Saiba como reconhecer (e lidar com) um funcionário acomodado
Antes de reconhecer um funcionário avaliado como “acomodado”, seria importante compreender que as pessoas têm diferentes motivações
Mariana Fonseca
Publicado em 9 de junho de 2017 às 15h00.
Última atualização em 9 de junho de 2017 às 15h00.
Saiba como reconhecer (e lidar com) um funcionário acomodado
Recentemente, a proprietária de uma loja de roupas se queixou, dizendo que seus funcionários eram acomodados e não se mostravam interessados em assumir cargos de supervisão ou gerência.
Essa é uma questão bem interessante, pois leva à reflexão do que é ser “acomodado”. Antes de reconhecer um funcionário avaliado como “acomodado”, seria importante compreender que as pessoas têm diferentes motivações em relação ao trabalho.
Alguns colaboradores são menos empreendedores que outros, e isso não significa que devam ser rotulados de pessoas “acomodadas”. Já imaginou uma organização em que 100% das pessoas desejem assumir cargos de liderança ?
A empresa não teria como atender às expectativas dos seus colaboradores, pois as vagas gerenciais são restritas a um número menor de pessoas, que têm como principal atribuição liderar suas equipes para que atinjam as metas de qualidade e produtividade .
Expliquei para aquela proprietária os estudos realizados pelo psicólogo americano Paul Stoltz, que entrevistou dezenas de milhares de pessoas para descobrir por que algumas pessoas tinham sucesso na vida e outras permaneciam estagnadas.
Como resultado do seu trabalho, Stoltz classificou as pessoas em três grandes grupos: os desistentes, os campistas e os alpinistas.
Desistentes: pessoas que detestam assumir risco e, assim, evitam a escalada na carreira profissional.
Campistas: pessoas que conseguem subir na escalada, mas, em determinada altura, ficam presas à zona de conforto e não sentem mais vontade de crescer profissionalmente.
Alpinistas: são aqueles incansáveis na sua escalada, os que não desistem nunca, os que estão sempre em busca de desafios e lutam para chegar ao topo.
É obvio que uma empresa não pode ter muitas pessoas “desistentes”. Mas elas existem e são necessárias para trabalhos extremamente rotineiros e repetitivos.
Da mesma forma, uma boa parcela de colaboradores se dará por satisfeita em permanecer em seu cargo atual (os campistas). Essas pessoas também são importantes, pois podem contribuir muito com sua experiência, como memória viva da empresa.
Essas pessoas (desistentes e campistas) são importantes, pois darão espaço e abrirão caminhos para aqueles (alpinistas) que buscam ascensão profissional e querem chegar ao comando máximo da empresa.
Ter consciência da existência desses diferentes tipos de pessoas ajudará o proprietário a ajustar seu nível de expectativa em relação a seus colaboradores e, assim, saberá como lidar melhor com eles.
A melhor forma de reconhecê-los é conversando com eles.
Alexandre Rangel é coach, psicólogo e sócio-fundador da Alliance Coaching.
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