PME

Os sinais de que você criaria uma ótima startup

Há dois tipos de sinais de que você seria um ótimo dono de negócio inovador: os objetivos e os subjetivos

Ideias: boa parte das tendências de negócios que tem tudo para bombar em 2019 têm como objetivo melhorar serviços e produtos aos usuários finais (Foto/Thinkstock)

Ideias: boa parte das tendências de negócios que tem tudo para bombar em 2019 têm como objetivo melhorar serviços e produtos aos usuários finais (Foto/Thinkstock)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 22 de junho de 2017 às 15h00.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 15h00.

Os sinais de que você criaria uma ótima startup

A pergunta me faz acreditar que, às vezes, o que se procura é uma espécie de “bula” com a receita do sucesso, tipo “os 7 passos para...” ou “10 ideias que...". Os mais jovens acreditam que as coisas são simples assim. Entretanto, na medida em que atinjam a maturidade, irão descobrir que a vida é muito mais complexa.

A pergunta, entretanto, é ótima e merece mais espaço do que temos aqui disponível. Tentarei ser bem sintético apenas para provocar a sua reflexão. Há dois tipos de sinais: os objetivos e os subjetivos.

Sinais objetivos

Quando recomendamos ao empreendedor sempre elaborar um plano de negócios o mais detalhado possível, o fazemos convencidos que o mesmo fornecerá uma orientação, um guia que facilitará as análises que se traduzem finalmente em ações e decisões.

E também porque o plano será referência para fornecer medidas objetivas sobre o andamento da implantação do projeto, ao permitir comparar números referentes ao desempenho real da startup com o que tínhamos planejado.

Outra medida objetiva se refere à reação dos clientes e potenciais clientes. O empreendedor não pode apenas olhar “para o caixa” da empresa – os resultados econômico-financeiros.

Desde o início, deve monitorar o seu público e fazer esforços permanentes para que tal público se torne seu cúmplice (usando para tanto todos os recursos oferecidos pelo uso de um bom CRM – software de gestão do relacionamento com o cliente).

Eles irão fornecer orientações sobre o grau de satisfação com os produtos oferecidos e, mais importante ainda, o quanto eles esperam da nova empresa em termos de solução a novas necessidades e problemas.

A percepção do consumidor sobre a empresa e os seus produtos não é suficiente. Precisamos descobrir qual a percepção e expectativas do público com relação ao desenvolvimento de novas soluções que a startup poderá oferecer – produtos e serviços oferecidos – para problemas e necessidades que o empreendedor nem sempre consegue detectar. É nesse sentido que eles se manifestam geralmente por meio de sugestões.

Sinais subjetivos

O mundo real, o dos dados objetivos, gera emoções no empreendedor que se traduzem em percepções subjetivas. É aqui que mora o perigo.

A título de exemplo apenas, imagine que as vendas do novo empreendimento sejam o dobro do imaginado. Isso é bom, certo? Nem sempre!

Se o aumento de vendas gera um aumento da necessidade de capital de giro e o empreendedor não tiver esse dinheiro, ele poderá endividar-se acima da capacidade de pagamento da startup, podendo, em última instância, provocar a falência precoce.

O que leva esse empreendedor a não por o pé no freio a tempo? Seu ego! E, então, a alegria do sucesso torna-se a decepção do insucesso.

É difícil controlar as emoções, mas devemos aprender a fazê-lo se quisermos sucesso profissional. Vejam que não falei em isolar as emoções: falei em controlar as emoções.

Emoções são o nosso “motor”. Elas geram o sentimento de motivação. São, então, imprescindíveis para obtermos melhor desempenho. Mas, se não investirmos em adquirir autoconhecimento, elas podem nos trair ao nos influenciar a ir além de certos limites.

Portanto, cuidado com os sinais subjetivos. Eles sempre estarão presentes e podem indicar claramente se o empreendimento está caminhando rumo ao sucesso, mas devemos saber avaliar e gerir corretamente os sentimentos e as emoções que eles geram.

Há mais um aspecto relacionado com as questões subjetivas e nossas emoções que escrever este artigo me relembrou. A questão que desejo abordar é a de saber lidar com as expectativas que geramos com relação a nós mesmos.

Precisamos aprender a lidar tanto com o sucesso quanto com o insucesso. Carrego na memória o peso de uma experiência pessoal que me acompanha há quase 20 anos: no início da minha carreira como consultor, eu tive um parceiro de negócios e amigo, brilhante, trabalhador, com domínio e conhecimento em diversos campos da administração.

Quando o novo negócio dele enfrentou dificuldades que o levaram a concluir que não conseguiria projetar-se como homem de negócios ao nível que ele tinha imaginado, decidiu acabar com a própria vida. Teve um impacto arrasador em mim.

Tenha ciência que, como empreendedor, sua caminhada terá sucessos e insucessos. Sempre teremos novas chances de nos recuperarmos, de dar a volta por cima. Eu mesmo já tive que reconstruir a minha vida em ao menos em três oportunidades. Nunca desista. Mais ainda: se optou por ser um empreendedor, não pode dar-se o luxo de desistir.

Este artigo é em memória do meu parceiro e amigo. Saudades dele.

Mãos à obra, então. Boa sorte! Até a próxima.

Cristian Welsh Miguens é professor do curso de negócios da Universidade Anhembi Morumbi.

Envie suas dúvidas sobre startups para pme-exame@abril.com.br.

Acompanhe tudo sobre:dicas-de-empreendedorismoEmpreendedorismoIdeias de negócioStartups

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar