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1. Mais um, garçom!
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1/6 (Fernando Moraes)
São Paulo – Entre o trabalho e o congestionamento, a semana de muitos paulistanos termina na mesa do bar. Apesar da cultura de
bares e botecos não ser exclusiva de São Paulo - Rio de Janeiro e Minas Gerais também têm seus representantes ilustres - só a cidade de São Paulo abriga 15 mil bares. O setor é o maior gerador de empregos da capital paulista. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/SP), apesar da alta rotatividade, os bares e restaurantes da cidade empregam quase 800 mil pessoas. Apesar de representativos na economia da cidade, os estabelecimentos sofrem com a burocracia e a legislação. A associação calcula que 35% dos bares fecham no primeiro ano e só 3% passam de uma década de vida. Para não entrar para a estatística, a Abrasel/SP recomenda que os empreendedores pesquisem se o local pode receber um bar, se há vagas de estacionamento por perto e se a vizinhança não vai reclamar com o barulho. Entre uma
cerveja e uma porção de pastéis típica da baixa gastronomia paulista, alguns conseguem sobreviver neste mercado. Confira a seguir cinco exemplos de grupos comandados por
empreendedores que conseguiram vencer essas barreiras e prosperar no cenário boêmio de São Paulo.
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2. Fábrica de Bares
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2/6 (Divulgação/Divulgação)
Não foi à toa que Alvaro Aoas escolheu o nome Fábrica de Bares para sua empresa. O empreendedor abriu o primeiro bar em 2001 e não parou mais. O Bar Brahma, no centro de São Paulo, virou referência na cidade e recebe até 25 mil pessoas por mês. “A vontade de abrir um bar veio depois de uma viagem à Europa. Me apaixonei pelos bares europeus”, conta Aoas. O empresário comanda hoje outros seis bares: Bar Brahma Aeroclube, Cia da Cerveja, Ludovina, Manotango Parrilla Bar, José Menino e Torcedor. “Quem tem um bar é escravo, quem tem cinco, maluco e quem tem dez, empresário”, brinca. Somando todos os estabelecimentos, são servidos mais de 200 mil chopes e 5 mil porções de pastéis para até 80 mil pessoas por mês. “É no bar que se constrói a cultura paulistana”, diz.
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3. Um sucesso atrás do outro
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3/6 (Fernando Moraes)
Edgard Bueno da Costa, Ricardo Garrido e Sergio Bueno de Camargo não faltavam a uma reunião na mesa de bar aos finais de semana. Os amigos se reuniam em bares da cidade para beber cerveja e petiscar. A admiração pelo serviço de estabelecimentos consagrados fez com que os três resolvessem abrir um lugar parecido e se juntaram a mais dois sócios, Fernando Grinberg e Mario Gorski. O Original, primeiro bar da Companhia Tradicional do Comércio, abriu as portas em 1996. Depois do Original, que continua na ativa, o grupo abriu o Pirajá, bar com ar carioca; o Astor, reconhecido pela gastronomia; o Subastor, um “speakeasy” ou bar escondido na cidade; e o BottaGallo, que atrai pelos petiscos com influência italiana. Hoje, a Companhia administra ainda as pizzarias Brás e Quintal do Brás e a Lanchonete da Cidade.
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4. No ponto certo
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4/6 (Fernando Moraes)
Os jornalistas Andrea Nathan e Eduardo Azevedo estudaram jornalismo juntos e, em 2002, com referências de bares e clubes nova-iorquinos, abriram a Funhouse. “Mais do que nossa habilidade com o negócio, a proposta deu muito certo”, conta Andrea. Mais com cara de casa noturna do que de boteco, a Funhouse atrai um público descolado para festas específicas. Três anos depois, um imóvel para alugar em frente ao clube despertou a vontade de continuar nos negócios. “Eu tive que viajar pela América do Sul a trabalho e fui juntando referências do Peru, do Chile, da Argentina. Em 2005, abrimos o Exquisito!”, diz. O bar ficou conhecido pelas receitas peruanas, mexicanas e até bolivianas. Depois de mais quatro anos, chegou a hora de abrir o Squat, na mesma região dos outros dois estabelecimentos. “Este mercado tem dois grandes riscos. O primeiro é não se atualizar e esvaziar do dia para a noite. O outro é se perder na burocracia”, explica.
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5. Onde jornalismo e chope se encontram
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5/6 (Divulgação/Divulgação)
Para Fernando Costa Netto, sócio nos bares Cervejaria Patriarca, Posto 6, Salve Jorge e Armazém Piola, essa é a melhor definição de bar. “Jornalismo e bares tem uma ligação muito forte”, diz. Netto é jornalista e estava fazendo uma revista para um restaurante quando decidiu inaugurar o Posto 6, em 2002. “O bar nasceu meio por impulso”, conta. A referência para o nome veio do trecho final de Copacabana e a decoração ficou por conta de imagens do carioca Jornal do Brasil. Depois daí, os sócios não pararam. Abriram o José Menino, o Salve Jorge, que homenageia Jorges famosos, a Cervejaria Patriarca e, mais recentemente, o Armazém Piola, fruto de uma associação com os donos da pizzaria Piola.
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6. Bares de família
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6/6 (MARIO RODRIGUES)
A sociedade dos irmãos Ricardo, Arnaldo, Helton e Ronen Altman para investir nos botecos paulistas começou em 2000 com a inauguração do Filial. O bar que atraiu principalmente jornalistas, artistas e intelectuais foi eleito várias vezes o melhor para terminar a noite na cidade. O sucesso empurrou os irmãos para uma nova empreitada. Em 2002, o Genésio abriu as portas na mesma rua, de frente para o Filial. Em 2006, foi a vez de o Genial começar a receber o mesmo público dos outros dois estabelecimentos. O caçula dos bares herdou características dos mais velhos, como o piso quadriculado, e também vive lotado até altas horas da madrugada.