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Por que faltam investidores anjo no Brasil?

Falta de referências de sucesso e cultura de aversão ao risco são barreiras, diz especialista

Executivo genérico (Stock.xchng)
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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2011 às 11h21.

Por que não temos mais investidores anjo no Brasil?
Respondido porYuri Gitahy, especialista em startups

A busca dos investidores por bons empreendedores e projetos viáveis é constante, mas a capacitação do empreendedor brasileiro médio é baixa e a cultura de investimento está longe de um mercado profissional. A FINEP faz um ótimo trabalho ao estimular esse mercado com os programas Inovar (para incentivo à formação de fundos de investimento) e Prime (para financiamento de empresas nascentes e inovadoras), mas é preciso que o mercado se estruture com mais capital privado que público - ou seja, que seja menos um mercado de gestão de fundos para se tornar literalmente venture capital. Ao mesmo tempo, o volume de capital hoje ultrapassa a oferta de projetos viáveis para investimento, e por isso a indústria tem um gap entre oferta e demanda.

Em 2011, veremos uma busca gradual pela capacitação e profissionalização de angel investors, porque a mídia aos poucos retrata melhor a nova onda de empreendedorismo brasileiro e está começando a despertar esse interesse. Mesmo assim, são vários os problemas para termos mais angel investors no Brasil

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1) a falta de referência, pois o número de angels atuantes é pequeno e não há histórias de sucesso ou fracasso;

2) a cultura do brasileiro, que tipicamente é avessa ao risco e dificulta a formação de angels em escala;

3) o custo de oportunidade alto para investir em empresas nascentes - não só pelo motivo já explicado para fundos de VC, devido à capacitação e maturidade do empreendedor, como também pela dificuldade em se fazer dinheiro com uma saída de early stage;

4) a visibilidade indesejada: enquanto o angel americano não precisa de muito capital para atuar - e por isso divulga sua atividade a todos - o brasileiro prefere não abrir sua condição de angel por receio de ser visto como um multimilionário e não ser vítima de assédio ou violência.

Yuri Gitahy é investidor-anjo, conselheiro de empresas de tecnologia e fundador da Aceleradora , que apoia startups com gestão e capital semente

Envie suas dúvidas sobre startups paraexamecanalpme@abril.com.br.


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