Parceria aproxima pequenas empresas da Bolsa
Anprotec e BM&FBovespa firmam parceria para ensinar pequenos negócios a adotarem postura de governança corporativa
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Campo Grande - Com o intuito de levar o conceito de mercado de capitais para as pequenas empresas incubadas, a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa) fechou uma parceria com a Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
O acordo foi firmado durante o XX Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas e o XVIII Workshop da Anprotec, que está sendo realizado durante toda esta semana em Campo Grande (MS). O objetivo é fornecer treinamento para ajudar as pequenas empresas incubadas a se aproximarem dos agentes financeiros.
"Queremos educar o empreendedor de maneira que ele tenha a mesma postura das grandes empresas de capital aberto, que ele adote a postura de governança corporativa. Queremos levar ao empreendedor a cultura de como se apresentar para se aproximar do mercado financeiro, afirmou o diretor de fomento de negócios da Nova Bolsa, Verdi Rosa Monteiro.
Desde junho deste ano uma espécie de projeto piloto vem sendo implementado com o Parque Tecnológico de São José dos Campos. A meta é ampliar a experiência para outros parques, segundo Verdi.
"É uma decisão estratégica da Bolsa ensinar essa visão para as pequenas empresas. Não necessariamente elas vão abrir capital, o objetivo não é esse. O objetivo é levar a postura de governança corporativa para as empresas. Estamos pensando no futuro. Algumas dessas empresas, que hoje faturam R$ 2,4 milhões por ano (pequenas empresas, segundo o conceito adotado pelo Sebrae), podem crescer ao longo dos anos e vir a abrir o capital. Precisamos descobrir onde estão nossas empresas com possibilidade de crescimento, onde estão nossas Apple, nossas Microsoft", afirmou.
O sucesso de um negócio, segundo Verdi, muitas vezes está ligado à forma como ele consegue se financiar e as fontes de recursos das empresas vão evoluindo ao longo do tempo de vida do negócio. Se no início elas contam com recursos próprios e das incubadoras, elas podem evoluir com recursos bancários até chegar a necessitar do mercado de capitais como financiador de seus projetos.
<hr> <p class="pagina">"Nós temos boas ideias no Brasil. Somos movidos pela ideia do sentimento empreendedor, pela capacidade de trabalho, mas temos crédito escasso e às vezes distante dessa realidade de mercado de capitais", disse.<br><br>Um dos aspectos a superar é a distância entre os dois mundos, de acordo com ele. Por isso, a abordagem educacional da Nova Bolsa, que quer ensinar o que é o mercado financeiro para o pequeno negócio. <br><br>À BM&FBovespa caberia o papel de fomentar a educação das empresas. O Instituto Educacional da Bolsa, que há mais de 20 anos prepara empresas e profissionais no mercado de capitais, seria responsável por capacitar atuais e futuros empreendedores de modo a aumentar o valor dos negócios, como diferencial do desenvolvimento econômico e social brasileiro. <br><br>Para a BM&FBovespa, a vantagem seria o aumento do universo de empresas que poderiam abrir seu capital. Atualmente, a bolsa tem 470 companhias listadas ao valor de mercado total de R$ 2,3 trilhões. Apenas 21% destas companhias faturam menos de R$ 100 milhões por ano. O objetivo é captar mais 200 companhias nos próximos cinco anos, segundo Verdi. Para ampliar seu leque, a instituição precisa se voltar para novos mercados.<br><br>A BM&FBovespa é hoje a terceira maior bolsa em valor de mercado do mundo - US$ 14,3 bilhões, atrás apenas das bolsas de Chicago e de Hong Kong. "Se a gestão das empresas for voltada para a governança corporativa, faremos com que o movimento de transição para o mercado de capitais aconteça. Nossa função é educar", resume Verdi.</p> Leia mais sobre pequenas empresas e bolsa de valores .
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