PME

DogHero lança novos serviços para um mercado vibrante: o de gatos

Startup brasileira lança em novembro os serviços de creche e pet sitter, para atender a diferentes demandas dos clientes da plataforma

 (DogHero/Divulgação)

(DogHero/Divulgação)

CI

Carolina Ingizza

Publicado em 29 de novembro de 2019 às 11h00.

Última atualização em 29 de novembro de 2019 às 12h03.

A startup brasileira DogHero dá mais um passo para tentar consolidar seu objetivo de suprir as principais necessidades dos “pais e mães” de cães e gatos. Em novembro, a empresa anunciou dois novos serviços no Brasil: o de creche, em que o animal passa o dia na casa de um anfitrião enquanto o dono trabalha, e o de pet sitter, em que uma pessoa é paga para ir até a casa do cliente dar comida e brincar com seu cachorro ou gato.

Desde 2018, quando passou a oferecer passeios, a DogHero está trabalhando para deixar de ser só um serviço de hospedagens para cachorros. Os novos serviços são resultado dos investimentos internos que a startup fez após receber um aporte de 27 milhões de reais no começo de 2019, liderado pela Rover, plataforma americana semelhante de serviços para cachorros.

Os acionistas minoritários norte-americanos ajudaram a startup brasileira a pensar em novas soluções que pudessem expandir as receitas da companhia. “Como eles já oferecem diversos serviços, a gente pôde beber bastante dos aprendizados deles nessa estratégia”, conta Eduardo Baer, presidente e cofundador da DogHero.

Com os novos serviços, a empresa espera, além de atender novas demandas solicitadas pelos usuários, aumentar a recorrência dos clientes na plataforma.

Como funciona

O serviço de creche começou a ser oferecido no começo de novembro e, segundo Baer, “já superou as expectativas” junto ao público. Em um mês, a creche corresponde a 5% dos serviços prestados por meio da plataforma e já conta com mais de 5 mil anfitriões inscritos em 280 cidades.

A nova modalidade foi pensada para atender os donos de pet que não ficam muito em casa. Por 75% do preço da estadia normal, os animais podem passar o dia na casa de um anfitrião, enquanto os donos estão no trabalho. O cliente pode escolher se prefere comprar a diária ou fechar um pacote de dias por semana. O preço oscila entre 30 e 35 reais por dia.

Já o modelo de pet sitter será lançado no dia 2 de dezembro. Ele é uma alternativa ao primeiro serviço da companhia, o de hospedagem. A partir de agora, os clientes poderão optar por, em vez de deixar o animal na casa de um terceiro, contratar alguém para ir até sua casa vê-lo, trocar sua água e comida e brincar com ele um pouco. O preço do serviço também é de cerca de 30 a 35 reais.

Para a DogHero, o serviço de visitas é animador porque permite atender melhor os donos de gatos. Hoje, 5% dos clientes registrados possuem um felino, mas esse tipo de pet muitas vezes não gosta de mudanças de ambiente e prefere ficar na própria casa.

A meta da empresa é que, até o final de 2020, 15% dos clientes sejam gatos. “A gente ama gatos, então o serviço de pet sitter vai ser uma oportunidade de atender melhor esse mercado, que é bastante grande”, diz Baer.

Estima-se que existam hoje no Brasil 54,2 milhões de cachorros e 23,9 milhões de gatos no país. Mas ainda que o número de gatos seja menor, ele cresce a uma taxa de 8,1% ao ano, enquanto o número de cachorros aumenta 3,8%.

Segurança é uma preocupação

Para poder oferecer a modalidade, a companhia precisou criar, além do seguro veterinário, que cobre emergências de saúde dos animais, uma proteção para os imóveis. A empresa faz também uma checagem de antecedentes de todos os anfitriões.

Nesse primeiro momento, só poderão oferecer o serviço de visitas os usuários que já fizeram outros serviços por meio da DogHero. O anfitrião que desejar ser pet sitter precisará também cumprir um novo módulo de treinamento que a DogHero oferece em sua “escola de heróis” online.

Eduardo Baer está confiante de que a credibilidade da empresa junto aos clientes e a experiência dos anfitriões serão suficientes para que as pessoas confiem em deixar um estranho entrar em sua casa para cuidar de seu animal de estimação. “Fora que quando começamos a DogHero em 2014, não existia hospedagem de cachorro no Brasil, mas já tinha o serviço de pet sitter”, diz o presidente.

Expectativas para o futuro

A startup hoje atua em 750 cidades, somando a operação no Brasil, México e Argentina. Há mais de 1 milhão de cachorros cadastrados na plataforma e mais de 20 mil anfitriões e passeadores registrados. Em 2019, com o aporte liderado pela Rover, eles totalizaram 45 milhões de reais recebidos em investimento e dobraram o faturamento em relação ao ano anterior.

“A gente continua animado, temos uma oportunidade gigantesca de mercado para explorar”, diz o cofundador. Em 2020, os planos da empresa são expandir os serviços pelo Brasil e consolidar as operações do México e da Argentina. A longo prazo, os planos da DogHero são trazer para a plataforma, em um modelo de marketplace, serviços como adestramento, banho e tosa e veterinário.

Segundo Baer, no começo de 2019, só 40% dos clientes da startup eram atendidos pelo serviço de passeio. Ao longo do ano, essa taxa subiu para 75%. No ano que vem, a missão é ampliar o passeio para 100% dos clientes, em todas as cidades que a empresa atua, além de expandir os serviços de creche e de pet sitter.

O plano do presidente também é levar, já no primeiro trimestre de 2020, os novos serviços para fora do Brasil. Em um primeiro momento, o serviço de passeio será instalado na Cidade do México; depois, mais para o final do trimestre, após consolidar os aprendizados no Brasil, a empresa quer lançar a creche e o serviço de pet sitter nos dois outros países.

Neste momento, a operação mexicana está crescendo em um ritmo mais rápido que a argentina, o que Baer atribui à crise econômica do país vizinho. A startup estuda um reposicionamento de preço na Argentina, levando em conta a taxa de inflação atual, e aposta que a oferta de serviços mais baratos, como o de pet sitter, podem ajudar os clientes do país que estão com uma renda não tão alta.

“Nós sabemos muito bem onde queremos estar daqui a cinco anos: queremos ser uma grande empresa de multi-serviços para pet na América Latina”, diz o presidente. Por ora, não há planos concretos de expansão para novos países, mas o roteiro já está delineado: Colômbia, Chile e Peru.

“Nós somos maiores que qualquer concorrente que existe na América Latina hoje”, diz Baer. Em relação aos grandes players mundiais, ele diz estar tranquilo pelo menos pelos próximos anos. Primeiro, porque a Rover investiu na DogHero. Segundo, porque a norte-americana Wag, mais voltada para passeios, não deu sinais de querer entrar na América Latina agora.

Hoje, para o presidente, o principal concorrente para os serviços da DogHero são os familiares e vizinhos dos clientes.

Acompanhe tudo sobre:CachorrosDogHeroGatosStartups

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar

Mais na Exame