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Produtividade de PME é 10% das grandes no Brasil, diz Dieese

"Isso é um impedimento estrutural para qualquer estratégia de desenvolvimento produtivo", diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio

Pequena empresa: Lúcio avalia que, antes de políticas públicas setoriais, seria preciso reorganizar a macroeconomia brasileira (.)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2015 às 14h43.

Curitiba - O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos ( Dieese ), Clemente Ganz Lúcio, disse nesta sexta-feira, 11, que o Brasil precisa reformular o setor das micro e pequenas empresas , que representa 98% do número total de estabelecimentos produtivos.

Isto porque a produtividade deste segmento representa 10% do que registram as grandes empresas. Em países como a Alemanha, por exemplo, essa relação é de 60%.

"Isso é um impedimento estrutural para qualquer estratégia de desenvolvimento produtivo. É preciso considerar ainda o fato de que grande parte dessas micro e pequenas empresas está na informalidade, o que as impede de acessar políticas publicas básicas de acesso a crédito, tecnologias, mercados e instrumentos de gestão", afirmou durante debate no XXI Congresso Brasileiro de Economia, promovido pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), em Curitiba.

Ele lembrou ainda que essas empresas que estão na informalidade contratam uma força de trabalho também informal, o que gera uma situação de desproteção laboral e social, impedindo a superação da desigualdade.

Lúcio avalia que, antes de políticas públicas setoriais, seria preciso reorganizar a macroeconomia brasileira. A taxa média de retorno esperada para um investimento produtivo no Brasil é de 8%, com inflação média de 5% nos últimos anos, enquanto investidores que aplicam na dívida pública recebem um retorno médio de 22%.

"Não há políticas públicas que melhorem as condições produtivas quando o sistema econômico dá, sem nenhum risco aos rentistas, sem nenhum trabalho, um retorno três vezes maior", afirmou.

"Essa é uma dimensão básica, a partir da qual qualquer outra política pública é anulada ou fica fragilizada", acrescentou.

O diretor citou ainda o caso da indústria, que sofreu na última década com a política macroeconômica de valorização cambial.

Para ele, o câmbio foi usado como instrumento de formação de reservas internacionais e controle da inflação.

"Há duas décadas a indústria se bate para reorganizar-se do ponto de vista produtivo. Muitas vezes um incremento produtivo fantástico que levou anos para ser desenvolvido é destruído em segundos por uma pequena valorização cambial."

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Curitiba - O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos ( Dieese ), Clemente Ganz Lúcio, disse nesta sexta-feira, 11, que o Brasil precisa reformular o setor das micro e pequenas empresas , que representa 98% do número total de estabelecimentos produtivos.

Isto porque a produtividade deste segmento representa 10% do que registram as grandes empresas. Em países como a Alemanha, por exemplo, essa relação é de 60%.

"Isso é um impedimento estrutural para qualquer estratégia de desenvolvimento produtivo. É preciso considerar ainda o fato de que grande parte dessas micro e pequenas empresas está na informalidade, o que as impede de acessar políticas publicas básicas de acesso a crédito, tecnologias, mercados e instrumentos de gestão", afirmou durante debate no XXI Congresso Brasileiro de Economia, promovido pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), em Curitiba.

Ele lembrou ainda que essas empresas que estão na informalidade contratam uma força de trabalho também informal, o que gera uma situação de desproteção laboral e social, impedindo a superação da desigualdade.

Lúcio avalia que, antes de políticas públicas setoriais, seria preciso reorganizar a macroeconomia brasileira. A taxa média de retorno esperada para um investimento produtivo no Brasil é de 8%, com inflação média de 5% nos últimos anos, enquanto investidores que aplicam na dívida pública recebem um retorno médio de 22%.

"Não há políticas públicas que melhorem as condições produtivas quando o sistema econômico dá, sem nenhum risco aos rentistas, sem nenhum trabalho, um retorno três vezes maior", afirmou.

"Essa é uma dimensão básica, a partir da qual qualquer outra política pública é anulada ou fica fragilizada", acrescentou.

O diretor citou ainda o caso da indústria, que sofreu na última década com a política macroeconômica de valorização cambial.

Para ele, o câmbio foi usado como instrumento de formação de reservas internacionais e controle da inflação.

"Há duas décadas a indústria se bate para reorganizar-se do ponto de vista produtivo. Muitas vezes um incremento produtivo fantástico que levou anos para ser desenvolvido é destruído em segundos por uma pequena valorização cambial."

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