing do Santander, as bancas de jornais têm um papel importante na comunidade e, historicamente, tiveram uma influência grande nos bairros, funcionando como um ponto comercial estratégico.

"A reforma precisa ter um efeito na comunidade. Bancas de jornais envolvem cultura", diz Puga.

Segundo o executivo, o núcleo do programa trabalha há um ano no projeto. Um levantamento da equipe revela que existem mais de 400 mil bancas de jornais espalhadas pelo país.

Para pleitear a linha de crédito em tempos de covid-19, o proprietário precisa primeiramente se inscrever pelo site do Santander. Após avaliação da equipe, uma visita é agendada e o funcionário do banco vai até a banca para fazer uma avaliação.

Enquanto a banca é reformada, o proprietário - em sua maioria microempreendedores individuais (MEIs) - poderá fazer o curso de capacitação - recomendação para plataformas online neste momento.

O cliente poderá escolher em quantas parcelas prefere pagar (entre 12 e 24 vezes), com taxa de 2,99% ao mês. Há ainda a possibilidade de alocar uma TV de LED dentro da banca para passar conteúdo publicitário do Santander, abatendo a dívida em até um terço. "É praticamente um empréstimo a juros negativos", dizAbate.

A condução das obras ficará a cargo do Santander para otimizar custos e ganho de escala. De acordo com Puga, umagestão centralizada, com empresas certificadas e que já atendam o grupo ao redor do país, é importante para uma utilização mais racional do crédito, minimizando inclusive a possibilidade de desperdício de recursos.

Momento oportuno

Embora o projeto não tenha sido concebido por causa do coronavírus, os executivos do Santander acreditam que o seu lançamento chega em um momento crucial.

"Hoje, os donos de bancas de jornais sabem exatamente o que é ficar sem receita, com as portas fechadas", diz Puga. O crédito servirá também como capital de giro para o tempo em que o estabelecimento estiver fechado para reforma.

Abate afirma ainda que o Santander estará pronto para absorver toda a demanda. "Se precisar, vamos atender a 100% das bancas do país."

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