Exame Logo

Quem é o criptounicórnio do Japão, país com raras startups bilionárias

Foram prometidos à Liquid Group aproximadamente US$ 50 milhões, segundo uma pessoa a par do assunto

Cruzamento em Shibuya, Tóquio: o Japão tem poucas startups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão (iStock/Getty Images)

Mariana Fonseca

Publicado em 7 de abril de 2019 às 08h00.

Última atualização em 7 de abril de 2019 às 08h00.

A plataforma de negociação de criptomoedas Liquid Group, sediada em Tóquio, distribuiu um comunicado à imprensa nesta quarta-feira, informando que fez captações que colocaram seu valor de mercado em mais de US$ 1 bilhão. Assim, se tornou uma das poucas empresas japonesas a atingir a categoria de unicórnio .

A startup conseguiu recursos de investidores como o fundo de venture capital IDG Capital e da gigante de mineração de criptomoedas Bitmain Technologies, de acordo com o comunicado. Não foi revelado quanto dinheiro a empresa levantou, o que não é uma omissão comum.

Veja também

Foram prometidos à Liquid aproximadamente US$ 50 milhões, segundo uma pessoa a par do assunto. É uma quantia relativamente pequena para um valor de mercado tão grande. Esses valores são vistos com ceticismo se a quantia efetivamente captada não passa de 10 por cento.

No entanto, isso não diminui o progresso da Liquid, que conseguiu junto ao órgão supervisor do mercado financeiro no Japão uma cobiçada licença para negociar criptomoedas e está processando volume cumulativo de transações superior a US$ 50 bilhões. O IDG se destaca entre os investidores da empresa após financiar outras startups do ramo de criptomoedas, como Coinbase e a própria Bitmain.

Muitas startups que trabalham com criptomoedas divulgam valores de mercado ousados. Em junho, a plataforma de pagamentos móveis e negociação de criptomoedas Circle Internet Financial captou US$ 110 milhões e ficou com valor de mercado de US$ 3 bilhões. A Coinbase levantou US$ 100 milhões em 2017, colocando seu valor de mercado em US$ 1,6 bilhão.

A Liquid, fundada em 2014, antes se chamava Quoine. Sua última rodada de captação ainda está em andamento e é a terceira onda de injeção de capital na empresa. Os cofundadores Mike Kayamori e Mario Gomez Lozada levantaram mais de US$ 20 milhões em rodadas anteriores, junto a investidores como a Jafco. Além disso, os cofundadores captaram US$ 100 milhões em uma oferta inicial de moedas digitais (initial coin offering ou ICO) em 2017.

Os recursos levantados agora serão usados para expansão global e chegam com a expectativa de que a correção brutal nos preços das criptomoedas está terminando. A Bitcoin subiu mais de 20 por cento nesta semana e atingiu o maior preço em cinco meses.

O Japão tem poucas startups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão porque regras de listagem mais flexíveis tornam a abertura de capital mais fácil do que em outros países. A Mercari, que opera um mercado online de artigos usados, foi a primeira do Japão a entrar na categoria de unicórnio, em 2016. Naquela época, já existiam 92 unicórnios nos EUA.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedasStartupsUnicórnios
exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de PME

Mais na Exame