Quem é a fintech brasileira que recebeu investimento do J.P. Morgan
Além do aporte, o FitBank poderá desenvolver e fornecer soluções de pagamento para os clientes do banco americano; valor investido não foi revelado
Carolina Ingizza
Publicado em 15 de julho de 2020 às 10h33.
Última atualização em 15 de julho de 2020 às 18h41.
O banco americano J.P. Morgan concluiu no começo de julho um investimento na fintech brasileira de pagamentos FitBank. O aporte, negociado desde o último trimestre de 2019, é o primeiro do tipo feito pelo banco na América Latina. O valor investido não foi revelado, mas além da compra de uma participação acionária minoritária, a instituição financeira terá um assento no Conselho de Administração da startup.
Fora o aporte de capital, a empresa fechou uma parceria estratégica para atender o J.P Morgan e os seus clientes corporativos. Com o apoio da instituição financeira, a startup planeja sua expansão internacional em 2021, que deve começar por outros países americanos — ainda não definidos.
Mas quem é o FitBank? A empresa, criada em 2015 pelos sócios Otavio Farah, Mauricio Zaragoza e Rener Menezes, atua em um segmento não muito sexy, mas necessário para o mercado financeiro. A startup oferece uma plataforma de gestão de pagamentos que “dá poder de banco às empresas”. Em 2019 transacionou mais de 2 bilhões de reais.
Pelo sistema da fintech, é possível gerir todas as transações financeiras de uma empresa, como boletos, TEDs, folha salarial, impostos, recebíveis. Entre os clientes, há desde condomínios, clínicas dentárias, empresas de contabilidade, a fintechs, adquirentes e empresas de inovação. Ao todo, a startup atende 18 setores da economia com seus serviços.
Farah, fundador e presidente do FitBank, afirma que a companhia foi criada para oferecer uma experiência de pagamentos moderna. Segundo o empreendedor, a plataforma é customizável a ponto de se conectar com qualquer tipo de empresa, consegue aproveitar informações externas do negócio para enriquecer o serviço e é capaz de se integrar a tecnologias mais antigas.
“O sistema é inteligente, sabe o que acontece por trás de cada transação. A medida que determinado evento acontece, dispara um gatilho para outro pagamento”, diz o presidente.
Em 2017, após dois anos de operação, a companhia atraiu os primeiros investidores. Eduardo Glitz, Marcelo Maisonnave e Pedro Englert, depois de saírem da XP Investimentos, decidiram investir 2,7 milhões de reais na compra de 24,5% de capital na startup.
Com o aporte, o FitBank desenvolveu sua solução de pagamento de contas e cartão pré-pago com integração ao sistema bancário nacional. Um ano depois, os sócios João Chacha e Alex Vollbrechthausen, vindos do Goldman Sachs, entraram no negócio e se juntaram ao Conselho de Administração.
Mesmo com a pandemia, a startup segue crescendo. Junho foi o mês recorde em volume e número de transações. No começo da crise, a empresa conversou com os clientes mais afetados e ofereceu uma renegociação de contratos. Abril e maio foram meses de crescimento menor em relação aos 24 meses anteriores, em que a média era de 20% a 30% ao mês. Em junho, a situação foi normalizada. “Já estamos maiores do que estávamos antes”, diz o sócio João Chacha.